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RE: Mudança Social - Parte 4 - A Minoria da Descentralização e o Blockchain

in #psychology6 years ago

Mais uma série incrível @charlie777pt! Comecei uma serie de reflexão sobre o steemit, e se me autorizar, gostaria de trazer alguns pontos do seu texto para discuti-los, com devida referência.

Sigo sua interpretação do "blocknet", venho pesquisando e tentando elaborar um artigo para apresentar a meus grupos de estudo.

A minha base de referencias, que são diferentes das suas, se convergem em alguns aspectos. Ainda bem que não em todos, precisamos pensar diferente, é difícil muitos entenderem isso, pensar diferente é preciso, é necessário, é o que constrói, desde que haja dialogo, e elaboração, não a procura de uma razão unitária.

Em uma discussão que me motivou a levar a tecnologia blockchain ao meu grupo de estudo em psicanálise, estávamos discutindo o texto - Do sujeito clínico ao político - do S. Thibierge, e tem esse trecho que trarei:

Esse lugar dado hoje ao político, e cujos contornos nós tentamos marcar com grandes traços, é por essência imaginário, isto é, virtual - o que não o impede, naturalmente de ter efeitos muito reais... Ao mesmo tempo que ele se torna assim cada vez mais virtual e unitário, totalizante, observa-se por outro lado uma dessolidarização sensível entre certas reflexões argumentadas, de um lado, e o real do outro, como se o virtual, em posição de comando e em tempo real, constrangesse, nesse caso, a esse tipo de disjunção sistemática.

É uma porta para o potencial de subjetivação, e reflexão, que até então a própria psicanalise estava aguardando o tempo para refletir, e conseguir ver que a barreira do virtual, está alem da própria exclusão do sujeito do laço social. Mesmo que possa ter essa possibilidade, assim como tem-se de outras formas sem o virtual.

C. Melman traz em 2002 no texto Bem público, e bem privado, também uma perspectiva muito interessante.

"Então, adianto-lhes alguma coisa apenas para alimentar sua própria reflexão, pois não ousaria me aventurar a prever qualquer coisa a esse respeito: não está excluído que seja a democratização dos gozos que, de maneira inesperada, venha apagar esse corte inscrito nas sociedades pós-coloniais pela historia que puderam experimentar. Quero dizer que é daí que viria a surgir nesses países em razão do desenvolvimento dos meios de produção, uma forma inesperada de restituição do tecido social tornado coerente pela participação de cada um nos mesmos gozos, e a possibilidade, então, de se reconhecer no outro como sendo parceiro desses gozos assim compartilhados".

No caminho que a Blockchain como um bem público, nos leve a caminhar por uma nova forma de organização social, uma nova forma de ver a clinica, e também de estar aberto aos conceitos de subjetivação da atualidade, onde os sujeitos da ciência, antes excluído pelo gozo, retorna no mundo real com uma disrupção do modelo existente econômico.

Uma nova forma para o capitalismo, uma chance de diminuir a desigualdade, ainda que a acessibilidade ainda seja um problema, a organização do Estado ou serviços do Estado a partir da blockchain, seria um grande avanço. Mesmo assim não podemos esperá-los, ou não irão deixar o capital se descentralizar, continuando o feudalismo moderno, que se mantem aos olhos de quem se dispõe a enxergá-lo.

Espero continuar aprendendo com suas séries. E que possamos trazer ao steemit, textos assim, que nos faça refletir, e trazer nossas referencias. Descentralizar o saber, e produzir. Aposto no projeto @brazilians, como forma de descentralização e fortalecimento da comunidade. Infelizmente muitos que entram não entendem o proposito, e pensam no retorno a curto ou não tem muito a investir, e muitos investidores, seguem concentrando suas rendas, com diferentes finalidades. Venho estimulando o crescimento em comunidade, para que consigamos crescermos juntos, os que se propões a estimular o proof - of - brain que o steemit pode proporcionar. Delego 1000SP, e irei delegar 1500, hoje ou amanhã. Espero que possamos continuar crescente, em um modelo hierárquico, que privilegie os usuários que acreditam nos conceitos do projeto, onde a hierarquia não é unitária, é em cooperação.

Mais uma vez obrigado por poder ler esse texto, e refletir a partir dele, nos renova a esperança da descentralização, de quem veio de classe favorecida, mas experimenta diariamente a miséria que a humanidade pode propiciar, e que o Estado, não chega, por pura e simples centralização, dessa pseudo democracia que vivemos.

