Podemos pensar sobre o próprio pensar?

in #pt6 years ago (edited)


Source: Pixabay


Uma Breve História do Pensamento


É sabido que há milhares de anos estamos habitando o planeta terra. E que não estamos sozinhos como organismos, assim como não estivemos sozinhos no próprio gênero Homo. Vivemos em uma imensa diversidade biológica, dos mais variados tamanhos e organização molecular, dividindo os mesmos e diferentes ambientes. Muitos organismos biológicos já deixaram de existir, outros ainda estão a ser descobertos.

A resposta do post já está dada, já estamos pensando. Assim como nós, nosso pensamento vem de um passado, uma história. Tudo que conhecemos tem sua história mesmo que ainda esteja a ser contada. Tudo que existe, possui percurso próprio nas intempéries do universo ao qual estamos existindo. E seguimos assim, tentando construir através do pensamento humano, nossa própria história, e a história do que conhecemos em nossa realidade. Estamos ainda a desvendar muitas histórias, por via de interpretações de estudiosos da nossa espécie. Caminhando em direção ao desconhecido futuro.

Conhecemos o mundo através da nossa criação, com as funções parentais nos passando suas histórias, história que também é cultura. Desde que nascemos entramos nesse mundo, esse mundo desconhecido, construindo nossa própria história. Do mito familiar ao mito cultural.

Somos apresentados a poucas certezas, que irão variar no mundo platônico das ideias, e se encontram na diversidade humana. Na certeza que nascemos, vivemos e morremos. Sendo que a morte é uma certeza angustiante, e muito próxima a nossa existência, ofuscando a própria história e vivência, o morte é a certeza do porvir.

Quem nos introduz a linguagem humana, no mito familiar, nos deixa marcados no banho de palavras que nos introduz a linguagem humana, marca do qual carregamos por toda vida. Assim como os limites, os valores, e o próprio desejo.

Mesmo assim entre o nascer, viver e morrer, há uma sequência temporal, submetida a experiência do existir, como alguém no mundo. O existir na bela leitura de Heidegger com o mito do Desain, nos trazendo a angústia da existência.

Do história da nossa própria espécie, aos tempos atuais, muito aconteceu. Saímos de povos primitivos, a tentativas recorrentes de construir uma civilização, guardamos em locais pouco visualizados os resquícios dessa história.

Para caracterizar com um exemplo uma mudança bem recente, hoje ao nascer hoje já somos bombardeados por diversos estímulos, através de diversas percepções e sentidos. Uma infinidade de objetos nos quais somos apresentados na cultura vigente, que vieram a ser criados pela nossa espécie, e em sua maioria em tempos bem recentes em relação a nossa estadia nesse mundo.

O que isso tem a ver com pensamento?

Como seria antes? Como pensavam esses seres primitivos?

Nosso pensamento é construído de histórias. Através de línguas, linguagens, tudo em torno da palavra. É o que nos torna diferente de qualquer outro animal, com qualidades intelectuais muito além do próprio raciocínio lógico.

Somos o seres que sentem, e que atribuem palavras aos seus sentidos. No entanto sempre há algo a ser dito, e a sensação que fica do que deveria ter falado. Somos seres das palavras.Assim a cultura é a grande fonte da nossa inteligência, e os sentidos e sentimentos os melhores e mais sofisticados adjuvantes da própria inteligência.

Vamos tentar caminhar um pouco em nosso Imaginário, para além da letra morta da escrita. Uma brincadeira com as ideias.

Já parou para imaginar como seria há milhares de anos atrás? Como seria viver em um mundo primitivo?

Pare um pouco, respire fundo.

Respire fundo, puxe o ar pelo nariz, encha o peito, e solte pela boca, faça isso três vezes. Traga uma lembrança da natureza, só natureza, de um bom momento, respire fundo novamente de olhos fechados pensando nessa imagem. Após abrir siga a leitura.

