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RE: Relatos Enteógenos - 03 - Salvia Divinorum
Gostei bastante do texto. Principalmente por você ter mencionado a forma com que era utilizada tradicionalmente e como que passou a ser usada pelo homem moderno. Isso me assusta. É uma espécie de desrespeito com a tradição, uma forma de prepotência. Parece-me prejudicial levar coisa assim tão poderosa para um mundo lúdico. Outra coisa interessante que você ressaltou é que não era a tribo inteira que utilizava, mas o xamã! Xamã é justamente aquele "curador ferido" que assume os riscos pelos demais; é parte da função dele. Tal como a lenda daquele xamã siberiano que ingere o amanita para, através da urina, dar uma versão menos tóxica para os demais.
Enfim. ótimo texto como sempre!
Exato, amigo. Hoje em dia eu prezo muito por esse método tradicional (que inclusive é mostrado no documentário que eu sugeri), a desvirtuação ou corrupção do método tradicional é clássico nas drogas, vemos isso nas folhas de coca, na extração do DMT ao invés do chá e até mesmo no açúcar, que afinal, deveria ser no máximo, um melado. Não julgo como errado o ato de extrair, por que sabemos da importância disso e da sintetização quando pensamos na medicina, mas em termos de drogas enteógenas, alteradoras da consciência e extraídas com tamanha facilidade como eu mesmo já pude fazer, é algo muito sério e perigoso e não apenas anti-tradicionalista. Isso é um tema vasto por si só, esse desejo impulsivo de alcançar a viagem mais alta e poderosa...
Quanto ao xamã atuando como quem enfrenta as experiências em nome dos seus "pacientes", você falou tudo, é isso mesmo.
Não sei completamente a respeito da cultura que utiliza as folhas de salvia, certamente mesmo lá em meio ao uso tradicional (sério, procure esse ep da salvia que vc vai gostar) os curandeiros já não seguem um ritual completamente original, de forma que os interessados em vivenciar uma experiencia de salvia podem mascar as folhas, e não apenas o mestre.