O Mecanismo

A nova série brasileira do Netflix, é O Mecanismo, com direção de José Padilha, que dirigiu Tropa de Elite 1 e 2, e a série Narcos, também da Netflix, traz novamente a tona a briga contra o sistema.

Não vou entrar no mérito, da briga de direita x esquerda que a série gerou. Pra mim, os boicotes da esquerda para o Netflix, foi tão válido quanto da direita pro Museu. A diferença é que o segundo envolvia dinheiro público, já o dá Netflix é privado.

Mas vamos ao mais importante, os pontos bons e ruins da série, porque a maioria das pessoas que pegam artigos sobre séries para ler, eles querem saber o que tem de bom ou ruim.

Pontos positivos

• Há uma linha de conceito, uma direção. Você já viu nos Tropa de Elite, e talvez no Narcos, o estilo de filmagem e de diálogo que é assinatura do Padilha. E é o estilo que o brasileiro gosta. Diálogos rasos, mas objetivos, e que ficam te fazendo não esquecer o fato acontecido.

• Enrique Díaz, o ator que interpreta o personagem Roberto Ibrahim, está em excelente performance na série. Não precisa apelar tanto para o gestual, apenas com o jeito de falar ou um olhar, passa a mensagem que o personagem gostaria.

• Humor escondido. Há uma dezenas de cenas, que tenho certeza que enquanto ela se construía na cabeça de Padilha, ele ao menos esboçava um sorriso. Obviamente 90% dos diálogos da série, não ocorreram na vida real exatamente daquela maneira, precisaram de mudanças para entrar no mundo ficcional da série.

• Músicas boas escolhidas, sonoplastia cria um clima que dá uma imersão a quem está assistindo. A música Gold, de Chet Faker, traz ainda um ar a mais para as cenas em que ela aparecem. Ótima pedida. Você pode conferir cada música de cada episódio clicando aqui

Pontos Negativos

• O conceito de o personagem principal ter que narrar diversos fatos não coube tão bem ao tom sereno de Selton Mello.

• Personagens fora de sintonia. Por ser pouco aprofundado o background dos personagens, não criamos tantos laços com os protagonistas. Talvez isso seja consertado na segunda temporada, com fatos novos sendo acrescentados.

• Mixagem de som não foi a das melhores, algumas cenas muito baixas e outras altas logo em seguida. Uma briga com o controle no abaixo e levanta volume.

• Inocência do delegado, Marco Ruffo. Alguém que passou em um concurso e é o delegado do pontapé inicial de operações de grande porte, não é possível que somente perto dos 40 anos de idade foi descobrir que há esse mecanismo por trás até dos pequenos serviços prestados, e não apenas das grande corporações.

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