# História 11 - Parte 4 [#eraumavez]
Continuando a história 11 da TAG #eraumavez
Por @barbaralisarti:
Era uma vez...
Pessoas que passaram por situações engraçadas, esquisitas, conquistas, vexames, enfim, causos de vida. Esta é a introdução de uma não, de várias histórias contadas por protagonistas diferentes. Cada um deles vai contar uma história que viveu (atenção para o número máximo de linhas). Começo por mim:
Nos episódios anteriores:
Parte 1 | por @barbaralisarti
Parte 2 | por @casagrande
Parte 3 | por @leodelara
Bom pessoal, boa tarde!
Continuando as histórias dos causos da vida, vou passar um pouco aqui de uma situação que ocorreu ano passado, e finalmente conclui essa semana.
Ano passado estava trabalhando há 6 meses com salários atrasados e falta de medicações básicas. No Sus trabalhar sem medicação fornecida pelo município é um caos, as pessoas não tem dinheiro nem para comida, quanto mais para medicação.
Pacientes que vinham estáveis há bastante tempo, tínhamos que dar um jeito de conseguir, seja com representantes, seja ligando para prefeitura, seja fazendo manifestações, indo a câmara de vereadores.
E nesse caos que vivemos, estamos falando de desassistência de milhares de pessoas, não se vê noticia na televisão, as noticias tendem a ser sensacionalistas, não se vê em novelas, não se vê nas discussões ideologias, e muito menos politicas tanto pelos políticos de oficio, e não chega a população.
Acredito que as Associações e Conselhos médicos tem sua parcela de culpa, na medida que estão mais preocupados com discutir a tabela dos planos de saúde, na inercia que o comodismo do nosso tempo se faz.
Nessa perspectiva, mesmo assim, na esperança de que algo pudesse ser feito, mandei um email para o Conselho Federal de Medicina, solicitando para divulgar nossa moção de apoio a greve, como residentes médicos decidimos em assembleia, que iriamos apoiar a greve, mas não aderir em termos de paralisação, mesmo dos serviços não essenciais, pois foi um comum acordo, que greve não significa desassistência, e não reproduziríamos o que os políticos representantes públicos fazem conosco e com a população.
Assim no email junto critiquei a omissão, e falta de ação dos Conselhos diante do sucateamento do SUS, pela politica exercida, com diminuição dos serviços e tudo mais.
E o que aconteceu?
Meu email, foi tomado como denuncia, e o Conselho Federal de Medicina, através do Conselho Nacional de Residência Médica, colocou sobre diligência a residência do município do qual faço parte, somando as residencias da UERJ, e da UFRJ.
E aprendi como sempre, que tem que ter cuidado, ao reivindicar nossos direitos, no Brasil, nessa cultura que estamos inseridos, "tapar o sol com a peneira" é fácil, é conivente, é o que é realizado.
As três melhores residências públicas estarem em diligência, recheado de técnicos excelentes, penso que sinaliza algo maior para qualquer um, mas não lá em cima, ondo a sede do poder se sobrepõe. E essa semana, tivemos uma reunião do qual esclareci os fatos junto ao Conselho Nacional, enfatizando que a pressão deles, deveria ser pelo SUS, não pelos serviços formadores, quem paga salario, compra insumos, matérias, é o administrativo público, e não acadêmico.
Diligência resolvida, que dor de cabeça. Causos e aprendizado da vida, a luta se faz de baixo para cima, não de cima para baixo. E mais um dia de trabalho, afinal lutamos agora pelo impeachment do pastor Crivela!
Segue agora o saudoso amigo @pedrocanella!
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Mas gente!!! Como assim BRASIL?!? É sério isso @matheusggr? To aqui sem acreditar... Na capacidade que esse povo do conselho tem de fazer isso. É de se revoltar mesmo. É isso mesmo #ForaCrivela
Saiba mais!
