Quando a ionosfera ficava turbulenta
Tive agora uma lembrança de uma noite de "há muito tempo atrás". Rádio na beira da cama sintonizado numa emissora de algum lugar distante. Noite fria. Eu sozinho debaixo do cobertor aquecido. E, no escuro do quarto, só aquela voz que vinha do rádio direto para o silêncio da minha mente. Tranquilo, eu experimentava o bom, suave e simples prazer de ouvir rádio à noite.
Nas ondas da AM, mesmo sendo noite, quando a ionosfera ficava turbulenta (diziam), a faixa era dos mais fortes (por vezes o mais forte era o silêncio ou a chiadeira). Se era por que os sinais se perdiam no espaço sideral, ou por que se misturavam na reflexão, eu não sei. Só sei que tinha que ficar na espera para voltar a ouvir a emissora novamente.
Lembro de uma voz gostosa emergindo da chiadeira e me acordando. Eu, então, notava que adormecera e sonhara um sonho que terminava misturado e influenciado pelo que vinha do rádio. Deduzia daí que a mente não desligava totalmente durante o sono. Ela continuava tentando interpretar os sons que vinham do ambiente. Isto era coisa bastante intrigante para mim que, naquela época, sabia muito pouco sobre a mente.
Por tão pouco saber, facilmente eu podia deixar minha mente só no que vinha do rádio (sem saber o valor deste tipo de atenção). Mas, por isso também, nem percebi que, naquela noite, vira o primeiro sinal de quanto trabalho minha mente ainda me daria, tentando sempre tudo interpretar.
Nas ondas da AM, mesmo sendo noite, quando a ionosfera ficava turbulenta (diziam), a faixa era dos mais fortes (por vezes o mais forte era o silêncio ou a chiadeira). Se era por que os sinais se perdiam no espaço sideral, ou por que se misturavam na reflexão, eu não sei. Só sei que tinha que ficar na espera para voltar a ouvir a emissora novamente.
Lembro de uma voz gostosa emergindo da chiadeira e me acordando. Eu, então, notava que adormecera e sonhara um sonho que terminava misturado e influenciado pelo que vinha do rádio. Deduzia daí que a mente não desligava totalmente durante o sono. Ela continuava tentando interpretar os sons que vinham do ambiente. Isto era coisa bastante intrigante para mim que, naquela época, sabia muito pouco sobre a mente.
Por tão pouco saber, facilmente eu podia deixar minha mente só no que vinha do rádio (sem saber o valor deste tipo de atenção). Mas, por isso também, nem percebi que, naquela noite, vira o primeiro sinal de quanto trabalho minha mente ainda me daria, tentando sempre tudo interpretar.
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