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RE: O início da reflexão do saber humano ocidental - Origem e desenvolvimento da Psicologia 3

in #pt6 years ago

Os posts dessa série estão excelentes!
Bem aí começa o grande debate dos universais, coisa que vai muito longe, levantando disputas até hoje. Gosto bastante desse tema, principalmente quando trazemos para um campo arquetípico, tentando conciliar esses posicionamentos com algumas abordagens psicológicas. No entanto, é um debate interminável. Há quem diga que os homens nascem ou platônicos ou aristotélicos hahahahaha

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Obrigado @flaviusbusck! Gosto muito desses temas também. E me servem muito na prática clinica. Realmente é um debate interminável, e cabe várias abordagens. É muito interessante a abordagem arquétipo, gosto muito de Agostinho, e Jung bebeu muito dessa fonte. Acredito que hoje devemos nao acreditar na sabedoria, mas utilizá-la. Não precisamos ser platônicos ou aristotélicos, podemos ser platônicos, utilizando o saber aristotélico. Não há e talvez não haja um saber que vai suprir e exaurir o funcionamento humano, saber interpretar a logica, é um caminho que tendo a pensar que seria uma saída para esse mundo de extremos que vivemos hoje. Algo extremamente difícil, pois vivemos esses polos, e realmente as pessoas são ou platônicas demais ou aristotélicas demais, tudo é um equilíbrio, e por mais que digam que nascemos assim, não acredito que seja, é muito comum no meu dia a dia ver que acreditam que seja só genética, a criação e a cultura tem muitos fatores que influenciam o funcionamento humano. Obrigado pela complementação, muito bom essa lembrança do campo arquétipo, é uma área que gosto muito também!

De fato! Gosto da abordagem do James Hillman nesses assuntos, ele leva o arquetípico a um nível mais primordial, mas priorizando a imagem individual em primeiro lugar, de maneira que algo associado à água, como um sonho, não será necessariamente interpretado como relação com o materno ou com o inconsciente. Ele olhará para as associações pessoais do sujeito com a água e que tipo de sentimento foi despertado na experiência. De forma semelhante, Lacan fala na primazia do significante, aquele que significa, em relação ao significado. Com isso, entramos em posições mais moderadas e praticáveis do problema dos universais dentro da atuação da psicologia. Apenas dando um exemplo que envolve a questão.
O problema do essencialismo em oposição ao construtivismo é outro difícil de resolver; qual pesa mais, o herdado ou a influência externa? Parece-me que só através de uma abordagem moderada do tema nós podemos tocar a realidade sem muitas fantasias e distorções.

Não conheço o James Hillman, mas irei procurar literatura dela para entender a linguagem que ele traz. Eu estudo mais a psicanálise e a psicopatologia fundamental. E Lacan trabalhou muito a psicanalise, mas já estamos anos a frente, e escolas atuais vem evoluindo a teoria. Estudo muito a escola francesa, com Melman, Tyszleir, Czermark. Um grande problema da psicanalise, é que precisa de alguém muito bom para guiar o grupo, para as interpretações não ficarem aleatórias, ou não ficar preso no saber do passado, como uma crença. Em meus estudos até o momento, vejo que temos a genética como um mapa, e a criação, vivencias e cultura irão moldar o individuo. Procurando um caminho que seja diacronico, algo em comum independente do todo, e trazendo a realidade atual. Quando elaboraram muitas das teorias nao existia virtual, o mundo hoje é diferente, a psique muda, os indivíduos mudam com o tempo. Porem algo permanece em comum. Os conceitos teóricos não devem ser fixos, tampouco não podemos fazer interpretações empíricas e aleatórias. Temos muito conhecimento já produzidos, entendo que devemos procurar entende-los ao modo que o autor quis trazer, e adaptar a nossa construção, nossa pratica, há muito ainda a ser elaborado.

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