Bem a polêmica do momento não é pouca. Cogitou-se que as forças de segurança do Rio de Janeiro poderiam ser autorizadas a usar franco-atiradores para literalmente abater cidadãos que aparecem em zonas conflagradas pelo tráfico de drogas perambulando pelas ruas portando armas de uso exclusivo das forças armadas.

A princípio eu sou a favor. Um cidadão que está numa zona dominada pelo tráfico portando arma do exército não está lá pra brincar de tiro ao alvo. Está lá realmente porque faz parte do tráfico e está fazendo a segurança da área.

Ninguém sai no meio da rua portando uma arma militar só porque acha bonitinho fazê-lo. Faz porque tem um objetivo bem claro, que é obviamente fazer a intimidação e mostrar quem manda naquela área.

E obviamente numa situação de perigo tão grande como essa não vale a pena mandar um policial ir lá perguntar ao cidadão o que ele está fazendo com aquela arma no meio da rua. Não dá pra conversar com um sujeito fortemente armado como esse apostando que ele será um cidadão de bem. Seria muita inocência e fatalmente poria a vida do policial em altíssimo risco desnecessariamente.

Então a princípio eu sou a favor. Porém a questão não é tão simples assim. Imagine que os próprios bandidos, sabendo que a polícia está atirando pra matar qualquer um que esteja na rua portando armas de guerra, comece a obrigar os moradores inocentes da área a fazer isso. A polícia iria começar a matar inocentes, e só depois iria saber que eram inocentes.

Ou pior que isso, imagine que os traficantes comecem a sequestrar pessoas e a leva-las para a favela pra servir de vítimas da polícia. Ou mesmo sequestrar até policiais e seus familiares pra fazer isso. Ou seja, ia começar a acontecer matança de inocentes e a imagem da polícia iria para as cucuias. A repercussão pública disso seria horrível.

Então embora isso pareça ser uma boa ideia e bem eficiente para combater o crime, os seus efeitos colaterais podem ser terríveis. Será muito difícil convencer as pessoas que a diminuição do crime compensa a morte de possíveis inocentes.

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