#FILMOTECA - V/H/S (2012)

Fitas encontradas em uma casa revelam acontecimentos misteriosos, violentos e sobrenaturais no melhor estilo do terror de lendas urbanas e submundo dos vídeos snuff.

Direção: Matt Bettinelli-Olpin e David Bruckner | Gênero: Terror
Ano: 2012 | Nota no IMDB: 5,8/10

ESSE TEXTO CONTÉM ALGUMAS INFORMAÇÕES QUE PODEM SER INTERPRETADAS COMO SPOILERS (apesar de eu ter evitado colocar as partes vitais da trama)

Filme um pouco polêmico, violento e que não agrada a todo mundo (vide nota no IMDB). O filme retrata um grupo de sujeitos que vivem à margem da sociedade, dentro da ilegalidade, e que têm como tarefa entrar numa casa para encontrar uma fita VHS de conteúdo desconhecido. Porém, na casa alvo da missão, eles encontram várias fitas e decidem verificar seu conteúdo, sendo surpreendidos por conteúdos perturbadores.

O estilo do filme segue o já clássico subgênero de terror chamado found footage, que seria algo como "filmagem encontrada". O mais famoso desse tipo é A Bruxa de Blair, mas temos outros como REC e Atividade Paranormal. V/H/S também lida um pouco com a questão dos filmes snuff, que são aquelas filmagens que exibem cenas reais de assassinato e morte sem qualquer tipo de efeito especial. Ou seja, as cenas são um tanto fortes e não são para quem tem problemas com teor mais violento, algumas cenas também apresentam nudez.

São 6 diferentes fitas as apresentadas durante o filme (contando com a do enredo principal, onde eles encontram as demais fitas). Chamo atenção para a primeira, a terceira e a quarta. A primeira é sobre uma estranha mulher encontrada numa festa por um grupo de jovens, ela é levada junto com outra para um quarto de motel e o que acontece é bastante perturbador. Na terceira, temos um grupo de amigos que vão acampar em uma floresta com uma fama negativa conhecida apenas por um deles. Na quarta, o formato da história é apresentado na forma de chat de vídeo entre um casal, como no skype; eles moram em diferentes cidades e no apartamento da moça estranhas aparições passam a lhe incomodar, fazendo com que ela decida investigá-las enquanto seu namorado acompanha os fatos pela conversa de vídeo.

O filme segue bem o estilo das câmeras VHS, ou seja, apresenta um estilo de filmagem típico dos anos 90, recurso que apresenta um apelo nostálgico. É normal ver grain ou chiados na imagem, o que faz parte do componente estético. As filmagens tentam lembrar filmagens reais, amadoras, e conseguem passar bem esse sentimento em muitos momentos. A ideia do filme brinca com a imaginação; qual seria sua reação ao achar várias fitas com gravações reais e amadoras de fenômenos sobrenaturais? É como entrar num submundo onde coisas inimagináveis existem gravadas e são trocadas entre pessoas de bastante influência e com estranhas obsessões. Da mesma forma, o filme traz o conceito de lenda urbana à tona. Aquela coisa com que crescemos de ouvir sobre determinada aparição sobrenatural que aconteceu numa casa, ou de gente que morreu em estranhas circunstâncias pelas mãos de alguma entidade do outro mundo... As próprias fitas com filmes snuff ou fenômenos sobre-humanos gravados pode ser vista como uma lenda urbana que ganha um glamour especial de nostalgia agora que a época das fitas VHS já passou.

V/H/S tem momentos de bastante tensão onde consegue prender bem a atenção. Como são vários trechos pequenos diferentes, o filme permite focar mais no medo momentâneo que no desenrolar de uma longa história. Pelo mesmo motivo, não há um comprometimento muito grande da atenção do telespectador ou da sua inteligência; não há um quebra-cabeça revestido de suspense. Muitos podem ver isso como aspecto negativo.

Entre as principais críticas do filme, está a sua duração, que beira duas horas, a execução do filme (a câmera trêmula feita para simular uma gravação caseira não agradou todos) e a atuação dos atores. No entanto, muitos gostaram do filme. Pode ser que, para apreciar, seja um bom começo gostar de coisas mais obscuras, estética noventista e aquela sensação de estar assistindo algo de proibido e secreto, porém real.

Referências

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Fonte 2
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