Tente imaginar um mundo sem livros, casas, prédios, estradas, computadores, internet, celular, medicações, especialistas, hospitais, mercados, fogão, luz elétrica, fios, livros, carros…

Sem número, sem letra, sem calendário, sem hora, sem emprego, sem dinheiro…

Uma vastidão de natureza com pastos, árvores, água, terra, pedras e montanhas. Diversos animais, muitos dos quais enormes e que se deve proteger se possível com muita distância.

Uma natureza selvagem, da luta por espaço como qualquer outro animal, e tendo o cuidado de não ser devorado, ou mesmo mordido por algum animal venenoso, do medo constante, de ser uma presa a qualquer momento.

Sem lei, sem Estado, sem música. A preocupação é como conseguir comida, abrigo e se proteger dos outros animais.

Agora novamente, tente se imaginar nesse mundo, que você já comecou a criar em sua mente, só você e a natureza selvagem, deixei fluir as ideias para onde elas te levarem, as guie nessa vastidão das possibilidades do imaginário. Feche os olhos por um minuto e tente se imaginar a sobreviver nesse mundo.

Esse mundo que você imgaginou, é um mundo de ideias, só seu, longe de ser qualquer coisa parecida com mundo primitivo. O registro do imaginário humano. O mesmo por onde faço esse texto. Mundo de ideias que provém de uma longa história, que você já vivencia sem saber no próprio imaginário, no próprio biológico.

Hoje estamos em um mundo totalmente diferente. De muitas línguas, linguagens e palavras. De traduções, de traduções de traduções. De interpretação das traduções. Reinterpretaçoes. E no meio disso busca de novos conhecimentos.

Da onde vem o que é sabido? Quem se interessa em aprender? Em descobrir? Para que serve? É provado cientificamente?

A mente humana e suas interpretações se fia de mente em mente, nos leva ao caminho do amor pelo saber, que terá diversas finalidades. Sobretudo o fim de gerar conhecimento para utilização na busca de recursos para sustentação da nossa espécie, e também para saciar a dúvida que atormenta o insuportável não saber que o existir nos impõe.

A mente humana é incrível. As ideias se misturam nas correntes de pensamentos fundados há milhares de anos, o novo se cria, o novo também se repete, o novo e o velho se convergem e divergem, assim se funda o próprio conhecimento.

Esse acúmulo de sabedorias passou por diversas fases, por muitos reivindicadores, pela inércia e pela velocidade, por cópias, descobertas, e redescobertas.

Por onde começar? Como pensar sobre o próprio pensar?

Saberemos mais no próximo post dessa série!

Obrigado pela leitura!


Quer investir nos seus posts e na conta? Conheça o mais novo projeto da nossa comunidade no link Invista na sua conta!

Conheça o projeto @msp-brasil - Confira nossa página noSteem.Center

Faça parte do projeto Brazilian Power, fazendo sua assinatura, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Você sabia que também pode nos apoiar delegando um pouco de Steem Power e receber por isso? Obrigado!

DQmbzfnsdcKVVuXbKrjhfn7nreqAHfu8MV2LkRKkB6yBZTz_1680x8400.jpg

4.jpg

Study Session (1).png

Sort:  

Olá querido amigo Matheus.:)
Excelente post sobre um assunto labiríntico, muito díficil de articular e concetualizar, e que exige um grande esforço de escrita e pesquisa.
Como o melhor fio de pensamento nesta matéria, a melhor leitura que fiz sobre este assunto foi o livro de Bertrand Russell (padastro de Wittgenstein) a História do Pensamento Ocidental em que nunca esqueci a seguinte frase em que ele dizia:
"O único meio de se descobrir o que é Filosofia é fazer Filosofia"