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Muito obrigado pelo super-comentário/post.
O capitalismo verdadeiro seria a melhor de todas as más teorias políticas se fossem respeitadas as suas regras éticas.
Mas este capitalismo assassinou a ética da livre concorrência pela dominação dos gigantes financeiros que acabam dominando os governos nacionais e que eles esperam incrementar com a sua globalização feita no interesse de alguns.
A verdadeira globalização só é no benefício de todos se for feita pela descentralização que realmente cria a verdadeira economia aberta de mercado partilhado, conforme as regras do capitalismo real.
A comunidade de língua portuguesa apenas representa 3% da economia mundial e parece ter o mesmo valor na economia do Steemit.
Precisamos reunir todos os lusófonos numa só nação da língua comum para aumentar a força por soma das partes, sem que seja necessário uma uniformização, pois os luso falantes entendem-se, bem mesmo escrevendo de maneiras diferentes.
Aqui fica o cartaz que usei para tentar reunir a causa comum da língua, mas o nosso número há um ano e pouco era diminuto.

PT-steem-cplp.png
Não haja dúvida que a psicologia tem de considerar o novo homem digital a que chamo o biota que cada vez mais afoga o sujeito psicológica.
Talvez este artigo ajude na conceptualização teórica
Os Biotas sonham com uma cidade blockchain?
No futuro as terapias terão de considerar e tratar o "homem digital" resultante da conexão do homem biológico com a virtualidade cibernética.

"A "Blocknet" transcende os territórios físicos dos países e as regras baseadas em centralização de modelos de Estados que querem legislar o que foi criado para ser desregulado e descentralizado e onde o código é Lei feito pela comunidade com propriedade coletiva e consenso tecnológico e social. Jeremy Rifkin, em seu livro recente The Zero Marginal Cost Society: A Internet das Coisas, a Comunidade Colaborativa e o Eclipse do Capitalismo, fala sobre a próxima economia partilhada apoiada por capital social, onde os cidadãos em plataformas descentralizadas com criptografia publicas que substituirão a propriedade privada pelo direito de acesso"

Como sempre obrigado pelo ensino e compartilhar referências @charlie777pt! Venho entendendo melhor a internet das coisas, termo que aprendi esse ano, antes nem conhecia. Concordo plenamente com sua visão, e que deveríamos ultrapassar a barreira dos Estados, em um modelo capitalista com mais equidade. Fico feliz e esperançoso também pela descentralização do saber, e creio que isso terá uma repercussão muito grande no futuro. Obrigado!

O início da partilha do saber começou com o Linus Torvald, gerando a "conspiração" do Open Source e agora do blockchain contra os sistemas centralizados que ocultam o conhecimento para ser usado para o lucro de alguns.
O verdadeiro modelo capitalista, foi prevertido pelos Estados para benifício de uma oligarquia.
Nos próximos posts irei falar sobre "Dialética da Libertação" mas integrando 3 fontes fundamentais da liberdade pessoal, o existencialismo, o anarquismo e o descentralismo, integrando os seu pontos comuns, suas pseudo-contradições e suas extensões para a luta pela liberdade na sociedade atual.
Espero também falar sobre assuntos mais específicos como a psicanálise de cariz existencialista e das suas relações com a anti-psiquiatria a grande arma para a total desestruturação pessoal, como possível ressureição de um novo ser humano na sua unidade e singularidade.

Estarei acompanhando. Ainda tenho questões sobre a descentralização das blockchains, que em teoria também são diferentes da prática. Onde os retentores de maior capital, comandam o mercado, por mais que seja inicial, foge a proposta inicial de descentralização monetária. Podemos ver isso com bitcoin, com o steem, e muitos outros criptoativos. Mas é só o começo também, precisaremos de mais tempo para uma análise com mais veracidade. Muitos projetos estão inciando, e acredito que devemos participar ativamente, pela descentralização aqui também, como ressalta em seus posts. E realmente espero a possível ressurreição de um novo ser humano em sua unidade e singularidade, sendo valorizado e colaborando com o meio que participa com sua singularidade, um mundo inclusivo, e acesso e oportunidades. Vamos seguindo!

Muito Obrigado pelo suporte e pelos comentários construtivos e engradecedores dos posts.
Precisamos encontrar os pontos comuns das filosofias da libertação pessoal e coletiva.
A comunidade crypto tem todas as possibilidades de concentrar as aspirações dos cidadãos desligados de estruturas centralizadoras que estagnam a evolução da Humanidade.
Vou nos próximos posts tentar encontrar os pontos comuns das várias teorias que advogam o descentralismo e a libertação pessoal e estudar as capacidades do novo conceito de descentralização tecnológica e que suporta a participação coletiva nos processos de decisão sobre os destinos dos planeta e das pessoas.

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