A crise no setor de mineração está braba

Com a baixa dos preços em 2018 a grande maioria das máquinas mineradoras se tornaram não lucrativas. E isso fez muitas empresas entrarem no vermelho. Muitas até já fecharam as portas e outras estão demitindo em massa.

A Bitmain, maior empresa fabricante de máquinas mineradoras anunciou demissões de mais de 50% do seu quadro de funcionários.

Todo esse desligamento de equipamentos se reflete na queda na quantidade de total de terahashes por segundo usados atualmente na mineração do bitcoin:

https://www.blockchain.com/en/charts/hash-rate

Ou seja, após chegar ao topo de 60 EH/s, caiu para os atuais cerca de 40 EH/s. Isso significa que equipamentos equivalentes a 20 EH/s estão desligados esperando alguém que queira compra-los.

E nenhuma empresa irá adquirir novos equipamentos sem antes conseguir vender nem que seja pelo menos uma parte desse legado. O difícil é achar alguém que queira comprar.

Se o setor de mineração já era um setor arriscado, a percepção de risco aumentou ainda mais, e ele hoje poderia ser descrito como uma atividade “insuportavelmente arriscada”. Tanto que nem mesmo equipamentos ultramodernos de mineração de 7 nm estão sendo vendidos, e isso apesar de eles serem lucrativos mesmo aos preços atuais do bitcoin.

Mas como nada garante por quanto tempo eles continuarão sendo lucrativos, pode ser que os lucros atuais não cheguem a conseguir pagar os custos da aquisição dos mesmos. E é por isso que suas fabricantes estão com dificuldades de vendê-los.

A “sorte” é que o bitcoin tem um mecanismo próprio de tornar a atividade de mineração novamente lucrativa diminuindo o nível de dificuldade. Mas o problema é que essa correção não é instantânea, e a mineração passa um bom tempo no prejuízo até voltar a ser lucrativa. Até lá, muito mais gente ficará no meio do caminho até que um novo equilíbrio seja encontrado nesse mercado e ele volte a ser pelo menos marginalmente lucrativo.

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