#ANIMETECA# - Fate/Apocrypha (2017)

in #pt6 years ago

Uma disputa entre magos e heróis lendários em busca do Santo Graal.

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Direção: Yoshiyuki Asai | Gênero: Ação, Drama
Ano: 2017 | Nota no IMDB: 6,6/10 |Episódios:25

ESSE TEXTO CONTÉM ALGUMAS INFORMAÇÕES QUE PODEM SER INTERPRETADAS COMO SPOILERS (apesar de eu ter evitado colocar as partes vitais da trama)

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Parte da franquia Fate, Fate/Apocrypha foi adaptado de uma light novel japonesa, escrita por Yūichirō Higashide e que foi publicada entre 2012 e 2014. Foi feita também uma adaptação em mangá e, finalmente, em anime no ano de 2017 pela A-1 Pictures.

A história trata de uma guerra pelo Santo Graal travada entre duas facções opostas numa cidade da Romênia. A facção vermelha e a negra, tendo cada uma sete magos que invocam cada qual um herói das lendas ou da história para uma batalha. Quem vencer a batalha tem direito a um pedido tornado realidade pelo Santo Graal. Os espíritos invocados como heróis são parte da história e da mitologia ocidental: temos Vlad Tepes, Frankenstein, Siegfried, Spartacus, Shakespeare e outros. Cada um conta com um posicionamento estratégico na facção que defende, sendo também comandado por aquele que o invocou. No entanto, a questão da batalha entre duas facções acaba sendo mais complicada por outros fatores que fazem dela mais que uma simples batalha entre duas facções, mas um evento decisivo para toda a humanidade. A trama se passa em um universo alternativo em relação ao resto da franquia Fate.

De um lado, temos a facção vermelha com magos mandados pela Associação de Magos da Torre do Relógio e, do outro, a facção negra com membros de um grupo de magos romenos de nome Yggdmillenia. Cada um tem seus próprios motivos para buscar o pedido do Santo Graal. Parece uma estrutura simples de um grupo contra outro, mas são muitas as reviravoltas que trazem complexidade à disputa. Apesar de boa parte do anime ter como ênfase os combates e as rivalidades que surgem ali, também há um fundo de caráter mais filosófico que envolve temas como salvação e humanidade.

O anime pode parecer um tanto caótico ao jogar para o telespectador quase 30 personagens de backgrounds totalmente diferentes. No entanto, mesmo com o número grande de personagens, o anime os apresenta de uma maneira que não fica absurdamente confusa. Contudo, pode parecer estranho o uso de alguns personagens, que parecem um tanto afastados das suas contrapartes mitológicas ou historiográficas (como Spartacus, por exemplo). Vale lembrar que não são as próprias pessoas da história que estão presentes ali, mas seus espíritos, tanto que muitas habilidades desses heróis se baseiam mais na lenda criada em torno deles do que no que eram de fato (o que fica claro no exemplo de Vlad Tepes).

A sensação que tive em muitos episódios foi de estar vendo uma partida de algum jogo de videogame onde dois times selecionam personagens para lutar um contra o outro, usando de seus poderes de forma descontextualizada. Apesar do anime dar justificativa para essa abordagem, ainda soou, ao menos para mim, um tanto estranho. Com o passar do episódio, fica claro que a trama principal está centrada em alguns personagens apenas. Porém, permanece a impressão de que muita informação é jogada no meio da história e não é utilizada com todo aproveitamento, podendo confundir um pouco.

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A animação, apesar de não ter me encantado, não deixou motivos para reclamar. Muitas batalhas são bem construídas e podem satisfazer os amantes dos animes mais voltados à ação, apesar de supor que existem melhores séries para acompanhar nesse sentido. Nos aspectos em que o anime se destaca, optaria por chamá-lo de mediano.

Particularmente, uma coisa que me atraiu foi o fundo filosófico ou teológico que invoca a tentativa de construção de um paraíso terrestre ou de salvar a humanidade de todos os malefícios da existência. Não é possível desenvolver o tema sem revelar dados cruciais da série, mas posso dizer que ele nos leva a pensar o quanto que boas intenções que vão contra a própria natureza do mundo e da existência podem comprometer toda a humanidade e levar a tragédias. O que é ser bom e o que é ser mau? O anime toca muito bem nesse ponto do chamado gnosticismo e da imanentização do eschaton, conceitos que implicam numa revolta contra a realidade e na tentativa de construção de um mundo perfeito.

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Sempre acho curioso como os japoneses veem nossa mitologia ocidental. Eles parecem muitas vezes fascinados de um jeito que nem nós mais conseguimos ficar. Assim, criam resultados verdadeiramente incríveis tomando os diversos aspectos da nossa cultura. Vi um pouco disso em Fate/Apocrypha, assim como vi em The Ancient Magus Bride/Maho Tsukai no Yome. Apesar de muitos personagens terem sido violentamente dissociados de suas contrapartes reais, este pode ser um atrativo.

Apesar de ter gostado de assistir Fate/Apocrypha, considerei uma experiência mediana. Pode ser um bom entretenimento, mas há coisas mais interessantes para serem assistidas no momento.

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Referências

FONTE 1
FONTE 2
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Imagem 3

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Mais postagens minhas sobre animes:

Cowboy Bebop | Ghost in the Shell: Stand Alone Complex | The Ancient Magus Bride

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