Durante muito tempo da história da humanidade o lucro foi satanizado. E quando eu digo satanizado não estou me referindo ao significado figurado do mesmo, mas o literal.

Isso porque na Idade Média a Igreja mandava em tudo e em todos. Era literalmente o governo “de Deus” na Terra. E como o lucro era visto como um pecado, a sua prática era terminantemente proibida sob pena de levar os seus infelizes praticantes para a fogueira.

Isso acontecia porque o lucro era visto como um individualismo, uma falta de caridade com o próximo. A intenção “ideal” e primária do vendedor não deveria ser lucrar, mas ajudar o próximo na sua carência de algum bem ou serviço. Principalmente na Idade Média onde as mercadorias raramente eram luxos, mas itens de primeira necessidade como alimentos e vestimentas. E ninguém deveria em tese ficar sem se alimentar ou sem se vestir só porque não tinha como pagar o lucro “ambicioso” do vendedor.

Pois bem, aqui estamos nós em 2018 e muita coisa mudou com relação a isso. Hoje sabemos que o lucro é exatamente o incentivo que o vendedor precisa pra continuar a produzir as suas mercadorias com afinco e eficiência cada vez maior. E quando a produtividade aumenta, não é só o vendedor quem lucra, mas toda a sociedade. Porque eficiência significa maior oferta e por menores preços.

Então precisamos abandonar de uma vez por todas essa satanização do lucro como algo ruim ou perverso, e ver ele como o justo salário do vendedor por disponibilizar mercadorias e/ou serviços desejados pelos consumidores, de forma local e tempestiva. É ele que leva a quem precisa aquilo que ele deseja, e merece ser recompensado por isso.

E o lucro acaba sendo a medida da riqueza gerada em cada transação voluntária humana. Porque toda transação voluntária só se realiza por ser benéfica para ambos. O vendedor só vende porque vê vantagem em vender, e o comprador só compra porque vê vantagem em comprar. E o benefício social dessa troca voluntária que beneficia a ambos pode ser medida e quantificada justamente pelo lucro da transação. E se somarmos o lucro de cada transação realizada em, por exemplo um mês, teremos quantificada toda a riqueza que aquela sociedade gerou naquele período.

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