Sempre fui um entusiasta por tecnologia, mas confesso que a componente do hardware sempre me passou ao lado. Durante muito tempo, o meu foco esteve na criação de software, mas recentemente fui forçado a olhar mais para o lado do hardware. Isto porque nos últimos 5 anos, tive uma série de avarias nos meus computadores portáteis, o que não é nada bom para quem trabalha na área das tecnologias da informação. Portanto, por volta de abril deste ano, decidi informar-me o mais possível sobre o modo de como os computadores funcionam, como se montam e como fazer a sua manutenção. Foi por volta desta altura que comecei a seguir canais de Youtube como Linus Tech Tips, Techquickie, Jayztwocentz, Bitwit e Paul’s Hardware.

Curiosamente, em junho do presente ano, o meu computador mais recente avariou, e fiquei sem um computador para trabalhar até há umas semanas para cá. Portanto, após meses de pesquisa, decidi que estava na altura de pôr em prática tudo o que aprendi e de montar o meu primeiro desktop.

A escolha das peças

Já que o meu objetivo era montar uma workstation para trabalhar em todos os ramos da multimédia, incluindo produção de vídeo e animação 3D, decidi basear o meu desktop num dos novos processadores da AMD Ryzen, assim como numa GTX 1070 como placa gráfica. Mas porquê um Ryzen? Estes novos processadores, que saíram este ano, têm performances muito boa a nível de produtividade, assim como possuem preços muito atrativos, comparados com os processadores da Intel. Neste sentido, acabei por escolher o AMD Ryzen 5 1600X, visto que é o mais poderoso da gama Ryzen 5 e consegui apanhá-lo em promoção. Se é o melhor em questão de qualidade preço? Não, o Ryzen 5 1600 nesse sentido é melhor porque para além de trazer um cooler gratuito, coisa que o 1600X não trás, não fica muito atrás em termos de performance. Mas mesmo assim, optei pelo 1600X porque sou um entusiasta da tecnologia e porque tinha o objetivo de explorar o potencial do overclock do mesmo.

A escolha das peças foi um processo muito demorado, até porque tive que estudar as dependências entre todos os componentes (ex: a relação entre a motherboard e o cpu, a relação entre o cpu e o cooler, etc), assim como as melhores escolhas para o computador pretendido, até 1300€. Depois de toda esta pesquisa e aprendizagem, cheguei ao seguinte resultado:

• CPU: AMD Ryzen 5 1600X;
• Cooler: Hyper 212 LED Turbo;
• Motherboard: Asrock X370 Killer SLI/AC;
• RAM: G.Skill Flare DDR4 3200MHz (2x8GB);
• Placa Gráfica: NVIDIA GTX 1070;
• Disco SSD: Samsung SSD 850 Pro 256GB;

Montagem

Depois de receber todos os componentes, acabei por seguir este vídeo que explica bastante bem todo o processo de montagem.

A instalação do CPU e das RAMs foi bastante simples, mas assim que chegou a altura de montar o Cooler, a coisa ficou bem mais complicada. Este trazia uma série de peças que não encaixavam de forma alguma, o que me causou uma confusão tremenda, gastando nisto uma hora da minha vida. Foi então que me apercebi que só precisava de uma peça metálica para prender o Cooler à Motherboard. Sim, o processo era muito simples, mas claro que não havia indicação sobre isto em lado algum, nem no manual, nem na internet, pelo que vi.
A parte confusa veio depois de colocar a Motherboad e a fonte de alimentação na caixa: ligar tudo! Eu tive que ser muito cauteloso aqui, até porque sou muito desastrado com trabalhos manuais, portanto, confesso que tive algum medo de estragar os pinos da motherboard ao encaixar os cabos nos sítios corretos. Isto verificou-se especialmente na ligação do painel da frente da caixa à Motherboard, visto que os cabos de ligação eram muito pequenos.

Durante a montagem, apercebi-me que fazer cable management à medida que se instala os componentes é muito importante, já que permite organizar os fios de modo a que se encontrem futuramente de forma intuitiva, assim como ajuda a tornar o interior do desktop mais limpo.

Depois de umas fantásticas 6h30 a montar um computador a medo (sim, 6h30 a montar um computador…), chegou a hora da verdade: será que liga? Será que está tudo a funcionar? Depois de ligar o computador à tomada e de ligar um monitor ao mesmo, senti uma sensação de alívio enorme ao ver que o computador realmente ligou. Depois disto, acedi à BIOS para verificar se todos os componentes estavam a ser detetados, e neste sentido não houve problemas. Assim, a parte do hardware ficou resolvida, passando para a configuração do software.

Imagem 1 | Fonte

Obrigado por lerem

A escolha das peças do computador e a respetiva montagem foram, sem dúvida, processos que não são difíceis, mas que envolvem pesquisa e alguma aprendizagem por parte da pessoa. Penso que qualquer pessoa hoje em dia tem a capacidade de montar o seu próprio computador se se der ao trabalho de se informar, até porque todo o esquema está criado como se fosse um LEGO para adultos. Portanto, se nunca montaram o vosso próprio computador e pretendem fazê-lo, força! Mas informem-se primeiro.

Decidi dividir esta história em duas partes para tornar a leitura mais digerível. Assim, a próxima parte terá foco nos processos necessários para que o computador ficasse como pretendido, assim como todos os problemas e situações caricatas que surgiram.

Se tiverem alguma questão ou feedback, sabem o que fazer!
Se quiserem saber mais sobre mim e sobre o meu trabalho, passem pela minha página do Steemit!

Até breve,
Shaden