Se saúde é uma mercadoria, então quem deve pagar por ela?

in #pt6 years ago (edited)

Essa postagem é uma continuação de uma debate interessante que começou na minha postagem anterior:

Saúde é mercadoria?

Que por sua vez teve origem nessa declaração da ministra do STF Cármen Lúcia:

“Saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro.”, escreveu a ministra na decisão que suspendeu a resolução que encarece planos de saúde.

Embora para os desatentos essas palavras de Cármen Lúcia possam parecer como mel na sopa por invocar o lúdico, ela não se encaixa com a realidade da saúde como um serviço que precisa ser pago por alguém.

E se a saúde é um serviço que precisa ser pago, a questão então passa a ser outra: quem deve pagar?

Obviamente acho que ninguém vai discordar que quem deve pagar é quem foi beneficiado pelo serviço de saúde, assim como o é com qualquer outro serviço prestado.

Porém a coisa começa a ficar complicada quando o beneficente do serviço não tem dinheiro para pagar de forma imediata. Nesse caso, também como acontece com todos os outros serviços, ele pode recorrer a empréstimos, ou a solicitar a ajuda de qualquer instituição de caridade que esteja disposta a ajuda-lo. Essa deve ser a atitude prioritária dele.

Mas supondo que ele não tenha condições de assumir essa dívida, e ninguém esteja disposto a fazer essa caridade e pagar o tratamento dele. O que ele poderá fazer? É aqui que entram os defensores da saúde pública. O Estado deve compartilhar essa despesa com toda a sociedade, via obviamente a cobrança compulsória de impostos. Ou então oferecer, ele próprio, um serviço de saúde público e “gratuito”, ou seja, bancado por terceiros.

Eu sou um profundo opositor de qualquer ideia de altruísmo compulsório. Acho que a caridade e o altruísmo são sentimentos de solidariedade com o próximo bastante belos, DESDE QUE espontâneos, jamais feitos à força de forma compulsória.

Então eu até entendo que em alguns casos o Estado deveria bancar o tratamento dos doentes, e ele ficaria com essa dívida pública a ser paga posteriormente de alguma forma, podendo ser até via trabalhos comunitários. Porém não acho nem um pouco correta a ideia apregoada por aí de saúde “gratuita”. Afinal, não existe almoço grátis, e todo altruísmo compulsório esconde uma tirania.


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@discernente O teu post foi selecionado e votado pela curadoria @pataty69 que pode ser seguida na minha trail no Steemauto. A continuação do tema nos leva a pensar sobre a segurança social e questionar se não será ela um adiantamento do pagamento da saude publica.

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Primeiramente, ser um serviço/mercadoria não exclui o fato de ser um direito, saúde é definida pelos dois. Concordamos com isso.
Em segundo lugar, já que a saúde não deveria ser custeado por imposto, já que é uma doação compulsória e você é totalmente contra isso já que infere em uma tirania, por consequência segurança pública e justiça também não deveriam ser custeados por imposto. Se isso acontecer sobreviverá quem tem mais dinheiro e consegue comprar as leis e segurança ao seu favor, aí sjm ocasionando em uma titânia.
Por fim, você poderia ter colocado o link do meu post para que ficasse mais claro para quem quiser entender o debate e não deixar apenas sua opinião exposta.
Irei rebater em um poste próximo.

Eu penso da seguinte maneira: se a saúde é um direito, isso significa que o Estado tem o dever de garantir que todos os indivíduos tem acesso à ela. Isso não significa que o Estado tem o dever fornecê-la ele mesmo. Pelo contrário, se o Estado é menos eficiente que a iniciativa privada no fornecimento da saúde (e ele é), ao retirar recursos públicos do mercado via imposto para investir em saúde ele estaria, na prática, privando os cidadãos da saúde. Portanto, se saúde é um direito e o Estado já demonstrou ser ineficiente no seu fornecimento, o dever dele é se retirar dessa área e buscar outras alternativas para incentivar e ampliar o acesso e a cobertura.

Na minha opinião, Saúde, Segurança e Educação são obrigações do Governo, que utilizaria o dinheiro dos impostos para isto e só para isto.


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“Saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro.”, escreveu a ministra na decisão que suspendeu a resolução que encarece planos de saúde.

E se a saúde é um serviço que precisa ser pago, a questão então passa a ser outra: quem deve pagar?

A gente paga. Nosso governo é um dos que cobram mais impostos no mundo, mas serviços como o SUS que deveriam ser bons não passam de merda, o que beneficia empresas privadas.

O que a ministra fez ajuda, mas ainda é menos que o mínimo.

PS: Gosto de como é no steemit que vem a mim algumas notícias relevantes. Seus posts por vezes trazem algo recente que eu não ficaria sabendo.

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