Com o agitado coração de Peter Jackson, O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, ocorre-me que sua adaptação filmada é como uma releitura em nome de todos nós, que ele encontrou os novos e diferentes significados em uma história que todos nós sabemos de cór, e que ele os trouxe para nós da forma mais transparente possível, de modo que é fácil imaginar que as audiências de cinema daqui a 50 e 100 anos ainda serão capazes de encontrar seus próprios significados novos e diferentes.



© 2002 - New Line Productions, Inc.


A novidade que Jackson descobre aqui é algo que nunca me ocorreu conscientemente antes do momento em que me sentei para escrever esta resenha: Os meios das histórias, da comédia romântica mais frívola ao thriller mais cheio de ação e ao drama mais eloquente, são sempre sobre a batalha entre esperança e desesperança. As coisas devem parecer boas o suficiente para os nossos heróis, que a possibilidade deles vencerem, mas também é ruim o suficiente para que a possibilidade de eles perderem não seja improvável. Tirar uma história bem contada, que consiga o equilíbrio adequado entre esperança e desesperança, é manter o suspense e nos fazer acreditar que vencer não é uma conclusão precipitada. Mas uma coisa é criar suspense em uma história nunca antes contada sobre personagens que nunca conhecemos antes.


E ainda As Duas Torres é nervosa e cheia de suspense. Estou intimamente familiarizado com esse conto. Eu não esperava me encolher no meu lugar, minha mão sobre a minha boca em horror, genuinamente temerosa por nossos heróis e seu mundo. Mas eu fiz, e foi uma das experiências de cinema mais poderosas que tive.



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As duas torres é tudo meio-da-história, é claro, Frodo e Sam estão vagando por Mordor, o peso do Um Anel aumentando; Merry e Pippin estão comungando com os Ents, sua resolução de lutar contra o que não precisa aumentar sua batalha; e Aragorn está se preparando para a guerra vindoura, sua aversão a tomar seu lugar como um líder dos Homens se desintegrando - é quase totalmente desesperança com apenas um punhado de esperança para nos manter (e os personagens) em ação. Mas a sensação de desgraça que Jackson cria é tão palpável que não podemos deixar de compartilhá-la com nossos heróis, e às vezes é tão esmagador que eu só queria me enrolar em uma bola e desistir. O Anel fica mais pesado para nós também, Jackson impregnou seu filme com o peso do mal, pressionando, sufocando, intratável. Eu não tive escolha a não ser chorar durante a maior parte do filme por puro desespero.



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E quero dizer "puro desespero" da melhor maneira possível. É muito raro que um filme possa fazer com que você simpatize com os personagens. Em uma das configurações mais fantásticas e uma das histórias mais fantásticas de 2002, Jackson nos deu um dos filmes mais genuinamente emocionais de 2002.


Há momentos únicos em As Duas Torres de poder não adulterada que nos sugar, como quando de Saruman bajulador Gríma fica atordoado pelos impossivelmente grandes projetos de seu mestre. O exército de Saruman de 10.000 orcs famintos de batalha está simplesmente além da concepção de maldade de Gríma, e a importância horrível de sua existência é ainda mais potente para vê-lo através de seus olhos. O tamanho e a escala da Terra-média e suas batalhas são paralisantes, espantosamente reais na tela, de uma forma que nunca estiveram na página.



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Mas é o edifício mais lento de desespero que se infiltra em você até que você não tenha nenhum lugar para correr ou se esconder dele. Muito disso tem a ver com as liberdades que Jackson e seus colunistas Fran Walsh, Philippa Boyens e Stephen Sinclair tomaram com Tolkien, boas liberdades, tudo, como trazer Arwen para seu próprio trabalho pessoal. batalha entre a esperança e a falta de esperança, como seu pai, Elrond, pede-lhe para deixar a Terra-média, enquanto ela é levada a esperar de retorno possível. Eles se entrelaçam, também, como Tolkien não, as três principais histórias de As Duas Torres , traçando paralelos mais explícitos entre elas e deixando seus sentidos de esperança e desesperança crescerem e diminuírem juntos. Frodo e Sam viajam através de Mordor, guiados por Gollum verdadeiramente lamentável (voz e movimentos de Andy Serkis ajudando na criação do personagem CGI mais surpreendente e totalmente realizado ainda), a dinâmica entre os três, e entre Gollum e seu alter-ego Sméagol, é um cabo-de-guerra entre desistir e continuar, e é ecoado em como Merry e Pippin (Dominic Monaghan e Billy Boyd) chegam a um acordo com a dura realidade do que uma vitória para Sauron significará ao fazer as desinteressadas criaturas-árvores, os Ents, entenderem que não podem ficar de fora dessa guerra. Outro desses breves e surpreendentes momentos é quando os hobbits mais jovens, na companhia dos Ents, se deparam com a devastação ecológica causada por Saruman em torno de sua torre, todas as árvores arrancadas do chão (o desflorestamento dos orcs era um dos mais viscerais).



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E então há aquele exército, 10.000 orcs fortes, descendo no último reduto dos Homens, o Abismo de Helm. Aragorn e Gimli (John Rhys-Davies) e Legolas (Orlando Bloom) vão prevalecer, nós sabemos que eles vão, se você memorizou os romances ou não, mas por um longo tempo, através de uma das sequências de batalha mais extraordinárias já cometidas para filme, é difícil ver como. Quando a esperança vem para o resgate, liderada por Gandalf, cujo reaparecimento inicial é um pequeno triunfo da própria esperança, seu coração vibra ... e então você se lembra de que não acabou. Está apenas começando.


Nossas vidas também estão no meio da história, não nos lembramos do começo, e não sabemos quando o fim chegará, e nós mesmos enfrentamos essa luta constante entre esperança e desesperança. Deixando-nos aqui no meio, sem resolução, Jackson nos deixa com uma impressionante sensação de realidade em meio à fantasia.

Gênero: Aventura, Fantasia, Drama
Exibição: 2002
8,7/10

TRAILER

Então é isso pessoal, essa é minha 43ª contribuição para o projeto #FILMOTECA, se gostou não se esquece de deixar seu voto e comentar ai em baixo. Até mais!

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