Paulista Video Clube, locadora de vídeos em japonês em São Paulo/SP.

Em tempos de Netflix fica difícil imaginar que alguém ainda tenha a disposição e os aparelhos para assistir filmes, séries, novelas, musicais, desenhos animados e programas de tv em fitas VHS ou Betamax, mas no subsolo de uma galeria em um prédio na Avenida Paulista encontrei esta antiga videolocadora ainda com as portas abertas. Pra quem não lembra ou nunca ouviu falar, Betamax era o formato de vídeos da Sony, empresa japonesa de eletrônicos, que perdeu a disputa pelo domínio do mercado para o VHS, utilizado pelas concorrentes como a JVC e a Panasonic.

Quando conheci a locadora de vídeos Paulista Video Clube nos anos 90 talvez, era possível alugar fitas com gravações da tv japonesa, quase sempre sem legendas em português e muitas vezes com os intervalos comerciais. O Betamax era opção pois parece que, diferente do resto do mundo, no Japão ainda era preferido. Com a chegada do DVD ambos os formatos foram substituídos, lembro vagamente de ter visto até títulos em Video CD (tecnologia que veio antes do DVD) no Paulista Video Clube, mas não lembro se cheguei a alugar DVDs de lá.

Por curiosidade e pensando que pudesse ajudar no aprendizado da língua, cheguei a ficar sócio da videolocadora e assistir alguns videos do acervo. Dorama (série ou novelas dramáticas), anime (animações), tokusatsu (série de monstros e herois espaciais), documentários e filmes de longa metragem exibidos na TV eram meus preferidos. Isso foi muitos anos atrás, desta vez nem entrei no local pra conferir se ainda estão em funcionamento da mesma forma como antigamente. Hoje em dia as pessoas acessam direto da internet ou compram DVDs baratinhos em camelôs e lojas no bairro da Liberdade, bairro oriental da cidade.

Tudo indica que a oferta das produções audiovisuais japonesas para videocassete era feita de forma informal, caseira, sem autorização ou direitos autorais das TVs ou produtoras do Japão. Talvez parecido com alguns cinemas ambulantes que circulavam pelas colônias de imigrantes japoneses espalhadas pelo interior do estado de São Paulo, com projetores a gerador, levados de forma itinerante em cima do caminhão. Mas diferente do que aconteceu depois, nos anos 50 e 60, quando as grandes produtoras de cinema Toei, Shochiku e Nikkatsu tinham representantes oficiais no Brasil e exibiam seus filmes em cinemas de rua - no auge chegaram a ser 4 (Cines Niterói, Nippon, Tóquio/Nikkatsu e Jóia) - na capital paulista. Hoje o cine Jóia é uma casa de shows cuja programação com bandas que interessam ao público mais jovem ainda não me motivou em visitar, por outro lado, cheguei a conhecer o extinto cine Niterói pois minha avó me levou pra assistir Godzilla quando eu era pequeno :-)

Valeu! Sucesso e boa sorte mais uma vez!!

Foto de minha autoria liberada sob licença Creative Commons CC BY. Imagem original em tamanho maior disponível no Google Fotos. Tirei outras fotos mais recentes (a do post é de 2005) quando passei lá novamente no mês passado - 1 e 2 - onde dá pra ver que por fora não mudou quase nada.

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