Produtividade ameaçada

Semana pós-feriado emendada com uma agenda lotada de compromissos e um fim de ano à espreita é sempre mais difícil se manter focado em qualquer atividade. As motivações parecem que já estão virando resoluções de ano novo. De repente, os pensamentos já estão no Natal. Tempo de decisões está próximo; pouco mais de dois meses. Trata-se daquelas escolhas bobas para alguns e difíceis para outros relacionadas à noite de Natal e passagem de ano. Antes disso, ainda tem a correria das compras de presentes para os que cultivam esse hábito.

Por enquanto, não estou refletindo nesses pormenores, mas sinto-me com a produtividade ameaçada. Nesses últimos dias, já andei meio ausente do Steemit e dos meus afazeres do dia a dia. Está certo era feriado. Depois dele, percebo que não se resume apenas nisso. Basta encarar que o fim do ano está bem próximo. A operação metrô já começou: “velocidade reduzida e maior tempo de parada.”

Alguns podem considerar um pouco cedo para esses tipos de sentimentos. Talvez, de qualquer forma, eles vão te encarar uma hora ou outra, seja agora, daqui alguns dias ou nas vésperas do Natal e fim de ano. Quanto mais tarde nos depararmos com a falta de ânimo pode ser melhor. Tenho uma teoria de que a produtividade ameaçada transcorre um período condizente com o seu início. Ou seja, se começar a senti-la agora, ela se estenderá até o fim do ano. Ao contrário disso, existe a chance de pendurar até o Carnaval. Aquela história que alguns acreditam: “o ano só começa depois do Carnaval.”

Independentemente disso, o próximo ano aparenta ter um agravante: Copa do Mundo. Não dá para negar que todos os anos passam em uma velocidade assustadora, porém quando é ano de Copa a velocidade parece triplicar, ainda mais quando o Brasil vai para as finais. Dessa forma, já podemos nos sentir em 2019. Tudo bem, não é para tanto.

Às vezes, fico curiosa para saber se o sentimento de produtividade mínima e ameaçada que toma conta da vida dos brasileiros às vésperas do fim e início de ano é um comportamento local ou se repete em outros países. Pelo mundo, temos a má fama de preguiçosos. Discordo totalmente dessa alcunha. Não é possível generalizar. Pelo contrário, por aqui trabalhamos e muito. É só levar em consideração as jornadas de trabalho estabelecidas e os incontáveis trabalhadores de plantão que pouco folgam. Muitos deles são percebidos de longe por estarem mantendo as coisas em funcionamento ou apenas se deslocando pelos transportes antes ou depois de um dia cheio.

Outra teoria minha em relação à produtividade ameaçada pelo tempo e as (pre)ocupações na vida dos brasileiros é a ansiedade. Acredito que somos ansiosos demais. Não vou discorrer muito sobre isso agora. Resumidamente, basta observar quando estamos próximos de um evento importante, normalmente ficamos pensando demoradamente sobre ele, notando ou não já estamos antecipando os fatos.

Enfim, é difícil não se preocupar um pouco com o fim dos ciclos. Nesse caso, a ansiedade está no interesse em descansar um pouco depois de um ano de trabalho duro. Claro, que ainda dá tempo de correr atrás dos planos deste ano, só ignorar a improdutividade.

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