#DICIONÁRIO DA MÚSICA# - O Terço

in #ptmusic6 years ago

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O Terço é uma banda brasileira nascida em 1968 e que perdura até os dias de hoje. Ela segue o rock progressivo, flertando com outros gêneros dentro do rock, mas tendo marcado forte o aspecto setentista.

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A banda nasce em 1968, formada por Sérgio Hinds (único membro presente em todas as formações), César das Mercês e Vinícius Cantuária. Seu primeiro LP é lançado em 1970, sendo mais inclinado ao rock'n roll. O segundo trabalho, também homônimo, já veio mais para o gênero do rock progressivo. Mas é em 1975 que o primeiro trabalho mais significativo foi lançado: Criaturas da Noite, ocasião na qual a banda contava em sua formação com Sérgio Hinds, Magrão, Moreno e Flávio Venturini. Esse trabalho foi sucesso em vendas e caiu no gosto do público.

Sérgio Hinds diz que o nome da banda foi dado por corresponder à "terça parte de alguma coisa", como no rosário. A banda iniciou como um trio. Eles haviam escolhido o nome de Santíssima Trindade, mas decidiram mudá-lo para não ter problemas com a religião. Os temas da banda são variados. Em alguns momentos, há um toque quase religioso, elevado, em suas músicas, das quais muitas são longas e instrumentais, mas também há aproximação com o rock rural e com o rock'n roll em geral. No entanto, a marca maior da banda é o rock progressivo.

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Após Criaturas da Noite, a banda lança Casa Encantada, que vende bem. Porém, após a saída de Venturini da banda (que funda 14 Bis), não trariam muita satisfação aos fãs do rock progressivo. Em 1993, lançariam Time Travellers, que seria um retorno ao progressivo. Porém, antes, em 1978, o grupo chegou ao fim por problemas internos. Em 1982, a banda retornou com o álbum Som Mais Puro, mas após isso o grupo entra em recesso novamente. Sérgio Hinds ainda reuniu o grupo algumas vezes nos anos 90 para lançar novos trabalhos (como o de 1993). Em 2001, o grupo faz o retorno definitivo, que foi atrapalhado pela morte do baterista Luiz Moreno (parada cardíaca). Mas a banda decide seguir em frente, marcando 3 concertos em 2005. A banda segue se apresentando desde então.

A sonoridade é muito rica, até mística, diria. Desde momentos elevados influenciados pela música clássica até músicas mais calmas ou mais rápidas, a banda sempre entrega um resultado sublime. Não sou grande fã do rock progressivo, gosto de pouca coisa, e uma das poucas coisas que gosto – e bastante – é O Terço. Suas músicas falam bastante de temas do interior, das coisas ligadas à natureza (Lagoa das Lontras, Criaturas da Noite, Gente do Interior), assim como de sentimentos e da vida em si.

O som, por vezes psicodélico, faz ir longe. Falando em impressões pessoais, sinto-me transportado aos anos 70, a uma época que não vivi, imaginando como seria fazer música naqueles tempos, sem a influência massiva e caótica da internet, sem as facilidades eletrônicas de agora... E por onde andava a criatividade naquele mundo? Certamente, ela se abastecia em outros lugares; inspirações em outro mundo já desaparecido no tempo. As melodias e as letras dessa época eram colhidas de experiências diferentes que as nossas. Obviamente, o fundamento dos sentimentos permanece o mesmo, mas as vivências das pessoas naquela época eram diferentes. Em nível pessoal, imaginar todo esse contexto que dá luz às músicas é fantástico!

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Deixo com vocês a letra de duas músicas:

Criaturas da Noite

As criaturas da noite
Num vôo calmo e pequeno
Procuram luz aonde secar
O peso de tanto sereno

Os habitantes da noite
Passam na minha varanda
São viajantes querendo chegar
Antes dos raios de sol

Eu te espero chegar
Vendo os bichos sozinhos na noite
Distração de quem quer esquecer
O seu próprio destino

Me sinto triste de noite
Atrás da luz que não acho
Sou viajante querendo chegar
Antes dos raios de sol

Eu te espero chegar...
Me sinto triste de noite...
Me sinto triste de noite...

Casa Encantada

Entre os muros que me cercam
Sempre posso ver
Outras terras, outros mundos
Sol ou mar
Entre os quartos onde moro
Passa um corredor
Onde o teto tem estrelas pra me guiar
Uma luz sempre acesa
Esperando chegar
Um amor na varanda
Um amigo na mesa
Qualquer um viajante
Que se quer encantar
Pelos quartos vazios

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Referências
Fonte 1
Fonte 2
Imagem 1
Imagem 2
Imagem 3

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Grande nome da música nacional! Poxa, até hoje não me dediquei a ouvi-los com atenção, apenas uma coisa ou outra daquele jeito "errado" de ouvir (só tocando aleatoriamente no youtube). Então aproveito para perguntar. O que me indica ouvir? Qual álbum? Para deixar rolar inteiro.
Esse tipo de música (como a maioria) exige na verdade um respeito que não se tem mais, um ritual, de colocar o disco (preferencialmente) ou o que for pra tocar e ouvir com atenção, degustando a música.
Obrigado pela contribuição :)

Verdade, concordo com o que disse!
Eu recomendaria o Criaturas da Noite e o Casa Encantada. São os meus favoritos pelo menos. Quando ouço a banda, deixo todas as que tenho no aleatório e posso dizer que são vários momentos que são bons na banda. Vale a pena dar uma olhada!!
Essa questão do respeito também bate no que falei ali no texto, dos outros tempos. O que a música significava de diferente pra gente dos anos 60 e 70? Isso influencia também no processo artístico. Acho fascinante essas relações entre contexto histórico e obra musical.

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