#FILMOTECA - O Destino de uma Nação | PT

O destino de uma nação é o terceiro filme de 2017 sobre a Operação Dínamo depois de Dunkirk. Enquanto o filme de Nolan (Dunkirk) nos coloca dentro do fogo e fúria em caças e barcos, o filme de Joe Wright nos leva através do fogo e da fúria nos bastidores da política.





Wright faz a configuração imediatamente clara, Hitler devorou a maior parte da Europa tendo como alvo a Inglaterra. Dentro do país, há turbulência quando o primeiro-ministro foi expulso e o secretário de Relações Exteriores Halifax (Stephen Dillane) está cada vez mais desanimado com a perspectiva de o Reino Unido se render a Hitler. Churchill é feito o primeiro-ministro e ele começa a correr - encarregado de elaborar um plano para frustrar as forças nazistas e também propor uma estratégia para resolver a situação de Dunquerque, além de fornecer esperança aos seus conterrâneos através de seus escritos. As coisas ficam ainda mais confusas quando Halifax começa a apoiar a ideia de se render para evitar a guerra, enquanto Churchill acredita no contrário.

A secretária de Churchill (interpretada por Lilly James) torna-se a cartilha e os olhos da platéia para o homem enquanto ele agita e murmura seu caminho através de cena após cena de tensão. Wright faz muito bem em demonstrar burocracia e política interna como Halifax essencialmente se torna o vilão do filme, minando cada passo do progresso que Churchill faz. Este também é um filme visualmente interessante, oferecendo cenas de ponto de vista quase perfeitas e cenas de transição estilosas que parecem frescas em armadilhas familiares de enredos biográficos. Até agora estamos insensíveis a fantasias e imagens da Segunda Guerra Mundial com as centenas de filmes que vimos, por isso é um testemunho da proficiência cinematográfica de Wright que ele consegue ser algo visualmente exclusivo para a mesa.





Mas o melhor efeito visual do filme é Oldman, é claro. Aqui está à coisa sobre o seu desempenho, é inegavelmente divertido, mas muitas vezes caminha na corda bamba entre influente e caricatural. Todos os seus discursos são proferidos com um espetáculo excitante, mas não podemos deixar de notar o esforço extra para colocar o tremor facial, a cadeira agarrando, o barulho, os ângulos de câmera que contorcem seu corpo. Criatura sobrenatural em um terno. Talvez seja porque a pessoa de Churchill era caricatural por natureza, e é difícil esperar contenção de um homem que falou como se ele tivesse grudas presas no fundo de sua garganta. A presença de Oldman é tão avassaladora que deixa o elenco de apoio como a secretária de Churchill e sua esposa Clementine (Kristin Scott Thomas) no chinelo.

Mas é fácil ser varrido pela grandiloquência, e como muitos filmes de época, este é um filme agradável com o drama apenas o suficiente para encontrar-se manipulado e entretido. É importante, no entanto, não esperar um retrato verdadeiramente autêntico de Churchill, porque sua persona mórbida e racista é higienizada e transformada em um herói de guerra. Lembre-se, ele é o mesmo cara que disse que os indianos são pessoas bestiais com uma religião bestial, e ele também se gabava de atirar em "selvagens" sudaneses em suas cabeças. Talvez um dia vejamos esse lado de Churchill nos cinemas, e Oldman, com seu talento para brincar de idiotas amáveis, será ainda mais perfeito para o papel.

Gênero: Drama, Guerra, Político
Exibição: 2018
7,4/10

TRAILER

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