Não existe meia liberdade de expressão.

Só é possível que uma sociedade encontre o bem, que melhore, que cresça com toda a humanidade, se as pessoas tiverem acesso pleno a novas ideias, formas diferentes de ver as coisas e o mundo.
Se existir a liberdade para quebrar o consenso, para desagradar a maioria, para discordar até o limite.
Se alguém põe um limite, mesmo que seja o mais bem-intencionado possível, esse limite passa a ser um tabu.
E provavelmente, o próprio problema que aquele tabu tentou esconder termina por piorar, pela criação de tensões e divisões, e destruir.

De que adianta um ser com asas, se seus pés estão presos ao chão?

Pela liberdade, pela possibilidade do surgimento de novas ideias, ou mesmo da reciclagem de boas ideias antigas, há um preço a se pagar: o de termos que aceitar que uma pequena parcela de estúpidos usem dessa mesma liberdade para dizer coisas horríveis, para ofender e desagradar outras pessoas.

Nessa hora, a sociedade precisa saber refrear seus impulsos de controle. Não há mundo perfeito.

Se se censura ou se pune uma pessoa por algo que ela falou ou escreveu, mesmo sob o mais aparentemente inocente e justo dos argumentos, esse poder de censurar pode - e vai, sempre vai! - ser depois usado para calar o bem e fazer o mal.

Pense nisso.