Saúde é mercadoria?

in #pt6 years ago (edited)

A nossa querida ministra do STF Cármen Lúcia disse recentemente uma daquelas frases que soam lindas aos ouvidos, mas que não passam em um exame mais detalhado da sua veracidade.

Não adianta querer adocicar a realidade, ludibriando aqueles que preferem viver do lúdico a encarar a realidade como ela é, com todas as suas dores e delícias.

Vamos analisar o que é a saúde. A saúde, essa que você carrega com você e que você não precisa do favor de ninguém para mantê-la é uma dádiva. Você a tem e a sua manutenção só depende de você se alimentar adequadamente e se preocupar com o seu próprio bem-estar físico.

Mas quando ela falha e passa a ser uma doença que necessita dos favores alheios, ela deixa de ser uma dádiva e passa a demandar o trabalho de terceiros. Nesse sentido ela passa a ser um serviço, uma mercadoria oferecida por terceiros interessados em te ajudar.

E Cármen Lúcia sabe disso, tanto que quando fica doente não sai à procura de ONGs de médicos que trabalham de graça, ou de curandeiros sem fins lucrativos, mas vai procurar provavelmente os hospitais mais caros da cidade, com os médicos de renome que trabalham em troca de um bom cascalho.

Então não adianta adocicar a realidade quando ela lhe parece cruel. Saúde é sim uma mercadoria, quer você goste dessa verdade ou não. E assim ela deve ser tratada. Não adianta nada prometer “saúde de graça” e depois cobrar impostos. Isso não passa de prometer caridade com o chapéu alheio. Ou então regulamentar demais os planos de saúde de forma a deixar esse mercado constrangido e sem concorrência, com as empresas sem interesse nenhum de fornecer um bom serviço.

Por isso eu sou a favor de deixar esse mercado livre. Deixem as empresas oferecerem os seus serviços, e as que sobreviverão serão as que melhor atenderem as demandas dos seus clientes pelo menor custo.


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É uma questão. E você caminha pela perspectiva do privado, e tem todo sentido. No Brasil saúde é um direito constitucional. Direito adquirido em vigência de uma evolução colonial, onde a desigualdade ainda reina em nosso meio. O privado complementa o SUS, que é sistema de saúde brasileiro, o maior do mundo, mesmo que utilize 10% do PIB, assim como educação.

Antes só tinham hospitais beneficentes e religiosos, e depois dos servidores, e muito tempo depois os privados.

Nesse percurso temos em torno de 80% da população que não tem acesso ao serviço privado. Pelo menos para mim não é barato pagar por procedimentos como um cateterismo cardíaco com stent farmacológico, que junto a UTI, agulhas, diárias dos funcionários, hotelaria, sai em torno de 100 mil reais por uns 2, 3 dias, dependendo do lugar, e por baixo, no privado. Se der tudo certo.

Estar na posição de ver pessoas morrendo por falta de recursos da saúde, e pela saúde publica ser sucateado em beneficio dos planos, e do privado, nos coloca na posição que dinheiro é mais importante que tudo, uma posição bem comum da nossa sociedade. E respaldada por muitos profissionais de saúde na prática.

Mesmo o privado os planos de saúde não são as maravilhas que pensam, não é qualquer um que tem direito ou renda para frequentar o Einstein ou Sírio Libanês como as classes que comandam o país.

Eu como profissional, e muitos outros, posso afirmar com clareza que saúde não é mercadoria. É para quem pode pagar, e que coloca nosso sistema em cheque, já que o próprio governo vem trabalhando nessa perspectiva, e claro o governo é resultado de sua população, que sofre com os mesmos 10% em educação.

Concordo plenamente contigo @discernente. Nao adianta ficar tapar o sol com a peneira com discurso de esquerdopata. Todo trabalho, por definicao, é remunerado (a menos que seja um trabalho voluntário). Sendo assim, como a saúde necessita de médicos, enfermeiros, insumos e instrumentos de trabalho, eles tem de ser adquiridos pelo hospital... e custam dinheiro... pois há trabalho incluído em qualquer um desses itens (mais valia absoluta)... entáo eu acredito que... deveríamos pagar menos impostos e retirar da CF o direito a saúde... mesmo pq esse direito nao é respeitado mesmo, nao é verdade?


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Antes de ser mercadoriaa saúde é um direito, como consta na declaração dos direitos humanos.
Claro que há um mercado nisso, como há em tudo. Sua visão, ao meu entendimento (posso estar errado), é extremista. Os custos para oferecer saúde a todos é elevado seja pelo setor público ou privado, todavia não é saudável deixar as pessoas doentes simplesmente porquê o mercado "determinou".

Primeiramente, garantir saúde a todos cobrando impostos é uma excelente maneira de manter uma população saudável e produtiva. O SUS é uns dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, poderia ser melhor, confesso, mas aí entraríamos na discussão sobre corrupção e má gestão de recursos pelo governo.

Em relação ao governo tentar regular as agências prestadoras de serviços de saúde, concordo que atrapalha os lucros das operadoras e no longo prazo pode precarizar os serviços. Mas como uma medida de curto prazo, até que alguns problemas fiscais sejam resolvidos e seja mais viável investir mais em saúde, acredito que faca sentido.

de um modo geral, quanto menos interferência do governo, melhor as coisas funcionam, mas deve existir um equilíbrio quando se trata de serviços básicos. No mais o estado devia investir muito mais em prevenção e educação que teria um efeito benéfico também sobre a saúde da população.

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@discernente teu post foi selecionado e votado pela curadoria @pataty69 que pode ser seguida na minha trail no Steemauto.

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Olha, considerando o que todos os brasileiros pagam de impostos, poderíamos ter um sistema público de saúde digno, eficiente e de ponta. O problema a meu ver está exatamente no gerenciamento destes recursos arrecadados pelos impostos.

Além do mais, para mim, saúde e mercado não são muito compatíveis. Existem várias ligações financeiras entre o sistema médico convencional e a máfia da industria farmacêutia, e ainda mais ligações com a industria alimentícia moderna, que é um dos grandes causadores da má sáude geral das pessoas. A péssima qualidade dos alimentos, como no exemplo da grande dissiminação dos GMO transgênicos, parece ser até proposital. Lembremos este post, onde tem a notícia que a própria grande empresa Goldman Sachs (quem melhor que ela para representar o mercado?) admite que curar definitivamente uma doença é um "mau negócio".

Além do mais, pela internet existem inumeráveis testemunhos de como este mesmo mercado boicota tratamentos mais eficiente e alternativos, inclusive, com a ajuda do governo. E isso tudo acabou de me dar uma ideia para um post.

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