Complicado @leodelara. Acabou que não teve impeachment, mas vamos seguindo.. Uma hora vamos ganhar uma luta.. :)
Certamente continuamos!
No Brasil atualmente o "público" está sendo sucateado para o crescimento do privado, infelizmente, não só a saúde para valorizar os planos, mas educação, ou vc pensa que as escolas particulares vão retirar Filosofia, Sociologia, Artes e Educ. Física do seu currículo como foi feito no público? Não, nunca.
Penso que isso está sendo a forma que os grupos detentores do poder encontraram de separar o Brasil como era antigamente, Casa Grande e Senzala, onde um pequeno grupo tem tudo e outro apenas os restos. Excelente post, mas ler isso é triste.
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Infelizmente @antigourmet! A falsa noção de privado se estende aos próprios representantes. E as áreas que mais precisam ficam a mercê do sucateamento. Enquanto isso ou lutamos (de forma pacifica sempre, e por meios institucionais - minha opinião), ou assistiremos anos e anos de atraso. Todos a meu ver deveriam lutar, já que a minoria que derem esses direitos. Eu como servidor da saúde, faço minha parte, e muitas áreas o fazem também. Só que a população ainda está longe, e deve ser realizado alguma coisa para fazer as pessoas acreditarem que podem reivindicar seus direitos, e também cumprir com seus deveres. Nisso acredito que a descentralização, tanto de acesso a informação, quanto econômica pode ajudar, mas não creio que veremos muitos nos próximos anos. Saúde e Educação são 20% do PIB, com teto imposto pelo legislativo e executivo. É a contra mão de qualquer país que quer seguir crescendo. Educação muda o país, muito mais que a saúde. Não adianta também os municípios continuarem essa farra de conivência, tem que haver de alguma forma um distanciamento do poder representativo e técnico dos serviços. Estamos caminhando, a passos lentos e curtos. E acredito que não podemos parar, ou deixar andar para trás. Faço minha parte pela saúde, e acredite, tem muito mais gente que faz e muito mais gente que briga por serviços melhores. Só que precisamos de mais gente, da população, que lute por mais educação e saúde. Os bons administradores encontram caminhos, sem afunilar quem precisa, tem muita gordura para cortas nesse país, por mais que estejamos longe de termos bons representantes públicos que façam valer nosso crença nesse modelo que vivemos. E isso nos faz viver em tempos muito perigosos.
Concordo com teu comentário, eu tento fazer o possível na área da Educação, tento incentivar os alunos a exigirem seus direitos, digo que o que é público é deles também e que precisam lutar por um futuro melhor, para eles e para as próximas gerações, coisas do tipo e pasme, muitas vezes eles me dizem que é assim mesmo e nada vai mudar, muitos fazem de conta que não é com eles e aceitam a falta de oportunidade como se fosse normal, mas muitas vezes, aliás a grande maioria, me chama de comunista, sou conhecido como o comuna da escola, tanto por professores, tanto por alunos, pelo simples fato de que instigo as pessoas a exigirem seus direitos.
Matheus, que situação! Parabéns pelo trabalho tão necessário e que muitos nao tem disposição. Queria confirmar se entendi certo: a diligência colocou o status da situação do posto de saúde como urgente e acelerou a resolução? Ou foi o contrário?
Obrigado @barbaralisarti! Tem muita gente que luta ainda nos bastidores. Muito mais do que eu, e isso que nos da esperança. Na verdade a diligência foi sobre a residência médica. Só que a residencia não tem nada a ver com falta de condições de trabalho, e insumos da rede de saúde municipal, que são a cargo do município por intermédio de outros setores.
Então a diligência que poderia punir a residência, não tem efeito sobre essas nuances do poder administrativo, só serviu para dar dor de cabeça. O problema não são os serviços de ensino, e sim a falta de dialogo entre os representantes públicos, e os setores técnicos, somado a contingência de verba. Resultando em cada vez mais dificuldades de fazer um trabalho decente no SUS.