RE: A terceira década de vida: Questionamentos e primeiras impressões.
Essas reflexões de idade... Hoje mesmo estava pensando nisso. Sou poucos anos mais novo que você e é bom ver que continua em constante movimento mudando as coisas, aprendendo coisas novas. Eu tenho medo de parar com tudo, "ficar pra trás" de alguma forma.
Achei interessante a colocação do Jung. Ele fala nisso de usarmos a primeira metade da vida para fortalecer o ego e depois dessa metanóia partir para uma vida mais introvertida para compensar toda aquela unilateralidade extrovertida da primeira metade (simbolizada pelo herói). Mas.. e para os introvertidos? Talvez caiba aí um pouco do processo inverso, de nos direcionarmos até mais para a extroversão em certas áreas da vida. Já pensou que essa mudança relacionada ao dinheiro pode ter algo a ver com uma mudança interna nesse sentido?
Completamente, meu amigo. Muito assertivo seu comentário, sou o extremo oposto do que jung comenta, mas acredito que a extroversão/introversão é um termo limitante, pois veja só, apesar de eu ser introvertido de fato, entre os amigos e pessoas das quais eu tenho familiaridade sou muito espontâneo e energético, não sou contido. Não sinto que estive em desfalque nesse tipo de troca de energia, pelo menos não nos ultimos 10 anos, sei que na infância eu era de fato muito fechado. Acredito que hoje, pelo contrário do que o velho estudioso previu, posso caminhar entre os dois mundos com mais facilidade, cuidando do intelecto e do profundo com menos euforia e também tendo bagagem o suficiente para enfrentar situações de extroversão que meu passado não permitia. Mas só saberei se isso está correto daqui uns dez anos xD
Valeu!
Sim, entendo perfeitamente. Mas tem a questão do que ele quis dizer com introversão e extroversão. É mais uma questão de perspectiva do sujeito e do objeto, de como a libido flui. No caso do introvertido, conscientemente o que mais se dá é que ela flua do objeto para o sujeito, havendo uma tendência oposta (do sujeito sobre o objeto) inconsciente. No caso extrovertido, é o oposto. Enquanto o extrovertido procura se relacionar mais diretamente com o objeto, exercendo um juízo sobre ele como ele é, ao introvertido é como se existisse, entre ele e o objeto, uma camada do "subjetivo", então é sempre "o que é tal coisa... para mim" e não "o que é tal coisa" simplesmente.
É um tema bem debatido e muito rico :)