Vamos observar o cometa 21P/Giacobini-Zinner?

Compartilho com você esta maravilhosa imagem do cometa 21P/Giacobini-Zinner feita por Fritz Helmut Hemmerich. E uma boa nova: este cometa está visível no céu do Brasil. Mas (sempre tem um mas!) não pode ser visto a olho nu. Para observá-lo será necessário pelo menos um binóculo.

Você deve procurá-lo a partir das 4h30min da madrugada na constelação de Auriga (Cocheiro), acima da estrela Capella. Para deleite dos astrofotógrafos, como pode ser conferido na imagem acima, o cometa está passando por uma região povoada por nebulosas!

Eu ainda não tive tempo de tentar observá-lo. Mas o farei em breve, claro!

Mas onde fica Capella?

Para quem não tem intimidade com o céu, fiz um mapa celeste. Confira-o logo abaixo.

Usei o software Stellarium, freeware e open source que é fantástico. Recomendo!

Posição do cometa destacada por uma cruz, entre Capella e Betelgeuse

Para encontrar Capella, a partir de 4h30min da madrugada, olhe um pouco para a esquerda do leste, onde o Sol estará para nascer. A rigor, olhe para o céu nordeste, um pouco acima do horizonte. Procure pelas Três Marias, as três estrelas alinhadas da constelação de Órion. Logo abaixo dela você vai ver Betelgeuse, uma estrela gigante vermelha, alfa de Órion, de cor inconfundível. Logo abaixo de Betelgeuse, mais para a esquerda (norte), você já vai ver Capella, um ponto bem brilhante. O cometa estará entre Capella e Betelgeuse. Na minha simulação ele está destacado por uma mira em forma de cruz. Basta "escanear" o céu com calma e atenção entre Capellla e Betelgeuse usando um binóculo ou um telescópio de pequeno porte que muito provavelmente vai encontrar o cometa de núcleo brilhante e cauda longa.

Dica importante: a cauda do cometa, vista por um binóculo, estará apontando para cima. A imagem publicada lá no topo do post está de ponta cabeça em relação ao que podemos ver sem inversão de imagem. A cauda de um cometa sempre aponta para longe do Sol. Isso porque o Sol tem um fluxo de partículas chamado Vento Solar que acaba soprando a cauda do cometa para longe. Neste caso, o Sol estará para nascer quase no ponto cardeal leste, ainda abaixo do horizonte, e portanto soprando a cauda do astro para cima e um pouco para a esquerda.

Abraço astronômico do prof. Dulcidio. E Física na veia!