#GAMETECA# - "The King Of Figthers" (1994)

Pode-se dizer que uma parte muito importante da empresa SNK foi construída com o sucesso que resultou do lançamento de KOF (sigla oficial para The King Of Fighters"), porque o jogo - que surgiu de um crossover entre "Art Of Fighting" e "Fatal Fury" - foi o precursor, no que tange a temática de luta dentro de campeonatos, ao apresentar para o mundo desse entretenimento uma nova forma de joga: o até então inédito sistema de lutas entre os personagens, onde era possível formar times de 3 membros de diversas nacionalidades para lutarem entre si contra equipes rivais.

O grande objetivo do jogo era obter 3 vitórias por cada embate, onde os jogadores revezavam seus lutadores para tentar conseguir vencer e avançar para o próximo desafio (outra equipe). Ao longo da jornada, com as equipes sendo derrotadas... Vence a equipe que permanecer de pé, tornando-se então: O Rei dos Lutadores (tradução livre do título que nomeia o jogo).

O jogo foi muito bem recebido pela crítica - e empolgou demais os fãs que são entusiastas desse tipo de temática -, que enxergou nele uma nova possibilidade de oferecer novos níveis de interação relacionados a jogabilidade . Isso ofereceu aos jogadores uma autonomia maior pelo fato de poder montar o próprio time considerando os pontos fortes e fracos de cada personagem, e dessa forma, tornar a experiência do jogo em algo mais imersivo e por consequência, mais divertido).

Cada personagem tem sua própria origem, sua própria história e o fato deles terem essa individualidade exerce uma certa influência na seleção para a formação dos times, porque cada país tem um tipo de especialidade relacionada a arte marcial... Então, considerando esse aspecto, é possível traçar uma estratégia para tentar montar um time "mais forte" afim de derrotar, o mestre Rugal.

O fato de não sair escolhendo os personagens de formas aleatórias deixa claro que para poder vencer o jogo é preciso arranjar mentalmente as cartas ao selecionar os lutadores, ou seja, sem dar uma de estrategista você não chegará muito longe no campeonato. Faz-se necessário pensar, por exemplo: "Que tipo de time de lutadores eu quero formar: os mais ágeis, os mais fortes, os mais defensivos... Talvez escolher um integrantes de cada categoria?", e esse exercício que começa antes da pancadaria começar, já deixa o jogador em um estado de atenção além do trivial (porque a animação começa antes mesmo dos golpes serem desferidos no oponente).

A ideia de poder defender países diferentes também é muito interessante porque exerce nos jogadores a ideia de territorialismo. Por alguma razão, cria-se uma empatia para com os representantes de cada nação, e o jogador passa a querer lutar para manter o país intacto no campeonato... Instigando ainda mais o seu objetivo de vencer.

Ao mesmo em que a jogabilidade atingiu um novo patamar - com um sucesso cada vez mais crescente -, a ideia para a modernização do game surgiu à medida em que a tecnologia foi evoluindo... Implicando no desenvolvimento e na criação de novas edições (que chegaram trazendo cada vez mais novidades e estimulando ainda mais a questão da competitividade, seja ela individual ou contra algum outro jogador).

Com isso, novos personagens foram surgindo nas edições posteriores do game, outras nacionalidades foram incluídas (bem como novos e melhorados cenários, ressaltando cada vez mais a parte da apresentação cultural do game) e tanto a criatividade quanto a fidelidade relacionada aos golpes de cada lutador ficaram visivelmente mais fiéis e mais detalhistas... Mas, sem abandonar a essência de suas origens.

O sucesso de The King Of Fighters é algo que não pode ser contestado, porque além do game... Essa parte do legado da SNK consiste em versões que se materializarem em forma de anime, mangá, livro e filmes. Então, falar de jogos de luta sem mencionar KOF (que deixou claro que não é apenas um "simples" game igual aos demais) seria quase uma heresia, haha!