Steemit e criptomoedas como ferramentas para economia solidária, moedas sociais e clube de trocas

in #blockchainbr7 years ago (edited)

Uma das grandes vantagens do Steemit é ser uma porta de entrada sem custo ou necessidade de investimento para o mundo das criptomoedas e da tecnologia blockchain. Isso pode facilitar com que clubes de troca e gestores de moedas sociais testem formas de integrar ou calcular uma paridade entre a moeda digital Steem e suas moedas sociais.

Como no Brasil e na América Latina temos exemplos bem sucedidos de moedas sociais, sistemas monetários alternativos e LETS (Local Exchange Trade Systems - Sistema de Trocas Locais), uma experiência como esta pode ter grande potencial.

Acredito que para os clubes de troca e bancos comunitários que emitem moedas sociais, passar a aceitar Steem ou outras criptomoedas pode ser uma forma de ampliar os usuários, atrair jovens e incluir atividades digitais dentro dos produtos e serviços disponíveis em seus ecosistemas.

Blockchain e criptomoedas em bairros

Teoricamente, até mesmo novos clubes de trocas baseados na vizinhança poderiam ser iniciados a partir do Steemit, onde o steem funcionaria como a moeda social, exclusivamente digital. Isso não seria problema se a comunidade tiver amplo acesso à internet e celulares.

Um blog no Steemit com notícias, informaçōes e ofertas locais do bairro e da comunidade poderia ser o canal agregador, estimulando comerciantes, prestadores de serviço e clientes a interagir e transacionar com a criptomoeda. Cada um destes vizinhos passaria a criar conteúdo, promoções e ofertas, gerando mais steems e atraindo novos usuários em um círculo virtuoso.

Claro que para isso seria necessário iniciar como qualquer banco social, ou seja, ofertar produtos, de preferência bens de capital - o exemplo mais comum é da máquina de cortar frios para o pizzaiolo que ainda usa faca - que seriam pagos apenas em moeda social ou criptomoeda. Isso faria com que o comerciante passasse aceitar a moeda alternativa para pagar as parcelas.

Blockchain em Bancos Comunitários

Já em uma comunidade com uma moeda social circulando, como a que existe no Conjunto Palmeiras (Banco Palmas) no Ceará, integrar com o Steemit permitiria que criadores de conteúdo, jornalistas, músicos, designers, programadores e empreendedores digitais blockchain participassem da economia local. Imaginem que sucesso seria uma edição da Steemfest lá com todo o comércio aceitando steems :-)

Não sou economista mas talvez uma ameaça para esta ideia seja uma eventual ação de "whales" (usuários com muitas criptomoedas) externos que eventualmente se aproximassem destas comunidades para comprar recursos de forma desproporcional. Para evitar esse risco talvez sejam necessários limites, controles ou taxas para não locais.

De qualquer forma o encontro entre as criptomoedas e as moedas sociais tem tudo pra acontecer em um futuro próximo, parece que o projeto Nabucodonosor, da Escola de Redes aposta neste caminho. Apesar da vantagem de estar em português e oferecer um cartão de físico para o câmbio em reais, exige um custo inicial de R$350,00.

Neste cenário o Steemit leva grande vantagem, está tudo pronto, é só fazer um plano, reunir a vizinhança, bairro, comunidade ou favela, e começar.


Fotos sob licença creative commons no Flickr, autores ksa rosa Novo Horizonte (Moeda social Mate), Lumo Coletivo (Palme Limpe e Cédula Palmas).

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Excelente texto @wagnertamanaha! As criptomoedas certamente serão uma ferramenta de grande utilidade nas favelas e periferias através dos bancos sociais.

Mesmo que haja ação das 'baleias' isso não será ruim pois gerará maior valorização da moeda e, portanto, a economia local ganhará forças estratosféricas. Talvez seria a dificuldade de comprar a unidade? Não, desde que a moeda seja fracionada como é no Bitcoin por exemplo.

O Proof-of-Brain é uma alternativa incrível para distribuirmos as moedas dentro do contexto social, seja pelo Steem ou por uma moeda nova, e será de grande valia para incentivarmos quem vive de arte, conhecimento e cultura, já que nas comunidades a cultura é riquíssima. E essas moedas podem circular de diversas formas beneficiando quem vive de serviços ou de comércio. Todos ganham e a comunidade enriquece.