Venha mais
Abraço

Obrigado pela passagem aqui, e pela recomendação do qual tenho também grande apresso que é o Bertrand Russell. Autor também que me inspira ao ter como ideal difundir o conhecimento em grande escala. E certamente trarei muito dele, e de outros autores ao qual tenho tamanho apresso. Claro que é uma proposta muito ambiciosa, além até da minha capacidade, mas que trarei sem pressa, talvez aqui podemos aprender todos juntos. E o primeiro passo invariavelmente é o amor pelo saber, a filosofia, do qual se ao que sei, a fundação de todo conhecimento que dispomos na nossa cultura ocidental, da própria ciência, e do qual se aporta bastante muitas religiões. E claro, conto com você para trazer críticas, tenho muito a prender ainda, quem navega e suporta a ignorância humana, se contenta com o prazer de aprender sempre. Também espero trazer suas contribuições, que certamente nos coloca aqui em um nível de pensamento e discussão do qual me inspirou trazer essa série. Obrigado pela complementação! Até mais! Grande abraço amigo @charlie777pt!

Fantástico post @matheus. Se encaramos o pensamento como uma função realizada pelo cérebro, é desde logo fascinante divagar sobre o mecanismo biológico em si: qual o centro responsável pelo seu funcionamento? os animais também o possuem? pode ser afetado e/ou desconectado?
Depois, há dúvidas metafísicas: há memória celular dos nosso pensamento? podem "ideias" ancestrais inlfuenciar o adn de gerações vindouras?
Seja como for, uma coisa parece certa: O conhecimento afeta o pensamento. As condições envolventes (cultura, evolução e educação pessoal) fazem a diferença entre um pensamento mais rudimentar e um mais sofisticado. Na pirâmide de Maslow o pensamento existe em todos os níveis, mas o seu conteúdo vai mudando/aprimorando consoante o tipo de necessidades associadas.
É muito bom que sejam colocados estes desafios para debatermos a nossa realidade de uma forma mais consciente.
Beijinhos


ptgram


Obrigado @isabelpereira! Você trouxe muitas questões bem interessantes. Pretendo nesse percurso tentar discutir esse tema, passando por essas questões. Te adianto, pelo menos o que é discutido e aceito pelas mentes do nosso tempo, é que nossa mente e nosso biológico são muito mais entrelaçados do que se imagina, e carrega tanto na perspectiva metafísica quanto biológico muitos resquícios evolutivos. Podemos dizer além, que ainda tem muitos indivíduos primitivos. E por último que o nosso DNA é um mapa imenso, e ao desvendá-lo descobriu-se que esse mapa é muito pouco, em relação ao que é construído em cima dele, o que alguns chamam de revolução na biologia, a epigenética. E nossa mente e o biológico, e a interação com ambiente, se moldam desde o nosso nascimento, em relações mútuas, sendo a mente o mais poderoso modelador da nossa biologia.

Não conheço a pirâmide de Maslow, mas faz muito sentido. E isso tem consequências boas e ruins, como tudo. Mais vamos desenvolvendo nossas ideias, e ao mesmo tempo distanciando do entendimento de um todo, por vezes esquecendo o próprio passado, modificando a própria língua. Sou suspeito, gosto muito desses temas. Desculpe a extensão do comentário. Obrigado pela complementação. Beijos! 😀

Thanks for using eSteem!
Your post has been voted as a part of eSteem encouragement program. Keep up the good work! Install Android, iOS Mobile app or Windows, Mac, Linux Surfer app, if you haven't already!
Learn more: https://esteem.app
Join our discord: https://discord.gg/8eHupPq

Hi @matheusggr!

Your post was upvoted by @steem-ua, new Steem dApp, using UserAuthority for algorithmic post curation!
Your UA account score is currently 3.335 which ranks you at #7424 across all Steem accounts.
Your rank has dropped 127 places in the last three days (old rank 7297).

In our last Algorithmic Curation Round, consisting of 243 contributions, your post is ranked at #219.

Evaluation of your UA score:
  • You're on the right track, try to gather more followers.
  • The readers like your work!
  • Try to work on user engagement: the more people that interact with you via the comments, the higher your UA score!

Feel free to join our @steem-ua Discord server

Coin Marketplace

STEEM 0.17
TRX 0.15
JST 0.028
BTC 62104.41
ETH 2404.22
USDT 1.00
SBD 2.49