#FILMOTECA# - "The Meg" | "Megatubarão" (2018)

Fonte: Divulgação (Creepy Shake)

Sinopse: Na fossa mais profunda do Oceano Pacífico, a tripulação de um submarino fica presa dentro do local após ser atacada por uma criatura pré-histórica que se achava estar extinta, um tubarão de mais de 20 metros de comprimento, o Megalodon. Para salvá-los, um oceanógrafo chinês contrata Jonas Taylor, um mergulhador especializado em resgates em água profundas que já encontrou com a criatura anteriormente.

Existe uma relação de amor e ódio do Cinema quando o assunto é tratar de criaturas animalescas (sejam elas em seus tamanhos normais ou não) como a principal ameaça de um filme. Enquanto de um lado, por exemplo, nós temos os bons Godzilla, Tubarão e King Kong, do outro nós temos uma infinidade de filmes desastrosos que acabaram caindo no gosto popular (e um exemplo clássico disso é a série Sharknado, que finalizará a sua jornada com uma marca de seis filmes)... A mais recente tentativa de impressionar o público é Megatubarão e para a felicidade geral da nação, o filme é muito bom!

Fonte: Divulgação (Hypebeast)

Jason Statham é um ator que tem uma filmografia extremamente questionável (composta em sua maioria por filmes ruins), mas recentemente ele tem usado a sua influência dentro dos filmes de ação para escolher melhor os seus projetos e curiosamente isso fica muito claro com a decisão de participar de um filme que foge dos seus "padrões normais".

Não apenas a história em si, mas o tratamento que ele dá ao seu personagem mostra uma faceta do ator que o público ainda não conhecia. Aqui ele está vulnerável e realmente teme pelo que está por vir. Ele conhece o perigo que o tubarão gigantesco representa e consegue transparecer a apreensão e o medo que são necessários para o telespectador comprar a história em sua totalidade (desconsiderando qualquer nexo mais forte com a realidade, onde normalmente nenhum ser humano - por mais experiente que seja - se atreveria a enfrentar uma besta monstruosa dos sete mares).

Fonte: Divulgação ((The New Daily)

Há um esforço notório presente no roteiro que a todo momento tenta mostrar ao público um tom mais sério e sombrio acerca do que está acontecendo. De maneira geral, os personagens são clichês (e o elenco é mediano). No entanto, como tudo é muito bem utilizado (e principalmente dosado, evitando assim uma caricatura desnecessária do perfil de cada um deles) isso acaba não tendo nenhum tipo de influência negativa no desenvolvimento da trama (que por sinal, é relativamente dinâmica e tem seus momentos super criativos).

Foram espalhadas referências inteligentes e cômicas a diversos filmes de tubarões. Desde o clássico do diretor Steven Spielberg as tentativas mais trashses que brincam com a letalidade do rei dos mares, a narrativa se concentra em protagonizar o tubarão de uma forma bem pensada e consegue incutir um nível de tensão acima do esperado (ainda que o cenário seja o mais absurdo possível e tenda a propiciar mais risos do que sustos).

Fonte: Divulgação (Pop Sugar)

Sabendo exatamente o material que tem em mãos (que aliás, é um roteiro bem sacado porque misturar de uma forma interessante questões de cunho histórico com aspectos mais atuais, e no meio disso, usar de abusar do poder da tecnologia de uma forma muito eficiente) , o diretor Jon Turteltaub sabe exatamente o que precisa fazer para "abocanhar" a atenção do público e investe em ângulos de câmeras ousados e em momentos onde o clima de medo e tensão são conduzidos com habilidade para criar os sustos intencionais.

Corroborando com esses momentos mais dark do filme, a fotografia é bem produzida (e o mar é bem explorado... principalmente as suas profundezes, que garantem uma boa parte dos momentos mais assustadores e claustrofóbicos da trama), a edição de cenas é rápida e acompanha o ritmo necessário para o filme ficar ainda mais rápido, os efeitos especiais/visuais são bem caprichados (produção "B" de primeira linha, haha!) e a trilha sonora complementa os pontos técnicos de uma forma muito satisfatória (porque é bem utilizada em seus momentos-chaves).

Fonte: Divulgação (Screen Geek)

Talvez (apesar disso não ter particularmente me incomodado) o único erro de Megatubarão deva ter sido a sua classificação leve (visando uma questão unicamente financeira), porque isso acabou impactando no grau de violência do filme que é bem moderado considerando a ameaça ambulante e incontrolável que é o verdadeiro astro de toda aquela confusão. No entanto, a diversão é garantida e o filme merece ser assistido nos cinemas... De preferência, em 3D.