Como comprovar o envio de valores para criptomoedas focadas em anonimato?

A prova de envio é uma ferramenta implementada na plataforma Bytecoin que possibilita a confirmação de transações. Ela é especialmente útil no caso de alguma contestação, permitindo comprovar o envio de recursos de forma muito segura.

As criptomoedas ainda são pouco conhecidas pelo grande público, com exceção, talvez, do Bitcoin. Apesar disso, um dia elas poderão se tornar mais comuns no dia-a-dia das pessoas, e quando isso ocorrer, muitas perguntas surgirão, sendo que uma delas poderá ser: como comprovar uma transação com criptomoedas focadas em privacidade?

Essa pergunta, em um primeiro momento, pode não parecer relevante, mas na verdade ela é mais importante do que se possa imaginar. As moedas focadas em privacidade, entre elas o Monero e o Bytecoin, recebem esse atributo justamente por incorporarem um mecanismo que impede a verificação do remetente e do receptor de uma transação financeira. Na prática, isso significa que se João enviar 1 Bytecoin para Maria, Pedro, que está fora da transação, não conseguirá identificar nem João e nem Maria. Essa técnica é uma medida de proteção que evita checagens indevidas por terceiros. Muitos podem ver isto de forma negativa, pois esconder as identidades poderia facilitar o uso ilícito dos recursos. É uma preocupação válida, mas é preciso ressaltar que o mau uso do dinheiro é uma constante no mundo, tanto hoje quanto no passado, e outros mecanismos devem ser usados para combater essa prática, sem que isso tenha necessariamente que ser através da quebra de privacidade das pessoas. João pode simplesmente querer enviar 1 Monero para Maria sem que outras pessoas saibam disso. A princípio, ele está exercendo seu direito e não está infringindo nenhuma lei. O anonimato é vetado pela Constituição Federal de muitos países (inclusive o Brasil), mas nesse caso o que é anônimo é a transação e não as pessoas envolvidas. Claro que esse assunto precisa de um debate jurídico mais apropriado, algo que cabe aos especialistas no tema.

Voltando à questão de como comprovar uma transação que é inteiramente anônima, vamos focar no exemplo de João e Maria. João efetua a transação e considera esta como tendo sido finalizada. Maria, no entanto, entra em contato com João e afirma não ter recebido o valor correspondente a 1 Bytecoin. Ela pede a João uma prova do envio, para que eles possam prosseguir com o processo de compra e venda um antigo relógio de parede. João, para comprovar que efetuou o pagamento, envia para Maria um comprovante que pode ser gerado na plataforma do Bytecoin. Este comprovante é chamado “Prova de Envio” ou “Send Proof” e é produzido a partir da chave pública do destinatário dos recursos, que neste exemplo é a Maria.

Essa comprovação substituiu, com algumas vantagens, os comprovantes emitidos em transações bancárias tradicionais. Nos comprovantes bancários (recibos), há algum risco de falsificação dos dados, pois eles estão constam em um comprovante impresso cuja checagem por parte do cliente é muito difícil (o banco, no entanto, pode facilmente confirmar a sua validade). No caso da prova de envio utilizada pelo Bytecoin, não há meios de falsificar a comprovação, visto que ela está registrada de forma imutável na blockchain. A confirmação da transação por parte dos usuários da plataforma é viável e deve ser feita por meio da confrontação da prova de envio e da chave pública do destinatário dos recursos (no exemplo acima, a Maria) com os dados registrados na blockchain.

De forma resumida, o Sendo Proof do Bytecoin ou Prova de Envio é uma funcionalidade essencial para criptomoedas focadas em privacidade, pois permite confirmar transações e resolver disputas de forma bastante segura. O recurso já está implementado na rede do Bytecoin e já pode ser utilizado pelos usuários.