Indicação de leitura: Sapiens - Uma breve história da humanidade

Para quem gosta de história e sociologia esse livro é um prato cheio. Daqueles que a gente devora sem nem ver as folhas passarem. De leitura fácil, Sapiens traz uma espécie de timeline da história da humanidade, começando a narrativa num passado muito distante, quando nós, sapiens, ainda dividíamos a Terra com outras espécies do gênero homo. E encerra com a previsão de um futuro não muito longe de onde estamos hoje.

De uma forma bem didática o autor separa os capítulos do livro conforme as grandes revoluções que possibilitaram o desenvolvimento da nossa sociedade tal qual a conhecemos hoje.

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Para Harari a partir destas revoluções fomos capazes de upar nosso level, desbloquear várias conquistas e itens, e lootear nosso mapa com mais precisão e voracidade.

Pelo menos para mim, o mais fascinante desta obra foi o vislumbre das justificativas que o autor sugeriu (baseado em evidências científicas), para alguns dos nossos comportamentos sociais (tanto antigos quanto atuais), e de como esses comportamentos nos levaram - a partir de um longo processo histórico, e muitas vezes acidental - a criar "ficções" em escala global, para nos mantermos minimamente organizados e cooperativos enquanto espécie. Essas ficções, seriam nada mais nada menos do que o dinheiro, o Estado e a religião. Entidades imaginárias que foram capazes de se tornar símbolos globalmente compreendidos e aceitos, independente de língua, cultura e classe social.

Para quem se interessou vou deixar o link de uma breve resenha, e também uma entrevista com o autor, que é um professor israelense de história.

Inicialmente confesso que fiquei com preconceito porque ele se diz simpatizante da epistemologia marxista. Mas ao abrir minha mente para suas idéias devo confessar que concordo com ele em muitas das suas perspectivas sobre a espécie humana e a sua longa jornada em cima desse planeta.

"Não estou certo de que o objetivo do estudo da História seja aprender lições práticas. Na minha opinião, devemos estudar a História não para aprender com o passado, mas para nos libertarmos dele. Cada um de nós nasce num mundo particular, governado por um sistema particular de normas e valores, e uma determinada ordem económica e política. Como nascemos nele, tomamos a realidade circundante como natural e inevitável, e tendemos a pensar que a maneira como as pessoas hoje vivem as suas vidas é a única possível. Raramente nos damos conta de que o mundo que conhecemos é o resultado acidental de acontecimentos históricos aleatórios que condicionam não só a nossa tecnologia, política e economia, mas até mesmo a maneira como pensamos e sonhamos."