#FILMOTECA# - "Cake" | "Cake: Uma Razão Para Viver" (2014)
Sinopse: A depressiva e traumatizada Claire Simmons fica obcecada pela história do suicídio de Nina, uma colega do grupo de autoajuda. Claire passa então a ter visões com Nina e decide investigar sua vida. Aos poucos, Claire desenvolve uma relação inesperada com Roy, o ex-marido de Nina.
Atores / Atrizes (e demais profissionais de uma maneira geral) quando decidem mudar o rumo da carreira, escolhem projetos atípicos como uma forma de mostrar para si mesmos (ou para os outros) o quão versáteis eles podem ser. Mostrar uma nova faceta dentro da própria profissão, se reinventar... E com isso, poder alcançar novos rumos e encarar novos desafios. Em "Cake: Uma Razão Para Viver", é justamente o que a atriz Jennifer Aniston consegue fazer.
Na pele de uma mulher extremamente complexa e cheia de particularidades totalmente diferentes de suas personagens anteriores, Aniston entrega - até então - a atuação mais profunda de sua carreira. As voltas com flashbacks entre o mundo real e seus devaneios mentais, ela cria um elo entre o que existe e o que não existe de uma forma aparentemente simples, mas fortemente criativa e com altas doses dramáticas.
O roteiro cria momentos grandiosos para ela mostrar ao telespectador que comédia não é o único gênero de filme que ela consegue fazer (há muito mais a ser explorado dela). No entanto, apesar de ter uma protagonista que consegue ser tão frágil e ao mesmo tempo tão forte (inclusive, fazendo uma ótima alternância entre essas duas características), a história não consegue seguir uma linha narrativa que cause tanta empatia quanto deveria.
O drama está lá (o plot principal é ótimo), as boas atuações do elenco (com destaque óbvio para Aniston) também... Há ainda espaços para alguns breves momentos cômicos que funcionam muito bem e conferem uma certa leveza na difícil caminhada da protagonista. Mas, o problema é que a história não se firma como o drama que a princípio se mostrou para o público... Tornando-se apenas em uma abordagem quase simbólica do grave problema que é a depressão.
Existe uma falta de aprofundamento em vários aspectos que consegue incomodar de forma negativa (por exemplo, as razões que levam a protagonista surtar de tal maneira), deixando claro que há um desleixo na escrita do roteiro que poderia ter sido evitado. Porém, o mesmo consegue compensar o telespectador com seus acertos (que felizmente são em maior número do que os seus erros).
De modo geral um pouco dessa culpa também é do diretor Daniel Barnz, que por vezes não sabia o que fazer com o material que tinha em mãos. Alternando de maneira um tanto quanto incômoda na condução da trama (principalmente não tirando proveito dos arcos dramáticos disponíveis), ele acaba prejudicando o filme tirando uma boa parte do que o mesmo poderia causar em que o estivesse assistindo. Há uma perda de potência na carga dramática pelo fato dele cortar um pedaço vital da raiz do problema: a relação de descoberta e aceitação da protagonista com ela mesma.
O trunfo do filme acaba sendo justamente Aniston, que mesmo com alguns deslizes carrega a história com firmeza e protagoniza momentos altamente difíceis, reflexivos e muito inspiradores. É o drama todo girando ao redor dela de uma maneira incisiva, latente, real e urgente... Mostrando que para tudo começar a melhorar, ela é quem precisa dar o primeiro passo para reencontrar a si mesma e finalmente sair do mar de escuridão alucinatória no qual se encontra.
Em seus ótimos momentos, "Cake: Uma Razão Para Viver" consegue convencer como uma história emocionante de alguém que se encontra perdido no mundo e que não sabe mais como viver nele (e se aprender novamente a como fazer isso... acha que será insuportável) e que mesmo ao buscar a ajuda que acha necessária, acaba descobrindo que nem é tudo é tão complicado quanto parece ser... Mas que é preciso ter muita força de vontade e estar aberto a novas experiências para conseguir enxergar novamente uma luz no fim do túnel.
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Não vi, meti agora na lista para ver.
Quando Cake apareceu nos cinemas em 2014, lembro-me de ouvir todo o burburinho sobre Jennifer Aniston, a “Queridinha da América”, que se tornou completamente sem glamour no papel de uma mulher que sofre de dor crónica . (uma indicação ao Oscar). Para ser honesto, eu não sou realmente um fã de Jennifer Aniston, mas eu estava curioso sobre todo o burburinho, então eu assisti ao filme. Devo dizer que Aniston está longe de ser "querida" de ninguém neste filme. Em vez disso, ela é muito amarga, com tanta raiva borbulhando na superfície, a tal ponto que ela empurra as pessoas próximas a ela, incluindo seu marido. Como seu personagem, Claire Bennett melhor diz: "Conte-me uma história em que tudo funciona no final para a bruxa má". Bela resenha do filme! Sucesso!
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Na época do burburinho fiquei muito curioso, e de fato, ela surpreende muito nesse papel... Mas, eu acho que ela surpreende mais pela escolha do que pela atuação em si (que apesar de ser acima da média para o que ela costuma fazer, não valia uma indicação ao Oscar... como por exemplo, não vale a indicação / vitória da Sandra Bullock por "Um Sonho Possível").
P.S.: Eu adoro a Sandra, mas o Oscar dela deveria ter vindo com "Gravidade" (que é um filme espetacular!).
Concordo com você plenamente, mas não podemos fazer nada em relação a isso. Então vamos deixar o Oscar com ela mesmo. Haha! Sobre "Gravidade" tenho uma resenha guardada aqui, mas eu ainda não postei. Você já postou sobre ele?