Poemas da minha gente … Desalento / Poems of my people ... Discouragement #PT
Novo Post com a divulgação de Sonetos de uma grande poetisa portuguesa, “Florbela Espanca”, poetisa de coturno, artista de soneto, nascida em Vila Viçosa, Alentejo a 8 de Dezembro de 1894.
Soneto de hoje: Desalento
Às vezes oiço rir, é uma agonia
Queima-me a alma como estranha brasa
Tenho ódio à luz e tenho raiva ao dia
Que me põe na alma o fogo que me abrasa!
Tenho sede de amar a humanidade...
Eu ando embriagada... entontecida...
O roxo de meus lábios é saudade
Duns beijos que me deram noutra vida!
Ei não gosto do Sol, eu tenho medo
Que me vejam nos olhos o segredo
De só saber chorar, de ser assim...
Gosto da Noite, imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!
Sonetos de: Florbela Espanca
By @revelim