Se ainda existisse jornalismo no Brasil
A campanha de Bolsonaro é única, um fenômeno sem precedentes na história brasileira. Como uma campanha sem um único comitê central, sem marketeiro, sem material de divulgação, sem identidade visual definida e sem dinheiro consegue liderar com folgas a corrida presidencial?
O que aconteceu no último fim de semana ao redor do país, com carreatas e comícios organizados espontaneamente pelo povo e por alguns candidatos sem grande expressividade, é simplesmente impressionante. Pela primeira vez na história é o povo que está conduzindo o candidato ao poder. Não existe uma determinação partidária que indique as ações e manipule os militantes, mas apenas uma proposta, um pacto que une a todos (candidato e eleitores).
Desconheço um fenômeno tão claramente popular e tão descentralizado. Nunca um candidato representou tão bem os seus eleitores e nunca os eleitores foram tão decisivos para a vitória do candidato.
Se ainda existisse jornalismo no Brasil, essa seria a pauta mais explorada durante as eleições.
Bolsonaro é o candidato 8 ou 80: ou você o adora ou o odeia. E esse é justamente o problema dele. Não se consegue governar sendo radical e dividindo a sociedade, mas sendo um conciliador e buscador de um meio termo. Não se convence no grito ou no medo, mas com razão e boas ideias.
A verdade, @discernente, é que a proposta do Bolsonaro ao Brasil e sua candidatura não tem nada de radical. A equipe dele une de militares, liberais e até monarquistas. O grupo que apóia o Bolsonaro, no Brasil, é o mais ideologicamente heterogêneo que já se viu. É só observar.
Não vejo dessa forma. Apesar de ele e o vice serem militares, um percentual significativo de militares não irão votar nele. Sobre os liberais, Bolsonaro tradicionalmente pela sua história política nunca foi um liberal, sempre foi mais na linha dos militares que também nunca foram liberais. Recentemente é que pra conquistar essa faixa do eleitorado ele meio que se "converteu", mas essa "conversão forçada" dele não convenceu a muitos, inclusive eu. Sobre os monarquistas sem comentários, eles apoiam qualquer coisa que lembre religião e valores morais estritos, mesmo que tenha sido um militar que acabou com a monarquia no Brasil e instaurou a república.
@discernente, é justamente por ele agrupar o apoio de toda essa gente heterogênea que o discurso dele não é radical. Pelo contrário, quem o rejeita que é radical. Por exemplo, quando um liberal diz "Bolsonaro não é liberal o suficiente" ele está sendo radical ou doutrinário, não o candidato do PSL.
Basicamente, todos os discursos que eu vi de antibolsonarismo são doutrinários e radicais. E eu vi muitos. Todos eles reclamavam de uma falta de adesão ideológica: A maioria na forma "Bolsonaro não é x, não é x o suficiente".
(E detalhe: Essa observação independe do juízo de valor sobre os temas. Eu não estou dizendo que x é ruim ou bom, nem mesmo que o radicalismo doutrinário é ruim ou bom. Esse meu ponto independe do juízo de valor)
Agora, quanto ao percentual dos militares eu não estou sabendo. Qual é sua fonte da informação quanto isso?
hahahaha ok
@felipejoys Lembrando que risadinha é argumento de ___a
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Eu percebo isso, mas tudo o que você citou, não é sem causa. A pauta principal de Bolsonaro é dar mais poder a polícia para repressão, militares na maioria dos ministérios, arma na mão do cidadão e só.
Não irei votar em nenhum, mas observo a campanha do Bolsonaro ainda muito vazia de propostas. Ele não entende nada de economia, algo que o Brasil está precisando muito hoje em dia.
Vejo a maioria dos seus adeptos, simpatizantes do Olavo de Carvalho e outros pensadores da extrema direita, que semelhante aos intelectuais da esquerda, gostam de fantasiar a sua sociedade ideal, em um mundo onde essa fantasia não faz mais sentido.
Acredito que Bolsonaro ganhará. E aqui é onde os discursos do Facebook vão para a vida real e na vida real, o negócio é mais grosso.
Valeu!