Fazendo História \o/ Henrique Alves de Mesquita (1830 – 1906) – “Ali Babá ou Os Quarenta Ladrões” (1872)

in #music6 years ago (edited)

Henrique Alves de Mesquita foi um músico com sólida formação acadêmica, inspirou músicos como Ernesto Nazareth, que o homenageou com a obra “Mesquitinha” (1914), e Chiquinha Gonzaga, que lhe dedicou a música “Só no Choro” (1889). Compôs para orquestra, piano, música sacra, e música de câmara. Dele é a primeira peça brasileira para trompete e piano, a “Fantasia para Piston”, de 1854.

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É historicamente reconhecido como o criador da expressão "tango brasileiro", com duas composições que disputam o posto, “Olhos matadores”, hoje perdida, e “Ali Babá ou Os Quarenta Ladrões”, ambas de 1872. Foi também o primeiro aluno do Conservatório de Música do Rio de Janeiro a ser enviado á Europa, para completar seus estudos no Conservatório de Paris, em julho de 1857.

Ao Brasil retornou em 1866 por problemas pessoais, uma aventura amorosa nunca totalmente esclarecida, pois o lote onde estava a documentação referente ao processo foi destruído em um incêndio do Arquivo Nacional de Paris. Na ocasião foi punido por “crime de galanteio”. Com isso perdeu a pensão do estado, o apoio de Dom Pedro II e a relevância para a elite do Império.

De volta ao Brasil foi professor de grandes nomes da nossa música como Joaquim Antônio da Silva Callado e Anacleto de Medeiros. Se aproximou dos gêneros populares do teatro musicado. Com “Ali Babá ou Os Quarenta Ladrões” abrasileirou a habanera cubana que havia conhecido na França. Criou um gênero que desembocou no maxixe e foi absorvido pelos grupos de choro.

E é ela que compartilho com vocês no #fazendohistoria de hoje (uma iniciativa de @leodelara), na interpretação de Alexandre Dias ao piano, realizada no Espaço Cultural JK, Sesc de Brasília em 21 de novembro de 2015!

Espero que gostem!

Um grande abraço
Guilherme Faquetti
12 de julho de 2018 (Dia do falecimento de Henrique Alves de Mesquita, 1906)

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Referencias bibliograficas

https://oglobo.globo.com/cultura/elogiado-por-pedro-ii-ernesto-nazareth-henrique-alves-de-mesquita-lembrado-em-livro-11053127
https://ppgmufrj.files.wordpress.com/2016/12/14-henrique-alves-de-mesquita.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Alves_de_Mesquita
http://www.abmusica.org.br/academico.php?n=rhenrique-alves-de-mesquita&id=110
http://chiquinhagonzaga.com/wp/a-obra-de-henrique-alves-de-mesquita-sera-revelada-pela-primeira-vez/
http://www.chiquinhagonzaga.com/acervo/?musica=so-no-choro&1479
http://musicabrasilis.org.br/compositores/henrique-alves-de-mesquita

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Parabéns, seu post foi selecionado para o BraZine! Obrigado pela sua contribuição!
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Brasileiros que fazem história, uma pena ser tão desconhecida! Ah, se os brasileiros dessem o valor real, que nossa Cultura merece.

Obrigado pelo comentário Tabata! Como disse Oswald de Andrade, "só a antropofagia nos une"... "Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade." É disso que a música de Henrique Alves me fala. E é neste valor de suas peças que encontro a paz. Muito obrigado mais uma vez, me fez refletir um bocado!

Eu que agradeço por compartilhar esta história conosco, mostrar os sabores diversos da cultura. E reitero Oswald de Andrade, com a frase de Confúcio "A cultura está acima da diferença da condição social", e é disto que a sociedade necessita, de soluções educacionais, de histórias que nos reaproximem, que nos levem a entender, porque existimos e chegamos àquele lugar....O que me entristece é a quantidade de pessoas que importam-se, levando nossa história ao ostracismo, e quando encontro pessoas como você, aquela esperança no fundo da alma volta a vida! Gostei tanto do que escreveu, que compartilhei em minha página...rs

Poxa obrigado pelo carinho, fico muito feliz em saber que gostou e compartilhou! Está frase do Confúcio é ótima, pois bate de frente com a opinião enviesada de que cultura é "coisa de rico".

