[Portuguese Version] Mining! | Capítulo I – Que hardware utilizar para montar uma Mining Rig? | Parte 1/2

in #mining7 years ago

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Já alguma vez quiseram montar uma Mining Rig mas não sabem o que fazer para começar? Será que o mining ainda é rentável?

Penso que todos aqueles que já se envolveram minimamente nas criptomoedas, têm ideia do que é o mining assim como interesse pelo mesmo, ou pela vertente do investimento ou pela sua função numa blockchain. O que é facto é que há cada vez mais pessoas interessadas em investir no mining, e eu e o meu irmão @ricardocastilho estivemos entre elas aqui há uns meses. Embora o investimento tenha sido significativo, ganhei bastante experiência no assunto, e devo dizer que, por outro lado, fiquei bastante contente com o retorno que estamos a ter.

Assim, gostaria de partilhar convosco a minha experiência na criação de uma Mining Rig, como configurá-la, e como otimizar os rendimentos ao máximo (com os conhecimentos que tenho).

Nota: Nestas publicações estarei apenas a partilhar as minhas escolhas, experiências e resultados. Se quiserem investir, aconselho-vos a fazer a vossa própria pesquisa, assim como eu fiz a minha.

Que componentes devo comprar para montar uma mining rig?


Uma Mining Rig não passa de um computador com uma motherboard com mais slots para colocar mais gráficas. Quando estive a fazer a minha pesquisa, reparei que o custo do hardware, exceto as placas gráficas, não é assim tão grande quanto isso, exatamente porque grande parte do hardware é utilizado em desktops de trabalho ou de Gaming. Para além disso, as gráficas são os componentes que irão puxar mais pelo nosso “computador”, portanto tudo o resto não tem de ser propriamente bom. Dito isto, passemos à ação.

Motherboard


Para minerar, precisamos de uma motherboard que aguente várias placas gráficas. Para isso existem algumas opções no mercado que suportam 6, 13 ou mesmo 19 placas gráficas. No nosso caso, optámos por uma Asrock H110 Pro BTC+, que suporta até 13 placas gráficas. No nosso caso, o objetivo seria parar pelas 13 gráficas e esperar pelo retorno do investimento, portanto esta opção foi a melhor para nós. Caso queiram investir em mais placas gráficas, têm sempre a opção de optar por uma Asus B250 Mining Expert, que suporta até 19 placas gráficas. Mas se quiserem investir numa Mining Rig pequena, têm sempre a hipótese de optar por uma Asrock H81 Pro BTC+, que suporta até 6 placas gráficas. Tenham atenção que, enquanto que uma motherboard de 6 slots é mais barata, esta não tem o potencial de adicionar mais gráficas no futuro e que, se quisessem investir no mining novamente, teriam de comprar grande parte dos componentes novamente, como o processador, a ram, fontes de alimentação, etc. Portanto, na minha opinião, se tiverem ideia de ir adicionando mas gráficas no futuro, talvez seja preferível optar por uma motherboard de 13 slots. Para além disso, a diferença de preço também não é muito significativa: em Portugal, uma ASrock H110 Pro BTC+ (13 slots) é 30 euros mais cara que a ASrock H81 Pro BTC (6 slots).

CPU

Aqui, a escolha é muito dependente do socket da Motherboard que escolherem, mas se optarem por uma ASrock H110 Pro BTC+, penso que a melhor opção de CPU é o Intel Pentium G4400, que deve custar uns 50€, mais ou menos. Lembrem-se que aqui, grande parte do trabalho vai incidir nas placas gráficas, sendo que, o CPU apenas servirá para correr o sistema operativo e executar o programa de Mining.

RAM

Neste caso, iremos precisar no mínimo de uma RAM de 4GB DDR4 2400MHz. No nosso caso, optamos pela solução mais barata que encontramos com estes parâmetros, sendo ela a Crucial 4GB Ballistix Sport que deverá rondar os 45-50€. Se conseguirem uma mais barata, com estes parâmetros e que seja de uma marca conhecida, optem por essa.

