#FILMOTECA# - "The Wife" | "A Esposa" (2017)

in #filmoteca6 years ago (edited)

Fonte: Divulgação (Daily Express)

Sinopse: Enquanto viaja para Estocolmo com o marido, que receberá o Prêmio Nobel de Literatura, Joan questiona suas escolhas de vida. Durante os 40 anos de casamento, ela sacrificou seu talento, sonhos e ambições, para apoiar o carismático Joe e sua carreira literária.

Quantas vezes você já decidiu anular-se perante o sucesso de outras pessoas? Optando por esconder os seus próprios talentos em benefício da carreira de terceiros que geralmente são pessoas muito próximas a você? Sem dúvidas, há sentimentos muito fortes envolvidos nessas questões e tentar julgar os acontecimentos do lado de fora da caixa é mais fácil do que tentar entender aqueles que realmente vivenciam esse tipo de situação. Tudo isso - e muito mais - pode ser visto neste poderoso drama familiar de proporções gigantescas.

Fonte: Divulgação (The Verge)

O recorte cinematográfico aqui é responsável por abordar a omissão de uma mulher (que tinha muito talento para se fazer brilhar) perante ao sucesso do marido, colocando o tão estimado casamento em jogo. Ao passo em que isso, gradativamente, acontece... Um caminho de aceitação e principalmente e liberdade - ainda que tardio - para uma mulher até então desacreditada dos próprios desejos surge de maneira inesperada.

Após questionar-se por anos sobre a sua decisão de apagar-se perante a construção de um matrimônio, Joan vê uma oportunidade de mudança quando começa a ser assediada por um insistente jornalista que deseja escrever uma provocante biografia de seu esposo, Joe. Esse parece ser o cenário perfeito para que ela relembre todos os episódios (muito deles bem complexos) que construíram Joe a sua imagem e semelhança.

Fonte: Divulgação (Boston Globe)

O roteiro (que é baseado em um livro de mesmo nome) coloca em cheque a credibilidade da relação de um casal que é sim construído por muito amor, mas também por muitos aspectos que remetem ao individualismo e principalmente a falta de amor ao próximo (algo que ganha um peso dramático de suma importância por se tratar de um casal que já está junto há muitos anos), bem como a ocultação de segredos dolorosos em prol de uma "bela imagem de cartão postal".

Glenn Close e Jonathan Pryce foram uma dupla incrível em cena (a junção das presenças deles em tela é algo que se encaixa naturalmente). Com papéis fortes e profundos (e em vários momentos, desafiadores), eles tem uma química explosiva que confere ao drama a carga emocional que lhe é necessária.

Enquanto o personagem de Pryce revela-se cada vez mais egocêntrico (ganhada facilmente a apatia do público, demonstrando a habilidade dele como ator) quanto ao mundo e as pessoas ao seu redor, Close entrega uma atuação bem intimista, porém estupendamente fenomenal mediante ao trabalho de expressão fácil que ela faz (cada olhar dela é capaz de demonstrar um tipo de emoção diferente e isso é extremamente marcante em sua performance, aliás... digna de Oscar, algo que ela já merece há muitos anos).

Fonte: Divulgação (Vulture)

Uma edição de cenas privilegiada cria ótimos contrastes entre o passo e o presente, fazendo com que o público seje transportado por entre as décadas de maneira imersiva, tornando-se assim, "novos personagens" que compõe a trama e dessa forma, se aproximem ainda mais dos dramas vivenciados pela protagonista. Vale ressaltar também a trilha sonora, que é simples (porém muito sensível e bonita), e também eficientemente utilizada em momentos engrandecem o filme de uma maneira bem assertiva.

Björn Runge é o responsável pela direção e a maneira como ele decidiu conduzir a narrativa foi muito inteligente porque ele não optou pelo drama apelativo. Fugindo constantemente dos clichês que seriam armadilhas fáceis nesse gênero de filme, ele entrega um trabalho tocante e muito bem apresentado, cheio de momentos dramáticos e questões pessoais que valem à pena serem debatidas (principalmente por quem já viveu ou vive algo parecido com o que está sendo contado).

