Olhe fundo nos olhos das emoções

Hoje acordei e me deu um frio na barriga. Tomei café, escovei os dentes, fui varrer a casa e, de novo, frio na barriga e coração palpitando.

Eu sabia que era por causa de algo que iria me acontecer mais tarde. Mas que estranho... isso que me acontecerá não é algo para me dar frio na barriga. Eu quero é sentir alegria e somente alegria! Então, mal o friozinho vinha, eu tratava de desbaratinar, pensar em outro assunto, fazer qualquer coisa para esquecer. Só que não adiantava, pois a sensação tornava a voltar.

Mas, num momento de coragem, permiti que aquilo ficasse por alguns segundos. Foi quando me dei conta do medo... Me deixe explicar: apesar da promessa deste ser um bom acontecimento, sinto medo porque sei que, paradoxalmente, também pode me causar dores. E, lembrando disso e pensando bem, acho prudente ficar atenta e tomar algumas precauções para não me machucar e tudo correr bem.

É como se eu estivesse caminhando por uma linda estrada beirando um precipício. Eu gosto dessa caminhada, mas o precipício me dá medo, então vou tratar de caminhar com cuidado. As emoções pedem certas ações, elas vem para nos dar recados, inclusive sobre as questões que não queremos encarar. São mensagens que vem lá do fundo, de um lugar que guarda a sabedoria do que você precisa. E porque não temos fácil acesso à essa sabedoria, porque não é automático que saibamos o que é melhor para nós em cada situação? Porque as vezes a verdade dói, e não queremos sofrer.

Mas com as emoções, não tem jeito. Elas vão te cutucar até que você dê atenção ao que ela tem a dizer. Por isso, quando perceber a emoção vindo, principalmente aquela que vem vestida de fantasma, não corra. Olhe de volta para ela, encare-a bem no fundo dos olhos e pergunte, ao estilo que te for próprio: qual é? O que você tem a me dizer? E ouça com o coração aberto, porque ela só vai parar de te assombrar quando perceber que você a ouviu e que vai tomar as devidas providências para fazer o melhor possível por você.