O que precisamos é de disseminar o conhecimento e promover projetos de desenvolvimento de criptomoedas para os bancos sociais, substituindo o papel por celulares, cartões nfc e até por chips. Será um grande desafio, porém em alguns anos não veremos mais pessoas passando fome ou na miséria.

Legal q vc gostou, valeu! O próprio Banco Palmas, que cito no post, tem um projeto de moeda digital e app (e-dinheiro)mas não é baseado em blochain, acho. A moeda Palafita do Banco Social da Favela da Maré (http://bancomare.com.br) foi criada no blockchain do Ethereum, segundo comentou o @joaolyra do @blockchainbrasil.

Acho que uma das funcionalidades que pode atrair as pessoas de baixa renda é a conversão das criptomoedas em créditos de celular pré-pago, o app Celcoin (onde vc compra créditos com desconto) tinha uma opção de aceitar Bitcoin que está suspensa devido a instabilidade nas tarifas de transação, ontem vi este post sobre a parceria Bitpay/Copay com o Mercado Pago: https://steemit.com/bitpay/@aldenio/usuarios-de-carteira-de-bitpay-e-copay-no-brasil-podem-agora-comprar-cartoes-de-presente-mercado-livre-na-aplicacao

Moro em São Paulo/SP mas precisando de qq ajuda pra começar algo na comunidade onde mora, fico a disposição. Sucesso e boa sorte mais uma vez!!

Um dos melhores e mais empolgantes textos que li por aqui. Eu que trabalho com empreendedorismo em comunidades onde a escassez de recursos é constante vejo isso como uma possibilidade gigantesca. Envolveria um trabalho de evangelização das moedas digitais e da própria Steemit, mas vejo com bons olhos essa possibilidade. Parabéns pelo texto, achei incrível.

Legal que vc gostou, eu acompanho as iniciativas na área e as moedas sociais faz tempo mas nunca participei na organização de um projeto. De qq forma, fico a disposição caso vc queira iniciar algo no Empreende Aí, estou em São Paulo/SP e podemos combinar uma reunião se precisar. A empresa que eu trabalho também tem um projeto social com refugiados (http://estourefugiado.com.br), eventualmente pode ser uma oportunidade para alguma forma de parceria. Eu fiz uma apresentação sobre o Steem e redes sociais em blockchain e caso seus alunos se interessem, podemos organizar repetir para eles: https://steemit.com/eventos/@wagnertamanaha/apresentacao-sobre-steem-e-redes-sociais-em-blockchain-que-mostrei-no-1o-forum-informal-da-web-descentralizada-em-sp
Valeu! Sucesso e boa sorte mais uma vez!!

São iniciativas sensacionais! Não conhecia nenhuma, ficom feliz em ver que existem mais iniciativas voltadas às comunidades e vizinhanças do que eu imagivana!
Sobre o eventual problema dos whales, acredito que isso seria um incômodo apenas no início, pois assim que os usuários percebessem a ação deles, soluções dentro da própria comunidade surgiriam!

Acho que Brasil, Argentina e Venezuela são líderes em moedas alternativas locais, geralmente aparecem mais qdo existe crise econômica e desemprego, forçando as pessoas a criarem seus próprios mercados e sistemas de troca. Mas tem esse lado solidário e de vizinhança (ou comunidade de interesses) que acho muito interessante. Qto a ação de whales, vi uma entrevista do co-criador do Steemit que eventualmente a nova função de comunidades (prevista pra entrar no ar este ano) tenha a opção de criar criptomoedas próprias conversíveis pro STEEM/SBD, neste caso não haveria esse risco da desigualdade. Vamos aguardar. Valeu!!!

Eu achei o Steemit uma forma mais fácil de ganhar dinheiro com criptomoedas do que a mineração em sí. Já tentei minerar por um tempo comprando aqueles asicminers, pagando pool de mineração... Vale mais a pena produzir conteúdo e ganhar por isso mesmo, já que você pode escrever o que gosta e, ainda que pouco, é um rendimento superior ao da mineração em geral.

Legal. Eu acredito que uma coisa complementa a outra... a mineração pra infraestrutura, a criação de conteúdo e os comerciantes/prestadores de serviço que aceitam a criptomoeda. Sucesso e boa sorte mais uma vez!

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