#FILMOTECA# - "A Monster Calls" | "Sete Minutos Depois da Meia-Noite" (2016)

Fonte Divulgação (Weekend Notes)

Sinopse: O garoto Conor tem muitos problemas na vida. Dentre eles: um pai muito ausente, uma mãe que sofre com um câncer em fase terminal, uma avó que é muito rígida e os maus tratos que ele sofre - por parte dos colegas - na escola. Mas, ao ter sonhos de forma recorrente com uma gigantesca árvore que decide lhe contar algumas histórias, Conor vê a sua vida mudar drasticamente.

Todos nós procuramos (ou já temos dentro de nós mesmos) uma forma ideal para aprendermos a lidar com dor. Apesar das muitas variantes, de uma maneira ou de outra, encarar uma perda - principalmente quando ela é extremamente pessoal - nunca é algo fácil.

Em "Sete Minutos Depois da Meia-Noite", o cano de escape para deixar o depósito de dor se esvaziar é uma inusitada relação meio antagonista (pelo menos a princípio) entre um jovem com uma misteriosa árvore.

Fonte Divulgação (Variety)

O tratamento que o roteiro consegue oferecer aos acontecimentos que compõe a história é de um trato relativamente complexo por não optar entre lado bom ou lado ruim... Não há heróis e nem vilão (originando assim a relação de antagonismo que eu mencionei anteriormente). Esse é um dos aspectos mais interessantes do filme, porque ele consegue passar uma mensagem muito bonita e necessária para o telespectador sem ter que utilizar de recursos que são comumente utilizados.

A singularidade presente na ideia de criar um "monstro" para aprender a lidar com a dor confere um ar de nuvem densamente carregada no céu, mas é aquele tipo de dor necessária para que todos nós possamos conseguir nos reerguer e continuar vivendo. Através desse recurso argumentativo, o diretor J.A. Bayona aproveita o gancho para fincar uma estaca cheia de simbolismos no coração dos telespectadores... Porque além de uma direção muito firme e correta, ele consegue criar momentos assustadoramente emocionantes e ao mesmo tempo, inspiradores.

Fonte Divulgação (Indiewire)

Um mar de sentimentos se faz presente no decorrer de toda a trama. Repleta de situações e frases reflexivas, essa fábula dramática tem o poder de fazer qualquer pessoa parar para pensar sobre os próprios valores e sobre o que elas desejam para si mesmos (e para os outros). Isso se deve ao contrastes de ideias que são a alma da história... Porque embora as conversas do jovem Connor com a árvore tenham consequências negativas na vida real (pelo menos na visão particular dele), elas o ajudam a escapar da triste realidade.

Caso você esteja imerso o suficiente dentro da história e se permita reconhecer em uma das determinadas situações / personagens que o filme apresenta... Logo constatará o quão poderoso e empático é esse projeto. Toda a experiência se torna ainda mais impactante com a ótima utilização dos efeitos especiais (garantindo vários momentos singelos dentro de sua amplitude) e uma tocante trilha sonora (que de tão pontual, se torna um elemento essencial no resultado final).

Fonte Divulgação (Awards Daily)

Utilizar uma fábula como recurso principal para contar uma história não é algo exatamente original no Cinema. Aliás, é até um recurso já muito conhecido entre os diretores e roteiristas. Mas o cerne da questão não é utilizar um recurso "batido", mas sim... O que é possível acrescentar a partir da sua utilização.

Então, conseguir fazer o que "Sete Minutos Depois da Meia-Noite" faz (um filme onde os personagens são tão bem construídos - destaque para Felicity Jones e Lewis MacDougall -, que eles acabam se tornando - em vários momentos - maiores do que a própria história em si) é realmente uma maneira admiravelmente honesta de dizer que todos tem a capacidade de superar as suas dores... Não importam a o tamanho nem a dimensão delas.

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