#FILMOTECA# - "The Bye Bye Man" | "Nunca Diga Seu Nome" (2017)

Fonte: Divulgação (Medium)

Sinopse Três estudantes universitários decidem sair para acampar no tranquilo estado do Wisconsin, nos Estados Unidos. Mas os planos de terem alguns dias de diversão e descanso são interrompidos quando suas vidas se cruzam com o temido "Bye Bye Man", uma criatura mística e sobrenatural que acaba perseguindo-os. Agora eles vão ter que lutar para sobreviver, contra este que é a raiz de todos os atos maus do homem.

O campo do terror sobrenatural está se tornando cada vez mais saturado (ainda que hajam alguns bons exemplares vez ou outra). O plot central das narrativas giram sempre em torno de algo inominável, que não tem origem (ou quando tem, é algo bem subjetivo) e - aparentemente - não há como ser derrotado por completo. Neste último cenário, Nunca Diga Seu Nome mostrou que fez muito bem a sua tarefa de casa de como não fazer um filme de terror.

Fonte: Divulgação (Variety)

Inicialmente, a sequência lógica da narrativa que constrói esse filme tem uns lapsos bem interessantes (mais precisamente nas primeiras cenas do longa que por serem abruptas demais, garantem uma atenção especial para os seus desfechos) e que deixam o telespectador meio apreensivo com o que virá a seguir... Mas, as cenas que se seguem no decorrer da projeção são, na verdade, um amontoado de erros em todos os sentidos.

A insistência do roteiro em investir em um clima de obscuridade acerca do grande mistério da história é excessivo e sem força alguma para se manter de pé. É como se o filme estivesse andando em círculos (apostando em cenas de suspense que não causam nenhum tipo de susto) e dessa forma, não consegue desenvolver - pelo menos não de uma forma satisfatória - a própria trama (que por ser bem simplória não demandaria um trabalho tão complicado).

Fonte: Divulgação (The Ringer)

Apesar de bem intencionado, não há nada que se salve aqui (algo que é negativamente impressionante, considerando o mar de possibilidades que filmes com essa temática possuem). O roteiro é pretencioso demais e impactante de menos (aliás, bem menos do que aparenta ser), repleto de monotonia e praticamente sem reviravoltas (há apenas uma única delas na conclusão do terceiro ato, mas que também não é tão substancial quanto deveria ser) garantem momentos épicos de tédio em seus 90 minutos.

O elenco é de uma precariedade tremenda (nem a Carrie-Anne Moss - apesar do pouquíssimo tempo de tela e uma personagem super descartável - se salva). Não há nenhum tipo de sintonia entre eles e seus respectivos personagens (totalmente à base de clichês mal utilizados), são todos desenvolvidos de formas extremamente rasas e entediantes (incluindo os próprios coadjuvantes, que são tão ruins quanto os protagonistas).

Fonte: Divulgação (The Grand Cinema)

Não há relevância também no trabalho feito pela direção, porque o que Stacy Title deixa na tela é a impressão de um desleixo monumental em não conseguir converter nenhuma das cenas do filme em algo viável (há um apelo constante pela surrealidade da narrativa que se torna um incômodo pela projeção inteira), muito menos, em tentar extrair alguma coisa de bom do elenco ou tentar apresentar a trama de uma forma diferenciada... É como assistir a um trem em pleno descarrilamento.

Há uma tentativa da trilha sonora que até soa como algo diferente (que é uma harmonia mais "punk" entre as músicas e as cenas), mas, para quem já assistiu há muitos filmes do gênero, sabe que não há nada de novo ali (sendo apenas um recurso preguiçosamente reciclado). A edição de cenas corrobora para o andamento lento do filme (principalmente por ser algo bem mal pensado) e por fim, a grande ameaça da trama - que é invocada de uma maneira quase infantil - acaba sendo algo forçado sem definição.

Fonte: Divulgação (Sou Cult)

Nunca Diga Seu Nome soa como uma piada pronta e que pode muito ser utilizada para não indicar esse filme para outras pessoas assistirem (nem mesmo como um passatempo descompromissado)... Mas, o mais irônico nisso tudo é que há um potencial real na história, só que pela execução desastrosa, o filme perde todo o seu valor.