Fonte: Divulgação (Hollywood Reporter)

Incrível desde os seus primeiros minutos até a sua última cena (que por sinal, entrega uma conclusão bem emotiva para a trama), A Esposa é o tipo de filme com uma carga emocional bem distribuída, capaz de atacar o íntimo de cada espectador de uma maneira quase impossível de se imaginar. Tudo converge para uma história aparentemente simples, mas que é tratada de maneira extraordinária.

Sort:  

Interessante esse filme, até hoje tem pessoas que se privam de seus talentos para ajudar o outro, vou ver se consigo assistir, me parece uma boa indicação!

Obrigado!

ptgram

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Veja assim que possível, @alexandrecseco.

Tenho certeza que tu vais curtir muito!

"Close entrega uma atuação bem intimista, porém estupendamente fenomenal mediante ao trabalho de expressão fácil que ela faz (cada olhar dela é capaz de demonstrar um tipo de emoção diferente e isso é extremamente marcante em sua performance..."

simmm!

"...digna de Oscar, algo que ela já merece há muitos anos."

SIMMMM!!!!

@wiseagent, você não poderia fazer uma resenha melhor que esta. Ao menos disse tudo que eu gostaria de dizer e muito mais! Eu assisti a este filme há uns meses atrás, sem grandes expectativas e terminei o filme apaixonado pelas expressões da Glenn Close. Ela sem dúvida nenhuma merece ganhar o Oscar de melhor atriz por este filme e acumulado por tantas indicações que já recebeu. Além disso já vem ganhando e até mesmo empatando nessa temporada de premiação, você viu?

Close_n_Gaga
Imagem: zimbio.com

Muito obrigado por mais essa excelente contribuição!

Um abraço e até a próxima!

Oscars_TheWife

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Fala, @leodelara!

Obrigado pelo comentário! Sempre bom ver você comentando as minhas reviews. ;)

O filme é realmente incrível e tinha que ter uma protagonista a altura a sua qualidade. Glenn Close é incrível e se ela não ganhar agora (acho que será a sétima indicação dela!)... O negócio pode azedar e mais uma injustiça será feita.

Quanto ao empate da premiação, eu confesso que não gostei muito. O papel da Lady Gaga em A Star In Born é bem interessante (e ela está muito bem nele, inclusive), mas ao meu ver, não tem força para tanto destaque em premiações.

Concordo contigo @wiseagent.

Acho que no Oscar, com o atual procedimento de votação duvido muito disso se repetir qualquer dupla premiação inteira, principalmente na categoria de melhor atriz. Tenho pleno acordo que em A Star Is Born ( <- minha review acabou de sair), a atuação de Lady Gaga está excelente e excedeu as expectativas de muita gente. Mas que isso não significa que ela merece um Oscar já de cara! Eu ainda não assisti A Favorita, pra afirmar que a Olivia Colman está equivalente ou melhor (o que duvido) que a Glenn Close. Mas uma coisa que eu fiquei sabendo ontem que The Wife levou 15 anos e A Favorita levou 20 anos para serem produzidos. Vi isso assistindo uma entrevista entra atrizes indicadas nessa temporada de premiação, em que estavam presente além da Close e Rachel Weisz (vou deixar o vídeo abaixo, caso você ou alguém tenha interesse).

Não só as duas, mas as outras atrizes também, frizaram bastante a dificuldade para conseguir atores para certos roteiros em que personagens mulheres são centrais, como nesses dois filmes. De qualquer forma, é sempre maravilho ler ser suas reviews, as vezes eu meio que sumo porque desse meio até o final (no momento) do mestrado tem me matado aos pouquinhos... Acho que vc já percebeu que quando eu comento, gosto de fazer comentários bem comentados né? hehehe Até demais as vezes. Mas estou sempre por aqui de olho! Isso você pode ter certeza.

Abraço e até a próxima!

AssLeodelara

P.S.: Eu ainda estou te esperando no Discord pra conversarmos!

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