A comunidade que escreve em língua portuguesa no steemit tem alguns grupos no telegram aonde vc tbm pode divulgar suas postagens. Caso ainda não conheça deixo o link aqui. Sucesso, e um abraço! :)


grupo steemit brasil

Que legal! Obrigada pela dica, irei conhecer os grupos, com certeza...Já seguindo você, pois suas publicações são ricas em conhecimento.

Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!

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WARNING! The comment below by @erudire leads to a known phishing site that could steal your account.
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Dear Artzonian, thanks for using the #ArtzOne hashtag. Your work is valuable to the @ArtzOne community. Quote of the week: Art, freedom and creativity will change society faster than politics. -Victor Pinchuk

Mega bacana teu texto!
Abraço. E Física (e Música) na veia!

Obrigado querido!
Um abraço!

Olá, tudo bem contigo @guifaquetti? Parabéns por seu post e obrigado por usar nossa nova tag #fazendohistoria. E é claro, de participar do Desafio! Que história que esse Mesquita teve heim? Não sei se é impressão pela foto ou não, mas Henrique Alves parece ser afrodescendente também, não? Pergunto isso porque é muito comum um certo "apagamento" ou como alguns pesquisadores dizem "clareamente" de nomes como Machado de Assis, que era afrodescendente. Adorei a música também, realmente maravilhosa!

Que a Deusa Fortuna esteja do seu lado!!

Assinatura #fazendoHistória
Saiba mais no Steem.Center!

Obrigado @leodelara! Sim! Ao ler seu comentario fui pesquisar sobre a ancestralidade de Henrique Alves, e achei este livro do Antonio José Augusto. Cujo a sinopse fala justamente sobre esta questão! Obrigado por comentar e enriquecer esta postagem! Fica aqui registrado, a partir de sua colocação, a indicação de leitura para um conhecimento mais profundo mais sobre este personagem, e a sinopse que chama atenção para este importante ponto!

https://www.travessa.com.br/henrique-alves-de-mesquita-da-perola-mais-luminosa-a-poeira-do-esquecimento/artigo/548fb619-ac5a-475f-b0b1-0198aa6ce0d3

Henrique Alves de Mesquita, negro e filho de pais não casados, nasceu no Rio de Janeiro em 1830 e era o que historiadores convencionaram chamar ‘homem livre pobre’, indivíduos marginalizados numa sociedade marcada por relações profundamente desiguais, à mercê dos mandos e desmandos da polícia, do governo e das elites. Henrique teve, porém, um destino diferente. Em função de seu talento musical, que cedo demonstrou, foi agraciado com a maior distinção que um aluno poderia alcançar no Conservatório de Música, o prêmio de viagem, tornando-se o primeiro brasileiro a ser enviado ao exterior para realizar estudos musicais, mais precisamente ao Conservatório de Paris.

Aproveito para deixar também minha obra favorita de todas que ouvi, "Quebra quebra minha gente" uma polca-caterete!

Obrigado mais uma vez e um abraço!

Opa, @guifaquetti! Que bom saber que pelo menos já há pesquisa sobre este aspecto. Eu mesmo escrevi um artigo sobre uma artista plástica negra aqui de Floripa. Seu nome é Valda Costa ela teve seu destaque entre as décadas de 1970 até o final de 1980. Infelizmente veio a falecer no início dos anos 1990. Quero ainda trazer um pouco sobre ela em um post por aqui.
Muito obrigado pelo retorno. Abraço!

Muito bom @guifaquetti! Não conhecia. Me faz pensar o quando de riqueza da nossa própria cultura não conhecemos. Muito bom poder conhecer aqui, de uma forma muito bem construída. Espero que traga mais histórias da música para conhecermos! Valeu!

Obrigado Matheus! Com certeza, inclusive ao pesquisar no livro de "História da Música do Brasil", que tenho aqui em casa, do Vasco Mariz, não encontrei seu nome relacionado aos autores de sua época. A partir de uma feliz colocação do @leodelara, encontrei um livro dedicado ao Henrique Alves, que o coloca em seu devido lugar como um dos criadores de nossa música. Fica como bibliografia para futuras pesquisas!

https://www.travessa.com.br/henrique-alves-de-mesquita-da-perola-mais-luminosa-a-poeira-do-esquecimento/artigo/548fb619-ac5a-475f-b0b1-0198aa6ce0d3

Um abraço e obrigado pelo comentário!

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