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RE: Home Schooling: um modelo (?) educacional na era da pós verdade. #Educação

in #pt5 years ago (edited)

Eu particularmente adotei um sistema misto, em que o meu filho vai de manhã á escola, porque acho que é muito importante o desenvolvimento afetivo e emocional da convivência com outra crianças, ajudando a desenvolver a inteligência emocional.
Por outro lado da parte da tarde, ele entra em regime de brincadeira e projetos de "unschooling" em que ele próprio lidera o que quer aprender, porque o desenvolvimento cognitivo na escola pouco têm a ver com os conhecimentos necessários para sobreviver na sociedade do futuro.
O estar só de manhã deixa-o com muita energia para aprender outras coisas.
Na minha infância os primeiros 4 anos de escolaridade punham as pessoas prontas para ler e escrever corretamente (mas muito baseado no autoritarismo e na endotrinação do estado).
O que é grave hoje é que ao fim de doze anos de escolaridade e muitas vezes com mais cinco anos de Faculdade, descobre-se que muitas das vezes os alunos mal sabem escrever, para além de muitos erros não existe pontuação e estrutura correta da articulação gramatical.
Isto piora ainda mais com o tipo de linguagem escrita na Web, que nos últimos estudos se verificou que ajuda a degradar ainda mais as deficiências do ensino na leitura e escrita.
Mas o meu filho irá ter o mesmo problema que eu, pois tal como ele eu já sabia ler e escrever e contar, e estar numa sala para mim era uma tortura que degenerava em mau comportamento.
A língua é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e abre-nos as portas para a compreensão do Mundo e para a liberdade de não ter medo de lutar contra as classes priveligiadas que usam o ensino privado pois sabem que o público apenas serve para criar desadaptação social e profissional, e pôr os alunos num estado de ignorância que não lhes permita criticar as injustiças sociais.
E quero que o meu filho tenha o mesmo que eu tive, de manhã ia á escola e á tarde era completamente livre para fazer o que quisesse.
Não haja dúvida que os pais têm de colmatar as deficiências crescentes do ensino que não acompanhou a evolução social e técnica da sociedade.

Sort:  

A educação que dei a minha filha foi bem parecida com o que vc descreve, sempre foquei na língua, concordo que é totalmente essencial a qualquer ser humano conhecer a fundo sua língua nativa ao menos, sempre deixei um espaço vago para brincar, mas sempre estimulando a aquisição de algum tipo de conhecimento através de brinquedos criativos, mas também foquei muito no lado social, humanitário para ser mais exato, claro que de acordo com cada época da vida.
Lembro que logo após me separar da mãe da minha filha, namorei uma pedagoga, minha filha tinha 4 anos nessa época, foi essa namorada que me apresentou Piaget, ali comecei a ter outra forma de ver a vida e acho que foi ali também que iniciei o processo de me tornar professor.
Hoje nas escolas do Estado de São Paulo, existe uma matéria denominada "Projeto Vida", é um projeto novo que ainda está em fase de implantação, ocupa o tempo de uma aula e é opcional ao aluno. Neste projeto existem diversos tipos de incentivo aos jovens para seguirem sua vida com foco no estudo e nao mais apenas na área profissionalizante, ainda não tive muito contato com o projeto, como disse é algo novo, mas a minha primeira impressão foi bem satisfatória, mas por ser algo do Estado, surge sempre a dúvida se em algum momento não se tornará uma doutrina, já que logo será matéria obrigatória.
Obrigado pelo excelente comentário @charli777pt.

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Admiro as pessoas que hoje se dedicam ao ensino, que é um papel social que exige muita coragem pessoal e empenhamento, porque as famílias esperam que os professores resolvam os problemas de socializar os comportamentos das crianças, (que deve ser feito em casa até aos 3 anos-Piaget-) e que esta fase hoje não se fecha devido á pouca disponibilidade dos pais.
As famílias deviam perceber que a escola é para socializar o pensamento (8-12 anos) e que os professores perdem 80% do tempo a resolver problemas de disciplina (comportamento) e ficam com 20% do tempo para ensinar o pensamento.
Assim a escola não resolve o problema do comportamento pois não é essa a sua função, e depois não tem espaço para preencher o pensamento das crianças, e como Piaget dizia se as fases anteriores não se fecham, então os problemas gerados serão mais visíveis na fase de socialização da personalidade ( 12-18 anos), como se pode ver hoje por todos os sindromas de deficits de atenção e concentração e outra psicopatologias.
Os pais por falta de tempo e conhecimento tendem a culpar as escolas e os professores pela situação a que chegamos, tornando o papel do professor ainda mais difícil.
Um estudo recente mostra que as crianças coladas mais de 3 horas por dia a telas de computador, TV e telemóvel no seu futuro irão de certeza ter problemas de concentração.
Em Portugal com 10 milhões de habitantes temos 250.000 crianças a tomar Ritalina, mas um especialista espanhol que analisou o nosso caso descobriu que cerca de metade das crianças estavam incorretamente medicadas, ao que não é estranho a ligação dos psicólogos que já estão mentalizados para responder com a psiquiatria e a solução medicamentosa dos laboratórios que adoram estes tipos de problemas sociais para faturar mais alimentado-se da desgraça da sociedade.
O mais grave é que tenho dois amigos cujos filhos tomaram Ritalina durante cinco anos e agora tem de pagar mais cinco anos para os filhos se desentoxicarem duma droga que não resolveu nenhum problema e apenas foi um placebo.
O mais grave é que um deles era muito inteligente, mas o sistema confundiu com hiperatividade, e matou o desenvolvimento harmonioso desta criança.
As drogas são incapazes de resolver problemas cujas soluções são do domínio da interação humana, mas são uma solução social muito "barata" e ao que parece as famílias ficam "satisfeitas" quando a criança é diagnosticada, passando a responsabilidade para o sistema educativo e médico, e ela deixa de incomodar.(isto parece um pensamento reacionário- cuidado) mas foi esta a conclusão do estudo do especialista espanhol.
O ensino tem de ser descentralizado porque as soluções e projetos que ele "inventa" são produto do pensamento centralizado que atingiu as suas limitações e claramente se encontra num processo de decadência avançado como a sociedade que o produz.
Vou encerrar por manifestar a minha admiração e coragem pelas pessoas que estão no ensino e tem de viver no meio dos sintomas visíveis da sociedade degenerativa em que vivemos, que são as crianças e representam o futuro e acabar o seu dia frustrados por não poderem exercer a sua profissão de ensinar, pois estão ocupados a ser psicólogos e resolver um problema que é do nível social.
E força e muita coragem, pois para um professor hoje ela é mais necessária que o saber e o conhecimento como Thomas Szasz dizia em relação a ser psicoterapeuta.

Realmente são processos difíceis, hoje a necessidade da aquisição de bens de consumo age em detrimento ao convívio familiar, o pior é que muitas famílias trabalham em excesso para ter acesso ao básico apenas.
Mas isso é uma construção secular e difícil de mudar do dia para a noite, se mudar um dia, mas para mudar também levaria talvez outros séculos, décadas no mínimo.
O que cabe a nós como sociedade é fazer nossa parte como profissionais, aqui no Steemit e principalmente como "seres sociais".
Valeu pelo excelente comentário.

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