Armazenamento

Aqui têm duas opções: escolher um disco SSD e ter a hipótese de escolher o sistema operativo, ou comprar uma Pen Drive de 16GB USB3 e utilizar um sistema operativo específico para Mining.

Caso queiram minerar no Windows, podem optar por um disco SSD de 64GB (talvez dê um de 32GB, pensando bem). Caso contrário, existem opções como o Simple Mining, que embora tenha um custo de 2$ por mês, permite configurar facilmente o miner que queremos, oferecendo também a possibilidade de ver a consola do miner, os stats da rig, e de intervir nas mesma remotamente, através do website, caso seja necessário alterar reiniciar a rig, alterar parâmetros, etc.

Nós optámos por uma Pen Drive, correndo o Simplemining, dada a recomendação de um amigo que já tinha experimentado minerar no Windows com uma Rig, e disse que só trouxe problemas (atualizações forçadas, blue screens, etc). De qualquer das maneiras, aconselho-vos a fazer a vossa pesquisa e de escolherem a opção que vos parece melhor.

Risers


Se repararem, o slots de uma motherboard de mining, dedicados para ligar uma placa gráfica, são mais pequenos que o normal. Isto porque não seria possível colocar vários slots PCIe numa motherboard, visto que ocupam uma grande área da mesma.

Os Risers servem precisamente como adaptadores entre estas mini-portas PCIe para portas PCIe com o tamanho original, de modo a que possamos ligar todas as nossas placas gráficas à motherboard. Geralmente, estes adaptadores trazem sempre muitos problemas, visto que grande parte deles podem funcionar mal. Felizmente, tive a recomendação de uns risers muito bons que nunca deram problemas, nem a mim nem ao meu amigo, que faz mining com mais de 40 gráficas. Estes risers da LATTCURE podem ser mais caros que os restantes do mercado, mas penso que valem muito a pena.

Fontes de alimentação


As fontes de alimentação são aqueles componentes que não dão para poupar e podem dar graves problemas na rig, se não houver um bom planeamento. Para assegurar um bom desempenho e consistência energética nas vossas rigs, terão de ter fontes de alimentação com eficiência mínima de Gold (80% + de eficiência). Para além disso, terão que ter em conta a moeda que vão minerar, visto que, dependendo do algoritmo das mesmas, estas poderão consumir mais ou menos eletricidade. Por exemplo, já minerei Electroneum, que tem o algoritmo Cryptonight, e nessa altura a rig estava a consumir no total cerca de 1100W, enquanto que em Ethereum (Ethhash) o consumo subiu para 1620W.

No nosso caso, planeamos a compra das fontes de alimentação a contar que cada gráfica, já otimizada para Ethereum, iria consumir cerca de 150W na pior das hipóteses, mais 300W da motherboard e componentes, que é também um exagero. Se tivermos 13 gráficas a consumir 150W cada, isto daria 1950W mais 300W da motherboard e componentes, que daria 2250W, mais 150W de margem, o que ficou pelos 2400W. Esta foi uma abordagem muito teórica, mas temos de ter em conta a eficiência das fontes de alimentação que vamos utilizar: se uma fonte de alimentação for de 1200W e com uma eficiência de 80%, então devemos ter em conta que esta apenas terá 960W úteis (1200*0.8), caso contrário, poderemos estar a reduzir a estabilidade da nossa Mining Rig.

Tendo em conta esta base teórica, estamos agora a minerar Ethereum com uma Corsair HX1200 com 1200W Platinum, uma Enermax Revolution 87+ 850W e uma Enermax Revolution 85+ 920W. No total, estamos a tirar 1620W da parede com 12 gráficas (sendo que uma das 13 gráficas foi para a garantia), com um consumo médio por gráfica de 125W e um consumo médio do resto dos componentes de 200W-220W.

