Uma dose de Libertarianismo na Vila Kosmos

Toda vez que falo sobre minha conversão ao Libertarianismo e proponho o fim do estado, justificando com a liberdade de o indivíduo resolver suas próprias questões sem a necessidade de um estado, geralmente, tenho como contrapartida ou argumento, a frase: “-Isso é uma Utopia”...

Analiso o interlocutor e geralmente é alguém que resiste em aceitar uma vida sem o jugo estatal, recusando-se, ao menos, a imaginar como seria uma vida sem estado.
O motivo desse medo de desapegar-se a algo que violenta e coage o indivíduo é uma coisa que ainda não consigo entender, muito menos explicar...Apenas, respeito.

Agi assim por muito tempo...O “start” do meu mindset avesso ao controle estatal surgiu no momento em que parei pra fazer as contas e percebi que era (é) roubado de mim, 40 por cento do fruto do meu trabalho, apenas em impostos...
Desde então, fui analisar todo serviço público e contrapartidas dos impostos pagos por mim e por toda a população brasileira...E perguntei a mim mesmo, quais destes serviços poderiam ser feitos de maneira privada, sem coerção, sem violência e apenas com consentimento e boa-vontade. TODOS !!!

O caso a seguir é uma fagulha de esperança na sociedade estatal corporativista em que vivemos...No entanto, não deixa de ser uma resposta ao amigo que sempre vem com aquela frase lá no início do texto: “- Isso é uma utopia”.
Um bairro da Zona Norte do rio de Janeiro, cansado com o descaso e ineficiência estatal no quesito segurança, resolveu de certa maneira privatizar a segurança do bairro a partir de uma sociedade privada.

Com aprovação de 85% dos moradores, foi construído um aparato de segurança na área do bairro que apresenta 18 hectares. O equivalente a 18 campos de futebol...
O aparato de segurança construído e administrado pelos moradores do bairro custou 250.000 reais e é composto por acessos controlados, 16 vigias por 24 horas,4 guaritas e 8 cancelas...
Aproximadamente, 1000 residências foram amparadas com a ação, inclusive os 15% de moradores que não participaram das ações financeiramente.

Confesso que fiquei surpreso com a autorização do estado nesse evento, pois sabemos que, o objetivo do estado sempre foi parasitar o povo e fazê-lo dependente dele para perpetuar-se na condição de dono e administrador da vida alheia.

Além disso, essa ação, de certa maneira incentiva ao modelo, já que os 160 assaltos mensais no bairro diminuíram ao número de 3 assaltos mensais. O que, convenhamos, é uma ameaça à hegemonia do estado, pois se pode muito bem a partir dessa ação dos moradores da Vila Kosmos, questionar a eficiência da polícia pública na sociedade.
No entanto, é um caso de desespero estatal neste caso, pois com a perda do controle público na segurança do Rio de Janeiro é compreensível que o estado posicione-se a favor da ação.
Compreensível e bom para aqueles que assim como eu pregam uma vida sem estado.

É um passo para a liberdade.
Afinal de contas, quem é melhor do que o morador do bairro para saber qual a necessidade desse bairro ?
O estado ?
Não.
Imaginem essa ideia espraiada...

Ok..O ideal seria uma não intervenção do estado, no entanto, mesmo ainda sob o jugo do estado, é uma ótima solução...

Inclusive, o estado poderia aliviar o pessoal da Vila Kosmos de uma parte dos impostos, né ?
Já, que a segurança quem administra por lá, são os próprios moradores...