‘Sobre a Escrita’ de Stephen King: uma autobiografia cheia de inspirações
Conhecido por suas histórias de terror e pelas adaptações de muitos de seus livros para o cinema, Stephen King começou a escrever em 1997 “Sobre a Escrita”, uma de suas obras que mais demorou para finalizar, considerando que leva cerca de três meses para acabar a primeira versão de uma narrativa. Os motivos têm relação com o atropelamento quase fatal de 1999, mas também o fato de não ficção ser uma espécie de tortura.
Essas e outras curiosidades sobre a rotina de escrita e leitura do escritor são acompanhadas na segunda metade do livro de pouco mais de 250 páginas. A primeira parte é dedicada para mostrar um pouco sobre a sua trajetória de vida que sugestivamente denominou “Currículo”.
Nesse capítulo, conta tudo que consegue lembrar ou julga importante para o leitor entender como se tornou um escritor consagrado. Ele recorda acontecimentos engraçados da infância e fatos curiosos como não ter televisão até os 11 anos de idade, uma das primeiras dicas antecipadas para a formação de um escritor.
Também transita em outros episódios, como o primeiro contato com o álcool na adolescência, que mais tarde se tornaria uma de suas dependências, além disso, as cartas de recusa de publicações, a morte da mãe, as dificuldades financeiras antes do sucesso e o relacionamento com a esposa escritora que conheceu na graduação de Inglês.
As breves lembranças sobre a sua vida são como um gatilho para mostrar como suas experiências constroem o seu processo criativo. Por isso, uma das primeiras dicas que pode ser encarada como exigência para todo escritor competente ou aspirante: LEIA MUITO. King lê de setenta a oitenta livros por ano, a maioria de não ficção. Segundo ele, todos os livros trazem lições, geralmente os ruins são os que mais ensinam.
Depois disso, ele conta bastante sobre como constrói a sua escrita na prática. Não se trata de um receituário para o sucesso, mas experiências que podem ser aproveitadas ou adaptadas de alguma forma. Todos os relatos vão além da rotina pessoal, já que traz inúmeras curiosidades sobre a vida de outros escritores que admira ou abandona a história depois de uma metáfora horrível.
Um dos bons exemplos é John Creasey, romancista britânico, que escreveu 500 romances sob dez pseudônimos, vários deles escritos em dois dias. Talvez, o recorde de King tenha sido “O Concorrente”, que levou uma semana.
É interessante saber como alguns dos livros de King foram escritos na rua rotina de duas mil palavras diárias. Ele compartilha suas inspirações para uma boa história e também o processo de revisão, contando e trazendo exemplos do que funciona ou não na construção de frases, diálogos, parágrafos e metáforas, cruciais para o encantamento da leitura.
A caixa de ferramentas de King para uma boa escrita tem muita inspiração para qualquer escritor, independente do seu nível, mas também tem pode ser um estímulo para qualquer leitor que admira histórias de grandes autores, como H.P Lovecraft, Ernest Hemingway e John Grisham. Ah! E se nunca leu nada feito por King, “Sobre a Escrita” pode ser uma boa porta de entrada.
E aí, qual o seu livro preferido de Stephen King?
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Boa dica, lembro que o George Orwell dizia que o leitor se interessa pelo livro no primeiro parágrafo e se o escritor não atrair nesse começo, adeus. Confesso que não li nada do Stephen King ainda, só assisti as versões para TV e cinema. Neste caso O Iluminado é meu preferido, se um dia conseguir o livro prometo ler tb. Uma curiosidade, vc usou as dicas do Stephen King pra escrever este post? :-) Valeu! Saúde, sucesso e boa sorte mais uma vez!
Bem verdade isso! Acho que indiretamente posso ter usado as dicas de King para esse texto, mas foi mais na linha que costumo seguir mesmo. Obrigada, sucesso para ti tb!