Muito sinceramente, penso que apontar para os 2400W como total da soma das fontes de alimentação é relativamente seguro para 13 gráficas (sem contar com o valor da eficiência das mesmas). No entanto, tenham muita atenção à eficiência das mesmas e façam um bom planeamento. Nós tivemos uma fonte de 1000W queimada, ainda não fazia um mês de Mining, e também chegamos a comprar mais fontes do que devíamos.
Tenham também cuidado com a marca das fontes de alimentação. Dizem que as fontes da Seasonic são boas para Mining, assim como as da Corsair. Também existe outra alternativa às fontes de alimentação normal: as fontes de servidor. Um amigo meu comprou fontes de servidor no site Parallel Miner e está muito contente com a fonte que comprou de 2400W e com 94% de eficiência. Para além disso, eles aceitam Litecoin como método de pagamento, o que é ótimo. Se forem por uma opção destas, tenham atenção que necessitarão de mais uma fonte de alimentação (pode ser de 550W por exemplo) para alimentar a motherboard.

Frame


Já que temos tantas gráficas, vamos precisar de algum sitio para as pôr, certo? Existem no mercado soluções para isto, mas podem fazer uma vocês mesmos e acreditem que fica muito mais barato.

Para fazer a nossa estrutura, seguimos este tutorial, mas podem fazer como acharem melhor, mas não se esqueçam que o comprimento dos cabos que vão ligar à motherboard são relativamente limitados (60cm ou menor), portanto não convém disporem as vossas gráficas longe da mesma.

Outros dispositivos


Para a vossa Mining Rig, convém terem um monitor para configurações e monitorização. Tenham cuidado com o tipo de input do monitor, visto que algumas motherboards de Mining só aceitam DVI-D, e não é aconselhável ligar o monitor a uma gráfica.

Aconselho também a comprarem um Killawatt ou outro dispositivo parecido para monitorizarem a corrente total da vossa rig. Desta maneira, conseguirão medir a corrente total da vossa rig, e perceberem a quantidade de corrente que as vossas gráficas e outros componentes estão a puxar da parede etc.

No caso das fontes de alimentação, é importante arranjar uma maneira para fazer com que as fontes de alimentação secundárias (aquelas que não estão a alimentar a motherboard), consigam alimentar as gráficas. Isto porque, em teoria, as fontes só funcionam se estiverem ligadas à motherboarda. No entanto, existem duas opções: comprar um cabo que liga os vários cabos de 24 pinos das fontes de alimentação (como este, por exemplo), ou criar um loop na fonte de alimentação, como é indicado neste tutorial. Atenção que, nesta ultima opção, se usarem um clip e se tocarem nele enquanto a rig está a funcionar, irão ser electrocutados, portanto, se optarem por esta via, usem um cabo electrico revestido, para a vossa segurança.


Imagem 1 | Fonte

Obrigado por lerem!


“E as placas gráficas? Como é que te esqueceste de uma coisa tão importante?”. A escolha das placas gráficas é um assunto muito extenso por si só, portanto irei publicar um artigo no futuro dedicado à escolha das placas gráficas.

Espero que tenham aprendido alguma coisa e que tenham uma ideia geral do que é preciso para criar uma mining rig. Alguma dúvida, estarei inteiramente à vossa disposição.

Capítulos anteriores

Capítulo 0 – Uma introdução prática ao Mining - Como começar a minerar com um computador pessoal?

Se tiverem alguma questão ou feedback, sabem o que fazer!
Se quiserem saber mais sobre mim e sobre o meu trabalho, passem pela minha página do Steemit!

Até breve,
Shaden

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Não tenho tempo agora para ler este textão que acredito estar cheio de nuances técnicas, mas já está aqui guardado para ler mais tarde... depois temos de falar num chat ou coisa do género para tirar umas dúvidas e trocar umas opiniões contigo. Abraço

É isso pah, se quiseres domingo dou um saltinho ao steemit.chat e falamos! Abraço!

Na boa, usas o telegram?

Por acaso não, mas vejo que já há muita gente a usar.

Instala isso ;)

Vou tratar disso no fim de semana!

@shaden, Parabéns! O teu post foi votado e resteem pelo Projeto Camões!

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PROJETO CAMÕES - LÍNGUA PORTUGUESA NO STEEMIT

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