Rio de Janeiro: "Cidade Sitiada". | Intervenção Federal é a solução?

Se realmente existe vida em Marte, até os seres que lá habitam já estão cientes dos problemas que estão atingindo o estado do Rio de Janeiro nesses últimos meses (e principalmente a explosão de impunidade que - infelizmente - vêm fazendo cada vez mais vítimas... sendo a grande maioria delas, pessoas inocentes).

No entanto, hoje - muito pertinentemente após as festividades de uma das festas mais famosas do Rio de Janeiro e um patrimônio nacional brasileiro, o Carnaval - o nosso presidente (a.k.a "Aquele Que Não Pode Ser Nomeado") decidiu finalmente assinar um decreto que autoriza a intervenção federal no estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Divulgação (Carta Capital)

Antes de continuar com o post... Não confundam - por tudo quanto é mais sagrado - "Intervenção Federal" com "Intervenção Militar", heim?!

O que é Intervenção Federal?

Na Constituição, é um procedimento regulado pelos artigos 34 e 36 do capítulo VI. Em condições normais, o governo federal não pode intervir nos estados (sim, os poderes são limitados), mas o artigo 34 traz situações em que isso pode ocorrer, como manter a integridade do território brasileiro, reorganizar as finanças de uma unidade da federação ou repelir uma intervenção estrangeira.

No caso do Rio de Janeiro, foi invocado o inciso três do artigo 34, que permite uma intervenção federal para evitar que a ordem pública seja comprometida.

Hummm... Um pouco tarde demais para assinar esse decreto heim, presidente? Mas como diz o ditado: "Antes tarde, do que nunca!".

Mas a grande pergunta, é: A Intervenção Federal vai resolver o problema?

Não sou especialista em segurança (e nem trabalho na polícia), mas não é preciso ter esses tipos de formações específicas para poder responder a pergunta acima com um grande, categórico (a plenos pulmoões): NÃO!

Será apenas mais uma forma paliativa de tentar - inutilmente - resolver um problema que é muito maior do que se imagina.

O espiral de problemas que rege os problemas no Rio de Janeiro - que obviamente não é uma exclusividade do estado... afinal, o Brasil é um país que tem as suas regiões muito doentes por causas de vírus iguais ou semelhantes - é muito ramificado e isso torna a poda das ervas daninhas um processo muito mais complexo do que ele realmente deveria ser.

Às vezes eu fico me perguntando: "Por que diabos não procuram melhorar a qualidade dos treinamentos dos policias ao invés de focar tanto em projetos de seguranças ditos como "medidas eficientes?". Que aliás, são medidas caem mais rápido e são mais leve do que um castelo de cartas.

Além disso, nenhuma reforma na Constituição poderá será feita enquanto o período de intervenção estiver vigente. Logo, a tão fomentada reforma da previdência que os ratos querem aprovar, não poderá ver a luz do dia até o dia 31/12/2018 (data estabelecidade até o momento). Mas é óbvio que o governo criará algum tipo de subterfúgio para reeditar alguma lei que propicie uma mudança da Constituição nesse período em que a mudança seria inconstitucional.

Eu queria - sinceramente - poder não acreditar no que vou dizer agora, mas esse foi o meu primeiro pensamento assim que eu li a notícia sobre finalmente assinarem o tal decreto:

"É agora que a circo da horrores (a.k.a politicagem) vai agir mais incisivamente do que nunca (afinal, é ano de eleição!). Vão transformar o problema do estado em um mega espetáculo, explorando ainda ainda mais todas as mazelas que assolam a população e fazendo deles os coadjuvantes de um filme onde eles não tem o menor espaço de importância."