Análise: A Democracia - Renato Janine Ribeiro

Essa postagem disseca e traz pontos de vista do leitor (eu) acerca do capítulo 5 do livro de Renato J. Ribeiro.

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Democracia é o poder do povo, e através desse poder elencam outras pessoas para governar e tomar decisões pelo todo.

No entanto, hoje ligam democracia a qualidades pessoais que não necessitam da democracia para existir. Tais como: aberto ao diálogo, avesso à propotência, defensor dos direitos humanos, dentre outras qualidades.

Essa mudança no sentido democrático veio de acordo com as mudanças na forma do Estado agir, pois Até a Primeira Guerra onde existiam poucos governos democráticos e sim monarquias e impérios, democracia era um termo negativo.

Governos usam a muleta da palavra democracia acrescido de suas benesses para passar a imagem para o povo de que estão do lado certo e quem não quer democracia é o ruim da história. Tais quais partidos aderem ela também ao seu nome, que são o caso de: MDB, PDT, DC, PSDB, PSD e DEM.

A democracia de unanimidade vai aparecer sempre que o povo sofrer o efeito mola. Já a democracia da diferença podemos tomar como exemplo a obra "A ética da liberdade" de Murray Rothbard, onde as pessoas sejam livres para fazerem escolhas individuais diferenciadas dos demais, desde que não fira o P.N.A. (Princípio da Não Agressão), o qual pode ser estudado no livro "A virtude do egoísmo" de Ayn Rand.

Conflitos em sociedade são inevitáveis, e a democracia os resolve da maneira menos injusta para o lado perdedor. O sufrágio, ou seja, o voto, passa uma sensação de derrota limpa, de que o esforço foi tentado, mesmo que sem êxito.

Churchill já dizia que a democracia é o pior dos regimes, depois de todos os outros é claro. No entanto também afirmou que a democracia é um punhado de homens com a máquina estatal do seu lado, obrigando legalmente os demais a fazerem coisas que convém aos seus, e isso é avesso à concepção de democracia ocidental.

John Keane, autor de "Vida e morte da democracia", discorda de Winston acerca de comparar a democracia com um 'governo da maioria, porém entende que a crítica acima e o momento em que ocorreu, era contra Clement Attlee e o seu governo de uma câmara só.

Podemos levar a democracia para o campo íntimo também, tratando na esfera privada acerca de decisões. As que são tomadas no cotidiano muitas vezes não refletem a vontade da maioria, e sim de um chefe específico que tem o poder da fala e que está em sua posição devido ao seu desempenho e não através de uma votação.

Por vezes culpamos o Estado e valorizamos a sociedade, mas esquecemos que ele é o reflexo de como nós o desenhamos, por isso ele vem cada dia passando por mudanças, mesmo que mantendo uma base. É como se fosse uma árvore que se mantém a raiz e sempre que se trocam o seu dono muda os seus frutos, mas a árvore permanece a mesma.

Devemos ser sempre céticos a respeito do funcionamento da democracia. Dessa maneira evitaremos um debate estagnado, e assim podemos não ser democracia, mas sim fazer, gerar, produzir democracia diariamente.

Abraços.