A rotina de trabalho de grandes escritores

Escrever nem sempre é uma tarefa fácil, até mesmo para os grandes escritores. Eles não precisam muito de motivação, mas a concentração e doses extras de inspiração são sempre bem vindas. Para um método de trabalho eficaz, eles buscam construir hábitos sólidos para continuar escrevendo suas obras.

Alguns deles, inclusive, procuram conhecer melhor a rotina de seus colegas como incentivo a mais. É o caso da escritora Maria Popova que listou algumas experiências alheias em seu blog Brainpickings.

Motivação, concentração, inspiração e algumas manias (Foto: Free-Photos/Pixabay)

As rotinas e manias de alguns escritores

Haruki Murakami (1949)

Autor do livro Do que eu falo quando eu falo de corrida, Murakami tem uma história de vida bem interessante, inclusive relatada neste livro. Ele não é um desses exemplos que escreveu desde sempre, ele acabou se tornando escritor ao longo da vida, em decorrência de alguns acontecimentos e hábitos novos.

Sua rotina de trabalho tem muita relação com hábitos saudáveis de prática de atividades físicas e alimentação. Quando está se dedicando a um romance tem o costume de acordar às 4h e trabalhar por cinco ou seis horas seguidas. À tarde, corre ou nada, às vezes ambos. Na sequência, pode ler um pouco ou ouvir música. Então, dorme às 21h.

Simone de Beauvoir

A francesa costumava ter uma rotina simples e focada. Por volta das 10h, começava o seu trabalho seguindo até às 13h. No período da tarde, gostava de fazer uma pausa. Então, retomar às 17h e seguir até às 21h. Ao término, gostava de se dedicar nas revisões e correções relendo tudo.

Victor Hugo

Autor do clássico “Os Miseráveis”, o francês para cumprir o prazo de entrega da obra O Corcunda de Notre Dame resolveu se livrar de todas as suas roupas. A única peça que se permitiu foi um grande xale cinza.

Ele não foi o único a usar essa técnica. O escritor John Cheever tinha o costume de escrever só de cueca. Já Franz Kafka gostava de se exercitar nu na frente da janela para manter a mente saudável.

Truman Capote

Autor do romance A Sangue Frio, gostava de escrever quatro horas por dia. As revisões ficavam no período da noite ou na manhã seguinte. Ele optava por duas versões manuscritas a lápis, antes da cópia definitiva.

Além disso, tinha alguns hábitos supersticiosos, como não começar ou terminar nada às sextas-feiras.

Ernest Hemingway

O escritor gostava de começar o mais cedo possível. As características mais curiosas são escrever em pé e o hábito de encerrar no meio de uma ação. Para ele, a tentação de escrever as cenas engatilhadas é grande, mas guardar para o dia seguinte é a melhor opção, pois a retomada se torna mais fácil. Afinal, o começo é sempre o mais difícil.

F. Scott Fitzgerald

Alcoólatra, o autor de O Grande Gatsby, não tinha um horário de trabalho. Ele costumava levantar às 11h e escrever a partir das 17h até a madrugada. Em muitas ocasiões, tinha a facilidade de escrever 8 mil palavras em pouco tempo. O seu impedimento maior foi o álcool, à medida que acreditava ser necessário para o seu processo criativo.

Jonathan Franzen

Conhecido pela obra As Correções, ele chegou a escrevê-la no escuro. Com uma grande dificuldade de concentração, o escritor mais contemporâneo recorreu a essa técnica mesmo trabalhando em um estúdio com paredes à prova de som e uma janela de vidro com revestimento duplo. Além disso, recorria aos tampões e protetores de ouvido. Segundo ele, é necessário manter a mente livre de todos os clichés.

Friedrich Schiller

Poeta, filósofo e historiador alemão, ele também tinha o costume de escrever até de madrugada. No entanto, para continuar acordado recorria a água gelada, mergulhando-a nos pés. A sua gaveta era cheia de maçãs podres, segundo ele, o cheiro o motivava.