Nos posts anteriores comecei por enquadrar a minha situação financeira no passado e expus a minha experiência com a ferramenta que é o ORÇAMENTO na gestão das finanças pessoais. Existem várias abordagens à elaboração e execução de um orçamento pessoal. Algumas delas já mencionei e outras virei a falar brevemente. No meu caso pessoal o YNAB (https://www.youneedabudget.com/apps/) acabou por demonstrar ser a derradeira ferramenta de *budgeting* (orçamentação).

Existe no entanto um ponto fraco transversal a todas as técnicas e métodos de orçamentação: a pessoa que o utiliza e as suas decisões no dia a dia.

Pois é, não basta definir metas. O orçamento pessoal é um mapa, ou melhor, um plano de viagem. Mas a escolha de fazer essa viagem deve partir da pessoa que a tal se propõe. Tendo em conta que muitas das vezes isto implica mudança de hábitos, é fácil cometer erros. Pequenos deslizes orçamentais que acabam por ter consequências inesperadas no futuro.


A área da psicologia económica explica, em termos muito simples, que os esquemas de pensamento humanos estão desenhados, ao longo de milhares de anos de evolução, para procurarem a satisfação imediata. Colher e comer agora, pois mais tarde pode já não haver alimento.

Como um gatilho consumista que dispara sempre que vê uma oportunidade. As estratégias publicitárias também não ajudam, promovendo o consumo desmedido e inconsciente em detrimento das necessidades reais do indivíduo. Por último, uma vida de maus hábitos financeiros, como foi o meu caso - e ainda é, estou a trabalhar nisso :) - acabam por ser constituir uma obstrução à eficiência financeira que se pretende.

Rumo à independência financeira... um hábito de cada vez

Para cumprirmos as nossas metas financeiras, sem que os (maus) hábitos do quotidiano sabotem os nossos planos há alguns métodos, ou mind sets que podem ser apreendidos:

1. "Pague-se primeiro!" Ou como eu gosto de dizer: Pague primeiro ao SEU futuro!
   Esta é considerada uma das máximas na gestão de finanças pessoais. Talvez a mais importante. Significa que sempre que receber, defina uma percentagem para se pagar a si mesmo. Não para gastar em cerveja, roupa, ou restaurantes. Para poupar. Assim reduz a quantia que tem disponível para gastar nesse mês, e garantindo a formação do hábito de poupar com regularidade e consistência.

2. Organize as suas contas, monitorize os gastos e identifique as "fugas" de dinheiro
   À partida, se já delineou um orçamento, já tem um plano. Parabéns! Para começar essa viagem, a SUA viagem, é muito importante tomar nota de todas as despesas e transacções. Torne isso num hábito. Tome nota. Torna a análise dos seus gastos reais por categoria muito mais fáceis e, assim também as correcções.
   
   

3. Elabore uma árvore de decisão. Faça dela o seu MANTRA!
   Imagine-se em frente aquele novo smartphone, aquele carro, aquelas jeans, aquela câmara fotográfica, etc.... na montra da loja, a olhar para si, e pense:

• Eu quero REALMENTE este produto?
• Eu preciso MESMO deste produto?
• Eu POSSO comprar sem comprometer os meus objectivos?
• Que RETORNO este produto me vai dar?
  Isto vai dissuadi-lo(a) de muitas compras fúteis. Seja honesto(a) nas suas respostas. Seja honesto(a) consigo(a) mesmo(a).
  
  

1. Saia de casa com o mínimo de dinheiro necessário.
   Para algumas pessoas implica sair apenas com dinheiro vivo, notas e moedas, e apenas o que considerar estritamente necessário para aquele dia. Deixe o cartão de crédito/débito em casa. O dinheiro "real" pode ter um efeito dissuasivo aquando de gastá-lo pois vemos a quantidade a descer em tempo real, nas nossas mãos. Para outras pessoas, como é o meu caso, oferecer resistência a "puxar" do cartão de debito/crédito é muito mais fácil do que gastar os trocados que tem na carteira. Ou seja, gasto mais facilmente notas e moedas do que pago com cartão. Procure a forma que melhor se adequa a si rumo a uma maior eficiência.