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RE: Parte 3 - A Filosofia do Existencialismo : II - Fascismo e Existentialismo

in #psicologia5 years ago (edited)

Mais uma vez, muito obrigado por ser uma das vozes que mais me tem estimulado a continuar a escrever no Steemit, que seria um sonho caso houvessem mais leitores atentos.
Não haja dúvidas que a solidão é uma doença grave que nos encurta o tempo de vida e que leva á morte cada vez mais pacientes por ano, havendo atualmente vários programas de combate á solidão no UK e EUA.
Ernst Jünger foi um dos filósofos que mais me influenciou na vida, por me ter ensinado a metafísica da luta contra as figuras do poder, pela perspectiva do anarka (não do anarquista) e acima de tudo pela sua denúncia do Deus da Máquina que seria a maior praga dos nossos dias no seu ensaio que já li mais dez vezes(como todas as suas obras) , mas ainda tem muitos pontos obscuros, no seu livro que se chama O Trabalhador e que é uma das maiores definições da atualidade, com a sua metafísica do operário que tem interiorizado o fantasma do totalitarismo e da potencialidade da dominação já introjetada e irreversível da era tecnológica moderna.
Por outro lado Jünger é sempre o primeiro europeu que desde a sua juventude experimentou todas as drogas desde marijuana cristalizada pura aos 14 anos (em 1912 experimenta peyotle com uma feiticeira na América do Sul) e passou por todas as desentoxicações por si próprio mas nunca abandonou as experiências psicadélicas do LSD destilado puro até ao fim da vida , com o seu sempre amigo Albert Hoffman e muitas figuras da literatura da altura em sessões de troca de experiências , algumas das quais tenho em programa para vir a pôr nesta série.
Cada vez que o leio o Trabalhador e outro livros dele, encontro sempre novos fragmentos desses fantasmas, o que fala da grande logevidade da atualidade da sua escrita.
Este livro foi a maior antecipação escrita sobre a emergência do III Reich, na altura quando Junger ainda visitava Hitler na sua casa até que a aparição de Albert Spier (ideologo do nazismo que passa a frequentar as festas) o levou a afastar-se deles e perceber o futuro da Alemanha, e que ele consubstanciou totalmente no livro as Falésias de Mármore onde ele sabe que o nazismo vai eclodir.
Um dia espero escrever nesta série no Steemit, a fantástica história da sobrevivência psiquica de Junger em relação a Hitler, o livro que escreve que dá origem ao primeiro atentado contra Hitler, bem como o livro Eumesville onde se encontra metaforicamente a luta total contra a submissão do seu espírito ao nazismo.
Junger e poucos mais autores, que quando nos embrenhamos na sua leitura, parece que de repente desaparece o quarto e existem dinâmicas, movimento e forças á nossa volta, o que demonstra a sua grande capacidade para induzir processos catárticos na nossa existência e quando saímos á rua parecem haver forças de novas categorias na realidade á nossa volta, que nós desconhecíamos.
Cuidado pois parece haver pessoas que por desconhecimento pensam que ele é nazi, mas ele está em Paris para evitar que o Louvre seja saqueado ( a pedido direto de Hitler) e em Paris confraterniza com os seus grandes amigos Picasso e Jean Cocteau, que bem conheciam a sua faceta anarka e o sua ação anti-totalitarista.
O seu livro "O Trabalhador" é realmente a antecipação mais viva e atual da atual sociedade em que o monstro da Técnica que engoliu o Homem semo humanizar, que já é só uma qualidade abstrata a que se pode apenas chamar Trabalho ou Labor, em que os Titãs (Poder de Deuses do corporativismo atual - politicos e empresas são a mesma coisa) dominam a Terra.
Junger queria um quarta alternativa política á trilogia do capitalismo, comunismo e nazismo.
Vou parar por aqui senão vou escrever um post, pois estes valorosos comentários estimulam grandes respostas, que me servem como material para novas reflexões e escrita, para além do meu ponto de vista.
Uma boa introdução pelo próprio aos 102 anos de idade

