Nos Seringais - parte 1 - #ConhecerBrasil

Lá nos seringais, lugar muito diverso daqui, geograficamente se diferencia por não ter grandes elevações, nem terrenos muito acidentados. Encontram-se pouquíssimas pedras, as mais abundantes são as de barro. A principal característica da região, é a exuberante mata amazônica, com suas grandes árvores, como a Samaúma, a Seringueira, a Castanheira, o Pau D`arco, entre outras.

Existem muitos rios e igarapés navegáveis, de modo que o principal meio de transporte são as canoas. Os rios são cheios de praias e longas curvas que se multiplicam.

No espírito, a região guarda uma forte influência indígena. A ocupação, deu-se principalmente pelos nordestinos que para lá foram, nas épocas de fortes secas, migraram, em busca de terras melhores, iludidos com a propaganda da borracha. Isso fez com que muitos se jogassem nas matas virgens, em busca de riquezas e aventuras, desbravando a selva, um paraíso cheio de vida, e ao mesmo tempo um inferno com mosquitos, calor, selvagens e feras.

Os índios que ali viviam há séculos plenamente adaptados ao ambiente, muitas vezes eram os guias destes nordestinos em suas explorações da floresta, nascendo ai a miscigenação das culturas.

Tudo começou à alguns anos atrás, quando consegui fazer minha primeira viagem para a selva. Iam fazer uma filmagem.

Fomos para a Reserva Extrativista do Alto Juruá e a Reserva Indígena Kashinawá do Rio Jordão, foi uma verdadeira aventura, pegamos um aviãozinho teco teco, e sobrevoamos aquele mar verde e sem fim de árvores, pousamos em uma pista de terra, e em seguida entramos nas canoas, navegando por dois dias subindo os Rios Juruá, Tejo e Bajé.

Nesta época do ano, o verão de lá, que é de maio a outubro mais ou menos, a água dos rios está verdinha e cristalina, e existem muitas praias de areias bem brancas, aquelas árvores enormes, a infinidade de pássaros. Mas nem tudo são flores, pois as canoas encalham à todo momento, o rio esta demasiadamente raso, e temos que saltar para empurra-las.

Continua...