Depressividade

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Foto meramente ilustrativa retirada do site bp.blogspot.com/_lPCKmqNhqr0/S9DwokUqVwI/AAAAAAAAAyE/X7OiGTnl0vo/s400/downloa-despertador-para-pc-free.jpg

Fala pessoal, hoje não tenho muito tempo, mas estou planejando trazer alguns conceitos, desde a base, e construí-los ao longo das postagens. Então, hoje para não ficar sem post, intitulei "depressividade", que é um conceito muito debatido ultimamente, principalmente pela psicanalise francesa. Depressividade é diferente da entidade nosológica Transtorno Depressivo, inicialmente trazida como um sinal de melhora do Transtorno do Humor Depressivo, e hoje para além disso, também como um estado diário, podendo ocasionar o Transtorno Depressivo. Em uma explicação bem simplista é um termo usado, para explicar a dinâmica do cansaço, preguiça, astenia, do dia a dia, mesmo não tendo um quadro que chega ao ponto de doença, mas que gera um sofrimento psíquico diário, pelas demandas do tempo cada vez mais corridos para muitas pessoas, deslocando as zonas de prazer dos afazeres diários, tornando uma obrigação, uma luta, para algumas pessoas, lidar com o dia a dia. Assim trouxe uma poesia autoral, que não é um poema, devido a falta de estrutura de linguagem, para se justificar como um poema, é uma poesia que traz uma ironia, uma brincadeira, com base nesse conceito.

"As novas expressões do mal estar são fáceis de observar clinicamente. Eu as tenho registrado há
muitos anos sob vocábulos bastante simples, sob o termo depressividade, uma depressividade ambiente que
nós mesmos suportamos muito, vivemos em meios mais e mais depressivos, mesmo de maneira associativa
(....), tudo está bem mas em um ambiente que contudo, permanece depressivo e mesmo, para os mais
jovens, o que é surpreendente. Então, depressividade." Jean-Jacques Tyszler

                                                                                     Despertar diário

Nas profundezas do inconsciente, ouço um barulho estridente,
Não quero... digo, não entendo direito,
Está tão confortável, quente, aconchegante,
Não sei se estou sonhando ou acordando,
Mas esse barulho não muda, não para, será que já é de manhã?
Não quero... digo, não acredito, acho que é o despertador,
Quero acreditar que estou sonhando,
Que é o barulho de uma bomba e o mundo vai acabar,
Não estou sonhando, é o despertador, odeio esse toque,
Continuo ouvindo, vai parar sozinho,
Mas não para,
Abro os olhos com dificuldade, em imenso esforço, adio mais cinco minutos,
O corpo pesado, mais um dia, dia de trabalho,
Tenho que agradecer, pelo menos tenho trabalho,
Porém não fica mais fácil levantar, respiro fundo de novo,
Estico os braços e as pernas, estou com tanto sono,
Meu Deus, estou atrasado, tenho que levantar,
Abro os olhos, fecho de novo, não quero levantar,
Ainda posso mais cinco minutos, não estou aguentando,
Preciso de um dia de descanso, um pouco de férias,
Respiro fundo, estou atrasado, tenho que levantar, mais um dia normal,
Não que não queira trabalhar, só precisava descansar,
E mais uma vez esse barulho, não aguento mais esse despertador,
Agora vou levantar de vez,
sento na cama, olho em volta,
Deito de novo,
Só mais cinco minutinhos.

04/12/2017

Boa tarde!

Referências Bibliográficas:
1 - http://www.scielo.br/pdf/rlpf/v5n4/1415-4714-rlpf-5-4-0150.pdf - Um elogio à vida psíquica de
Débora Siqueira Bueno
2 - Texto Seminário AS NEUROSES PÓSFREUDIANAS -19 de novembro de 2016 - Jean-Jacques Tyszler