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Como sempre um diálogo recheado de aprendizado. Não conheço o Ernst Jünger, mas tenho muito prazer em aprender novas perspectivas de ver o mundo dos humanos. Vou ver se encontro esse livro, o vídeo é muito bom. O uso de substâncias que interagem com a consciência vem finalmente ganhando mais espaço na medicina, e acredito que pode ser um caminho interessante. No Brasil estuda-se muito com esse efeito que traz, o chá de ayahuasca. Seria bom discutir mais sobre essas interações com a articulação da psicanálise, em como essa experiência psicodélica faria o significante primordial nos deixar de marcar com a insignia da pulsão de morte. Será pela expulsão sensorial das energias sem significados? Estarei aguardando você trazê-lo com suas articulações! Grande Abraço!

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Grande amigo Mattheus, estou a aproximar-me das terapias da auto-libertação, onde irei referir muitas vezes as várias terapêuticas alternativas que foram experimentadas utilizando LSD, psilocibina ou mescalina para ajuda na relação dos indivíduos consigo próprio, para solucionar problemas de insegurança ontológica mais , como um facilitador sob a supervisão do terapeuta.
O chá do Santo Dime é um grande culto e uma instituição no Brasil, mas que já se tornou um pouco uma mercadoria que publicita o que não faz, mais reservada ás classes e artistas neo-ricos que adquirem mais um produto para promover nos seus encontros sociais.
A minha experiência ensinou-me um pouco como a Hoffman e Jünger, que estas drogas não deviam ser um fenómeno de massas á procura de divertimento, mas no fundo serem usadas por quem está preparado para se poder enfrentrar a si próprio, com uma grande capacidade analitica.
Elas são muito perigosas em certas pessoas, que por exemplo tenham depressivos ou esquizofrénicos na sua linha genética, ter sofrido depresssão ou surtos esquizofrénicos, entre outros.
Tive a sorte de ter alguns professores e mestres antigos, que trabalharam neste campo no famoso Hospital psiquiátrico Júlio de Matos, e que me transmitiram muitas conclusões importantes sob a utilização das drogas psicadélicas em pessoas com segurança ontológica diminuída.
Mas após o terminus da minha grupanálise, algumas das lacunas sobre a sensação de mais algumas barreiras do meu auto-conhecimento, foram preenchidas com LSD e Erva, mas na perspetiva de revelar e iluminar o meu interior, incluindo a visão da ligação com os outros e com os meus arquétipos de pensamento que apenas tinha vislumbrado através de Carl Jung.
Mas as drogas que pareciam abrir novas chaves para a liberdade do Homem, num tempo em as pessoas estavam mais envolvidas numa revolta efetiva, como forma de destruir a contigência moral e social duma sociedade retrógrada, e que hoje ainda marca o pensamento sobre intervenções terapêuticas como uma "Guerra contra os drogados" pois em muitos também se desenvolve uma hiper-consciência dos constragimentos sociais á liberdade de comportamento.
Não de trata de curar mas sim de mover uma batalha contra as pessoas, com orçamentos de milhões para enriquecer os laborátórios, e anular qualquer tipo de pensamento revolucionário.
Atualmente vejo os laboratórios multinacionais a desenvolver propaganda, acusando as drogas psicadélicas de gerarem a maior peste epidémica da saúde mental , para esconder a terrível praga da akatísia, que foi gerada pelas droga institucionais autorizadas que se verificaram ser muito mais perigosas que as drogas de rua.
Muito dos meus amigos que deixaram os seus filhos tomar Ritalina durante vários anos, agora estão a pagar a quem as receitou, para eliminar os efeitos da sua retirada durante o mesmo número de anos.
Irónico e hipócrita..!!!!!
Obrigado. E venham sempre mais comentários....!

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