Psicologizando... | Neuropsicologia - Como melhorar a nossa atividade mental (I)steemCreated with Sketch.

in #pt7 years ago

O Órgão Mais Complexo!

O nosso cérebro é o órgão mais complexo do nosso corpo. E só conhecemos uma pequena percentagem do que o nosso cérebro é efetivamente capaz de fazer.

Às vezes, ao falar com as pessoas acerca deste órgão fabuloso, dá a sensação que estamos todos à espera que os neurocientistas lancem grandes descobertas das suas últimas experiências de como melhorar a atividade cerebral.

Mas se continuamos à espera, o nosso cérebro não está a tentar dar o seu melhor! Então, temos que exercitar este grande órgão que temos.


Em primeiro, entendamos como funciona!

Primeiro temos que entender como o cérebro funciona desde o nascimento até aos dias de hoje. Ao olhar para o nosso próprio cérebro de dentro para fora irá permitir-nos entender em que fase de desenvolvimento estamos e como é que podemos melhorar.


Do nascimento à infância, o cérebro funciona principalmente através dos sentidos e de imagens.

Logo após o nascimento, o cérebro está preparado para captar tudo o que o pequeno ser precisa para se sentir protegido: aquela pessoa importante que nos faz sentir calmos no meio do mundo caótico que ainda não conhecemos.

Após o nascimento, o cérebro presta atenção a estímulos que já recebia durante a gravidez: paladar, toque e cheiros.

Quando o bebé nasce, ele sabe automaticamente que precisa de ser alimentado; ao ser alimentado, ele sente o conforto de se sentir seguro e é assim que se assegura que está com quem é responsável pela sua proteção.

Ao mesmo tempo, o bebé começa a tocar coisas, a tocar a pele da mãe e sente a suavidade e o calor. Ele precisa disso para se sentir calmo e seguro. Então está a desenvolver o sentido do toque.

Ao mesmo tempo, o bebé sente o cheiro característico da sua mãe. O bebé já conhece este doce aroma e, novamente, sente-se protegido e calmo.

A audição desenvolve-se um pouco mais tarde, mas mais uma vez, no início só funciona para assegurar ao bebé que a mãe está próximo dele apenas por ouvir a sua voz.

Uma das primeiras imagens que a criança tem é da face da mãe certo? O cérebro começa a formar a face humana de acordo com esta primeira imagem desfocada que temos. Isto é bastante importante porque permite ao bebé identificar-se com a espécie humana e sobreviver ao chamar por esta face. A visão não está apurada ainda, então o bebé só pode confiar nesta imagem para se sentir seguro e crescer de forma saudável.

Quando se começa a sentir seguro neste mundo, o bebé começa a explorá-lo com todos os seus sentidos. Durante os dois/três primeiros anos, como ainda não sabe fazer uso das palavras, começa a construir o seu dicionário de imagens.

Cada objeto começa a ter um lugar no seu cérebro somente porque a mãe apontou para ele e pegou nele - é ela que o faz sentir que aquele objeto é importante e tem um significado para ambos.

A seguir, o bebé começa a adicionar características àquela imagem para que as possa distinguir de outras: a sua textura, as suas cores, o seu cheiro, até mesmo o seu sabor! Começa também ele a apontar para esses objetos para que a mãe consiga entender que está a tentar comunicar.


Durante a infância e os primeiros anos de escolaridade, a criança dá nome e organiza a informação.

Toda essa informação recebida tem que ter o seu próprio espaço. É o que acontece quando a criança começa o jardim-de-infância e a educação formal, a criança aprende a categorizar, a memorizar a informação importante, a forçar a si própria a prestar atenção.

Lembra-se quando começou a aprender as cores, as formas, os animais? Estava apenas a organizar a informação que os seus sentidos recebiam.

Então o cérebro começa a desenvolver as áreas responsáveis por receber a informação captada pelos sentidos. Começa a criar categorias, gavetas, como lhes chamo. Essas gavetas são responsáveis pela forma como vemos o mundo.


Adolescência e a análise da informação.

A seguir, o cérebro tem que fazer alguma coisa com essa informação. É aqui que o adolescente cresce o suficiente para analisar a informação recebida do exterior (e do interior também, já que o corpo também precisa de atenção). Nesta altura, é pedido ao adolescente que saiba dar uma síntese do que aprendeu, que saiba sumarizar a informação que tem.

Durante a adolescência, o cérebro desenvolve uma área importante responsável por tudo isto. Uma área onde a informação dos sentidos se encontra e que dá um sentido à informação recebida.

Afirma-se que esta área é puramente humana porque se desenvolve através de relações significativas que nos permitem adquirir significados partilhados culturalmente e nos dão a liberdade de criar os nossos próprios significados. Esta área está na origem do nos faz humanos e indivíduos com um Self estruturado.


No próximo post, irei falar sobre como as funções nervosas são estruturadas ao longo do desenvolvimento e o que podemos fazer para as melhorar!


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Podem ler mais aqui! Todo o conteúdo é produto da minha própria escrita ou da interpretação que faço de artigos científicos e livros. Estejam à vontade para partilhar desde que citem o meu nome!

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Olá! Sou estudante de psicologia no Brasil. Fiquei feliz em encontrar seus textos por aqui. Já estou seguindo. Sucesso! =)

Obrigada por ter gostado @thiagoluiz! :) Seja bem vindo!

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