As relações humanas em nosso mundo pós moderno chegaram a um ponto critico. Hoje a "regra do jogo" é defender-se ao máximo possível, nem que para isso você possa ignorar, ser rude, grosso ou estupido com o próximo.

Entender, dialogar, buscar se colocar no lugar do outro, são coisas que não se há mais tempo. O que importa é um pré julgamento individual ou coletivo de uma pessoa que você nunca viu , conversou ou entrou em contato na vida.

Desculpa, por favor, obrigado. Para que? "Sai da frente que quero passar e se não sair, passo por cima." As pessoas viraram descartáveis, substituíveis e facilmente esquecidas. A isso deram o nome de desapego ou resiliência (palavra ou filosofia que está mais na moda) e pasmem, dizem que isso é "amadurecimento".

A dureza no coração de muitos, provocada muitas vezes por algum trauma ou frustração, é levada a pessoas que nada tem a ver com a sua dor de outrora. A agressão deliberada e gratuita nas redes sociais viraram cotidianas e normais. O que importa é mostrar o quanto o outro está errado em pensar da forma como ele pensa e vencer esse duelo na frente dos outros. Mostrar o quanto eu estou certo e o outro errado é a glória de muitos.

Ninguém é obrigado a gostar de ninguém e nem Jesus Cristo agradou todo mundo. Mas, falta de nós, seres humanos em um mundo pós moderno, um pouco mais de tato, um pouco mais de cuidado, um pouco mais de sensibilidade para entender que a sua dor, não é a dor do outro. Isso para mim é individualismo, isso é ser dono de você, dos seus pensamentos e de suas ações.

O outro muitas vezes é o espelho de nós mesmos. No outro podemos muitas vezes nos encontrar, nos entender. O outro, aquele que nunca conversamos mas que não gostamos dele somente pelo que os outros falaram, pode nos surpreender.

"As aparências enganam, as mesmas que desenganam"

(Zé Ramalho, músico e compositor brasileiro)

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