A história inacreditável de O Mauritano
Apesar de não assistir a muitos filmes, histórias reais me prendem mesmo que como filme não tenha ação e suspense suficiente para chamar a atenção da crítica e fãs do cinema. Foi assim com o filme O Mauritano, que estava passando no Telecine e despertou a minha atenção de imediato.
Vídeo: Trailer oficial de O Mauritano | YouTube (Reprodução)
O filme é baseado nas memórias de Mohamedou Ould Slahi, transformadas em livro por sugestão da advogada Nancy Hollander para tornar sua história conhecida e pressionar o governo dos Estados Unidos a responderem as petições da defesa.
Mohamedou, personagem central da trama, foi preso após os ataques de 11 de Setembro, acusado de participação no recrutamento dos terroristas que pilotaram os aviões que se chocaram contra as Torres Gêmeas em Nova Iorque. De acordo com o governo dos Estados Unidos, era necessário punir os responsáveis mesmo que não houvessem provas suficientes para isso.
Foto: Cena de O Mauritano com Jodie Foster, Shailene Woodley e Tahar Rahim (Reprodução)
O Mauritano, como ficou conhecido, pelo país africano de origem, realmente esteve no Afeganistão lutando contra os comunistas que haviam invadido o país e anos mais tarde recebeu um telefonema de um primo que fazia parte do grupo terrorista Al Qaeda e utilizou o telefone via satélite de ninguém mais, ninguém menos do que Osama Bin Laden.
Estas coincidências bastaram para que fosse preso, torturado e mantido encarcerado como terrorista durante quatorze anos na base militar de Guantánamo em Cuba, ilha caribenha inimiga histórica dos Estados Unidos, mas que tem parte do seu território utilizado como prisão longe dos olhares do mundo e dos direitos humanos mais básicos pelos Estados Unidos.
Vídeo: Entrevista com os personagens reais da história | YouTube (Reprodução)
Se tivesse como descrever este filme em apenas uma palavra seria angustiante. Infelizmente, casos como o de Mohamedou Ould Slahi não são incomuns e muitos outros prisioneiros cumprem pena sem ao menos terem tido direito a um julgamento.
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